Selvagem
Me descrevo como:
Selvagem, porém romântica,
Desconfiada, mas sempre dou a primeira chance,
Menina no corpo de mulher, mas sempre sei o que quero,
Franca e suave com quem me respeita,
Critica, mas permito opiniões, quando me convém,
Argumento sempre na minha verdade e não exito jamais,
Não faço vistas grossas, vou direto ao ponto!
A feminilidade não é refletida através de um corpo sexy, atraente e selvagem.
Nem mesmo simboliza, um belo rosto, cabelos e maquiagem.
Porque isso tudo, inclusive os "homens" podem fazer.
A feminilidade é uma dama, com dons supremos para oferecer.
Ela é virtuosa, sábia, amiga e conselheira.
Dona de lábios que expressam palavras verdadeiras.
Fala sobre Deus e conhece os mistérios desta vida.
Providencia o pão da casa com muita valentia.
Tem braços fortes e punhos firmes, sem perder sua meiguice.
Jamais desampara seus pais, quando chegam na velhice.
Ela é legítima, incopiável e valiosa.
Seu valor excede ao de pedras preciosas.
“Na Natureza Selvagem”
Todos os seres humanos são motivados a fazer coisas inusitadas, quase, senão sempre tem que haver um motivo racional. Na história real de Christopher McCandless, protagonista do drama interpretado por Emile Hirsch em “Na Natureza Selvagem”, suas motivações vão além de um livro que o possa influenciar, como por exemplo: “O apanhador no campo de centeio” (1951) de J.D. Salinger que conta a história de um adolescente que ao ser expulso da escola pega o trem para Nova York antes que seus pais fiquem sabendo da notícia; ou do lendário “Pé na estrada” de Jack Kerouac (1951) que influenciou uma juventude inconformada a sair de casa em busca cada qual de um novo significado para a vida da forma que cada um bem entende.
Com Christopher pode-se dizer que foi um pouco diferente, sobretudo no que se refere às motivações que o levaram a ser um “extremista” como ele mesmo se declara. Antes de se lançar em um ambiente inóspito ao homem solitário, sua sabedoria e revolução espiritual estavam bastante avançadas como é mostrada nessa obra cinematográfica que Sean Penn adaptou do livro de Jonh Krakauer que, aliás, leva o mesmo título.
Após concluir seu ensino superior em 1990 aos 21 anos, Christopher doa toda sua poupança (24 mil dólares) para um instituto de caridade. Parte então para uma aventura vivendo à margem desta sociedade de faz de conta considerada civilizada. Pegando caronas ou viajando clandestinamente em trens de carga. Christopher renega todos os “valores” sociais consumistas, abandona a superficialidade da ideia de estar sempre se ocupando em ter cada vez mais movidos pela ganância. Seus valores familiares também não são mais acessados, o pai, a mãe e a irmã nunca mais o viria novamente.
Na medida em que se relaciona com as pessoas em seu caminho sua perspectiva de mundo vai se configurando e, sendo esta uma via de mão dupla, as pessoas também vão se modificando e principalmente revendo seus valores.
Ansioso por liberdade total, desapegado à regras o jovem adota para si outro nome, agora seu nome é Alexander Supertramp (super-andarilho). Apesar de viver sem rumo, sem dinheiro, apenas sua mochila com diários, livros e algumas roupas, vivendo do que se encontra pela frente, Christopher tem um objetivo: chegar ao Alasca e quando lá chegar, viver o mais intensamente possível sendo, ele mesmo, total parte da natureza selvagem.
Portanto, depois de 2 anos se aventurando e indo ao norte dos Estados Unidos, Christopher chega ao Alasca e pretende viver da terra por um tempo. Compra um livro sobre a fauna local para se orientar. Encontra um ônibus abandonado, provavelmente por uma equipe de biólogos pesquisadores, este é o já lendário “Ônibus Mágico”.
A paixão pela vida selvagem caiu como uma luva para justificar sua fuga de uma sociedade que para ele é mais hostil do que viver como mendigo. Em sua mochila, além dos diários, as obras literárias de Jack London, Leon Tolstoy e Henry David Thoreau que carregavam, tiveram grande influência sobre McCandless. Não se tratava de uma nobre missão, apenas de viver sozinho no Alasca, reconfortado com o que a natureza pudesse lhe proporcionar.
Contudo, perto do centésimo dia no ônibus mágico a fome passa a ser latente e cruel. Os desdobramentos dessa história real nos levam a reflexão sobre a condição humana da vida ativa. A ação do homem e o suprimento de suas necessidades de fato mora na relação com outros homens, outros seres humanos ou é possível viver solitário? Finalmente ele próprio conclui sabiamente que “a felicidade só é real se compartilhada”.
Existe prazer nas matas densas
Existe êxtase na costa deserta
Existe convivência sem que haja
Intromissão no mar profundo e
Música em seu ruído
Ao homem não o amo pouco
Porém, muito a natureza...
Atravessando o Jardim recolhendo pétala por pétala cor vermelha acobreadas de uma flor selvagem ao meu querer. Da qual só existe um exemplar, me basta ser feliz por contemplar.
Tu tens Alma de Mulher Selvagem .
Tão linda menina, olhar doce e meigo...
mais esconde a força de uma ferra...
As vezes Loba as vezes só mulher....
Seu doce sorriso me me encanta,
mesmo com tantas dificuldades carrega
a pureza na alma...
O Lobo a protege de Longe, querendo apenas
um olhar teu...
"Sou tua se conseguires me desvendar...
Sou Loba Selvagem. Sou Mulher Fera...
Sou Livre. Suas correntes são como
papel ao vento, jamais vai conseguir
me prender, jamais vai conseguir me
domar. Sou Livre e amo a Liberdade
por natureza, amo o nascer do Sol,
e sou apaixonada pela noite, serena
calma e misteriosa".
Liberdade
"Não se pode domar um lobo selvagem...Nem tentar aprisionar o espírito de liberdade do lobo... Não se pode calar o uivo do lobo em noites de luar...Pois se tirarem-lhe a liberdade o condenam a morte, mas o espírito Lupino continuará a existir.
Assim também sou eu...Se tentarem calar minhas palavras...Impedindo
meu coração de querer desabafar...Massacrando meus sonhos...Se roubarem a liberdade de ser quem sou...me condenam a ruína... Não podem dormir meus sonhos... Não podem impedir os desejos de minha alma... Não podem me silenciar...Pois a minha alma não conhecerá a prisão...porque a liberdade de meus pensamentos é um direito que me foi concedido...Viajo por caminhos trilhados pelo coração... Não podem me impedir de ser quem sou...Nada pode silenciar a voz de uma alma que sonha...que grita em silêncio seus anseios...Nasci livre...Sou livre...Tenho em mim a força da liberdade... Não temo a prisão!"
-Roseane Rodrigues
Quanta beleza e encanto tem uma flor
que cresce selvagem e livre
sobre as estrelas, a lua, a chuva e o sol
que grandeza e conhecimento
que força e sensibilidade
quanta fragilidade
e quanta humildade...
Ainda resta uma centelha fraca de civilização neste matadouro selvagem que já foi conhecido como humanidade.
(M. Gustave)
Enquanto o selvagem caça e colhe para sua sobrevivência, o civilizado mata e destrói para alimentar seu orgulho e sua vaidade.
Encontrei na natureza o que eu sempre fui... um completo e revoltado selvagem. Não existia êxtase maior do que navegar naquele profundo mar de montanhas; pinhos. Que aos céus pediam o seu divino toque. Eu nada tinha a perder, mas tudo eu tinha a ganhar. Quando na natureza eu me encontrava ao me ver nela chegar.
"Quando não te doeu acostumar-te a mim,
à minha alma solitária e selvagem,
a meu nome que todo afugentam.
Tantas vezes vimos arder o luzeiro
nos beijando os olhos e sobre nossas cabeças
destorcer-se os crepúsculos em girantes abanos.
Sobre ti minhas palavras choveram carícias.
Desde faz tempo amei teu corpo de nácar ensolarado.
Chego a te crer a dona do universo.
Te trarei das montanhas flores alegres,
copihues, avelãs escuras, e cestas silvestres de beijos.
Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejas
Sou um homem selvagem completamente indomável. Sou um jaguar afiando suas unhas retráteis em um tronco no meio da mata.
A Noite na Ilha
Dormi contigo toda a noite
junto ao mar, na ilha.
Eras doce e selvagem entre o prazer e o sono,
entre o fogo e a água.
Os nossos sonos uniram-se
talvez muito tarde
no alto ou no fundo,
em cima como ramos que um mesmo vento agita,
em baixo como vermelhas raízes que se tocam.
0 teu sono separou-se
talvez do meu
e andava à minha procura
pelo mar escuro
como dantes,
quando ainda não existias,
quando sem te avistar
naveguei a teu lado
e os teus olhos buscavam
o que agora
— pão, vinho, amor e cólera —
te dou às mãos cheias,
porque tu és a taça
que esperava os dons da minha vida.
Dormi contigo
toda a noite enquanto
a terra escura gira
com os vivos e os mortos,
e ao acordar de repente
no meio da sombra
o meu braço cingia a tua cintura.
Nem a noite nem o sono
puderam separar-nos.
Dormi contigo
e, ao acordar, tua boca,
saída do teu sono,
trouxe-me o sabor da terra,
da água do mar, das algas,
do âmago da tua vida,
e recebi teu beijo,
molhado pela aurora,
como se me viesse
do mar que nos cerca.
- Em "Os Versos do Capitão"