Selvagem
Se você ao menos suspeitasse o quanto é bom,
o quanto te deixaria nas nuvens,
o quanto é ao mesmo tempo romântico, selvagem, e delicioso,
você não perderia teu tempo lendo mais nenhuma palavra
e viria agora, mesmo, fazer amor comigo. <3
Toda manhã ela passa
Trotando formosamente
Exibindo sua raça:
Seus lindos e afiados dentes
Bela potranca eu vejo passar
Com sua anca pra lá e pra cá
Quem dera eu me agarrar à sua crina
E galopar nesse belo animal
Animal selvagem que empina
Se assustada ou se lhe fizerem mal
E em rumo ao destino
Entre pingos de calor
Cavaleiro e eqüino
Num galope de amor
Farol
Ao alcance dos olhos tenho a lagoa salobra que a todos deslumbra
Ao invés disso, meus olhos não saem do portão a espera de você chegar, te ver passar
E com olhar mentir que não me importo, não sinto, não choro
Então vejo a luz apontar na grade
Meu coração parece selvagem
A inquietude que invade logo amortece novamente no breu
Aquele farol que entrou, não era o seu.
"A mente ainda mastiga os desejos
E os comprimem em vontades
Nos forçam a rejeitar
Nossa natureza tão selvagem
Que anseia por liberdade
Que se satisfaz com facilidade
Pelo simples saciar
Das nossas mais supérfluas veleidades"
Lá, no fim das internas viagens,
Onde estatísticas não têm valor,
Porque, até hoje, ninguém pisou,
Em solos tão selvagens,
Mora, depois da esquina do medo,
O tesouro que tanto procuras,
Entre vielas e ruas escuras,
E que parece intransponível segredo.
Ele espera por você, intocado,
Pronto para a revelação,
Pela qual você, obstinado,
É capaz de dar dedos e mão,
Sem saber que, o danado,
É gratuito a quem tem coração.
27 de abril de 2018 descobri uma nova espécie enquanto observava a lua.Com mais ou menos 1,66 cm a criatura parece cansada e exausta, com o cabelo no rosto todo zuado, ela espera para se alimentar 24 horas por dia sem escrúpulo algum.
De características estranhas, ela se difere de toda e qualquer ser vivo que já viveu no planeta terra, olhos cansados, boca voluptuosa, coluna meio tortona pra esquerda, fria e calculista ela espreita pela vida procurando presas para roubar os rins e comprar iphones.
Temperamento instável tocando o foda-se para tudo na vida e fazendo hang loose, o único ponto fraco parece ser açaí q ela n disse o pq antes deu perguntar.
Um humor sarcástico e ácido para com humanos e sem paciência para aguentá-los,
Pele parda, e com um instinto superior para arranjar comida.
Gula sobre-humana para manter o metabolismo já q a batata n bombeia sangue para o corpo,
Apetite descomunal e insaciável, podendo tirar a vida de outras indivíduos perto se olharem para sua comida ou se pedirem pedaço, se move pela força da raiva que emana dos seus poros.
É míope, n consegue enxergar nada além d comida em sua frente.
A fera é ranzinza, orgulhosa, gostosa (gosto de abacaxi) e cheirosa, tem um sorriso lindo a cativante, um olhar sincero e penetrante sabendo disso ela adora brincar com presas e animais mais fracos(homens), notada de extrema inteligência ela é calculista, determinada e sarcástica agressiva passiva.
Com um instinto materno adorável ela n tem medo de destroçar qualquer um que entre no seu território, misteriosa ela adora admirar a lua, com um cabelo exuberante que cobre seu rosto ela parece se mover apenas sentindo o cheiro da decepção e da comida.
Descoberta na periferia da cidade ao acaso não se sabe de onde ela veio ou como surgiu mas é um ser único, uma nova espécie que pode ou não dar um fim na humanidade.
Batizei ela de mulher.
Pra onde vão os sonhos
depois que acordar?
Quem vai levantar primeiro?
Somos feitos de instantes
cruéis e devagar
Somos parte do que parte
a encontrar
E quem não fecha os olhos
não consegue enxergar
o que acontece por dentro
Mas, lá fora eu sei
o tempo irá acalmar
e selvagem é o vento ...
Que muda tudo de lugar ...
Enquanto a gente sente ...
e aprende a errar
Amar é ter as cortinas e as janelas abertas
e a casa iluminada de luar.
É com o que foge aos olhos ter compromisso
com razão
de ter a fé como chão
pois o amor faz palpável o infinito.
DIA A DIA II
Queria toda aventura, toda emoção, toda fartura.
Queria esquecer meu nome,
viver de música, saciar minha fome.
Queria nascer todo dia
na Tailândia, no Tibet, na Bahia.
Eu queria...
velar minha ignorância que doí como uma azia:
falta vírgula, falta acento, falta rima na poesia.
Eu queria ter paciência, eu queria ter ciência.
Eu queria saber viver o dia a dia
(bastava saber viver o dia a dia),
mas não adianta, não me encanta,
eu queimo como um diabo, ardo em fogo,
e não é um jogo:
percorro caminhos de morte e cavalgo ventos da sorte.
Sou pura bebedeira, caso queira
divertimento,
crio morcegos e educo vampiros
no apartamento.
Meu QI médio não conhece o tédio:
esse é meu mundo, meu remédio.
Basta abrir os olhos, basta sair à janela,
basta uma brisa, basta uma viela...
E quando dormir o sol seu sono mais profundo,
permanecendo só na festa um último moribundo,
sussurrarei bem baixinho: _ Não tenha pressa,
eu volto outro dia pra beijar-Lhe à testa.
A produção exagerada de objetos, apoiando-se na exploração de pessoas que habitam nas margens do capitalismo, aliado a destruição dos recursos naturais, tem provocado um desequilíbrio exacerbado que leva-nos ao limite do suspiro humano.
_Dá-me seus pés!
Deixa-me beijá-los.
Senti-los.
Amá-los.
Gosto de te sentir...
Desde o seu dedinho...
Passando pela sua panturrilha.
Suas coxas lindas.
Sua grutinha...
Sua barriga.
Seus seios fartos.
Seu pescoço.
Seus lábios.
Seus olhos.
Seus cabelos.
Gosto de sentir...
Cada parte de si.
Cada gosto...
Cada sabor.
Para depois te amar.
Te amar.
Te amar!
É assim que te quero inteira.
Saciando a minha fome
de lobo selvagem!
Eu pedia devotamente ao Redentor
- na minha silenciosa súplica -
para que a eternidade
fosse o quintal dos nossos sonhos
ou um simples reflexo
das horas em que vivemos um do outro.
Para você eu escrevo sem palavras
e te dedico um silêncio profundo,
porque só o silêncio pode falar
quando as palavras não podem descrever.
Seria possível qualquer dia morrer
e ainda estar por aí a andar,
em doces palavras e no querer
d'um amigo que não deixou de te amar.
nem a mais forte tempestade
nem um brisa de saudade
nem um vendaval
destruindo árvores no meu quintal
nem furacões, nem terremotos
nem o mar ou maremotos
nem o abismo mais profundo
nem toda raiva do mundo
nem raios ou trovões
nem beijos e canções
nem um contratempo ou passatempo
e nenhum unguento
nem mesmo o carnaval
natal ou arraial
nem mesmo o tempo
e seu suave acalanto
nem mesmo o amor
nada, nem mesmo o amor
é capaz de sepultar a solidão silenciosa
que no coração do homem faz casa
Onde mais poderia estar o paraíso
senão guardado nos teus sorrisos e nos teus gemidos,
que ecoam como o bater das asas de uma borboleta
nas minhas noites de luas repentinas?
Tudo o que se tem é o agora
e cada momento será como uma ressurreição.
Darei à luz um campo de girassóis
e semearei palmeiras na lua,
para que não falte beleza e esperança.
Minha casa será um noite de estrelas,
onde as crianças crescerão descalças
e cavalgarão unicórnios.
Com um grito lançado ao vento
rebatizarei o homem de errante,
pois suas perguntas só terão respostas
na ausência do medo de tentar
e na consciência de que só se pode ser sincero.
"Quer minha admiração?
Transforme-se em um desses: Médico, Professor, Artista em geral, inventor, ou um ser modesto desprovido de ganancia.
Se só tiver cargo alto e conta gorda, não passa de um mero concorrente meu do capitalismo."
(Lauro Silva)