Sempre
Vós que viveis e sempre atribuís tudo o que ocorre na terra / aos movimentos celestes, como se tal movimento imprimisse / em todas as coisas uma necessidade, // Se assim fosse, em vós seria destruído / o livre-arbítrio, e não seria justo que o homem tivesse / por bem a alegria e por mal a dor.
Não há, nunca houve, nem nunca haverá um homem que seja sempre censurado, ou um homem que seja sempre louvado.
Sempre se admitiu que a poesia participava do divino porque eleva e arma o espírito submetendo a aparência das coisas aos desejos da alma, enquanto a razão constrange e submete o espírito à natureza das coisas.
Não se pode dizer que o que é inteligível seja sempre belo, mas com certeza o belo é sempre inteligível, ou, pelo menos, deve sê-lo.
A estima assenta sempre em qualquer fundo, e não se estima ninguém quando se estima todo o mundo.
A ciência permanecerá sempre a satisfação do desejo mais alto da nossa natureza, a curiosidade; fornecerá sempre ao homem o único meio que ele possui de melhorar a própria sorte.
Todo o argumento permite sempre a discussão de duas teses contrárias, inclusive este de que a tese favorável e contrária são igualmente defensáveis.