Selva
Na atual arte contemporânea brasileira, resgatamos nossa fiel vocação dos primeiros habitantes de nossas terras. Em nossas noites enluaradas o uirapuru canta alto em todas florestas do Brasil e o Tamandaré guia nos enfim para nossa terra prometida, que é um lugar nativo da Grande Anta cósmica.
Muitas vezes o ser humano civilizado em sua escalada produtiva de ser e ter tem que voltar a condição primaria animal para reconhecer seus instintos selvagens de sobrevivência, entre a auto preservação e a vida em liberdade entre as selvas de pedras do mundo.
O leão pode estar passando pela pior fase da sua vida e não vai comer capim. Porque o leão sabe, lá no fundo do seu coração, que continua sendo o rei da selva, está no seu DNA e nada pode impedir quem nasceu para reinar. Quando o leão abandona o conformismo, deixa de ser a vítima e passa a ser o agente transformador da sua realidade.
A floresta está chorando
Triste de decepção, de medo
A jibóia e o jacaré nem saíram hoje
A onça e o macaco compartilham a dor
O verde perdeu até o brilho...
E por alguns instantes o dia deu lugar a noite
A pureza, a beleza e a criação parecem sem sentido
Diante da crueldade e do horror humanos
Mas, esperem... há movimento lá na frente
Índios coloridos vêm dançando,
Dá para ouvir o batuque, o chacoalhar
Entre eles...são dois deles
Os irmãos vêm abraçados
A pele clara já não faz mais sentido
Estão pintados, selvagens e livres
Agora, sem as amarras da carne,
Estarão mais poderosos
São lenda, são verdade...
Quem os cuida e treina são os Encantados...
A selva ganhou dois protetores...
Bem-vindos ao seu lar!
*para Bruno e Dom