Segredos
Volte pra mim
Volte meu amor para mim,
Venha colorir os meus olhos
Que não distinguem mais cores.
Venha replantar meu jardim
Pois nele não tem mais flores.
As borboletas partiram.
Ficaram paisagens mortas
Em preto e branco, desnudas
De coloridos e luzes.
Meu coração é deserto
Sem um oásis sequer
E navega em céu aberto
Sem um abrigo, sem teto.
Meu sonho de bem-querer
Estou só, desamparada.
Necessitando de abraços.
Esperando a tão sonhada.
Vida vivida em seus braços.
Volte meu amor para mim.
Eu guardei tantos segredos
Que só serão revelados.
Sem pudor e sem medos
Ardentes, apaixonados.
Delicados, mas atrevidos.
Como um hino aos seus ouvidos.
Amor de Devaneios
O teu olhar de sol me queima se me olhas
A tua boca de mar me traga se me beijas
As tuas mãos se transformam em amarras
De amor, quando me prendes se desejas
Servir-te de mim entre suspiros e desmaios
E elevar-me à condição acima da humana
Etérea de Arcanjo. Rendo-me se teus ensaios
Orientam-me pra tua performance soberana
De rei. De sabedor de coisas divinas, preciosas
Que fazem o corpo desmanchar-se em chamas.
Desintegro-me com as tuas carícias saborosas
E renasço como fênix das cinzas e entranhas.
Que de amor tu sabes contar vários segredos
E eu bebo nesta fonte sem pudor e sem receios
Descerro pra ti todos os véus dos meus medos
E vivo eternamente assim, por ti, em devaneios.
Bêbada de sonhos
Bebo as madrugadas orvalhadas
E fico bêbada de sonhos.
Sinto o cheiro do cio da terra repleta
De esperanças e extasio-me de amor.
Estou passante. Estou amante
Estou muda de espanto.
Diante do esplendor
Da vida.
Afino meus ouvidos e ouço
O som do coração
Do Universo.
E sigo adiante tecendo versos
Que não rimam, mas que revelam
Meus segredos
Para o mundo.
''Nosso amor é sempre sombrio, demais da conta, demasiadamente inultil, livre de compaixões e segredos na sentinela do passado ou navio negreiro! ''
"O que eu quiser
irei alcançar
basta ter Fé
mas se um pouquinho demorar
não preciso me preocupar
é porque Deus, gosta de caprichar"
PRA NÃO MORRER DE SILÊNCIO
Escrevo um poema como um cristão confessa-se ao vigário:
perdoem-me.
Porque não sou demasiadamente bom
e tenho medo.
Escrevo um poema como quem se trai no espelho
- e que se vê aflito -
a sentir a fome do mundo no peito.
Por que alguém haveria de ler
a loucura e o desleixo?
Escrevo um poema como quem grita:
"Socorro!!! Tem um bicho de baixo da minha cama"
e sozinho no meio da noite,
apenas tem a insônia para dialogar.
Escrevo um poema como voa um pássaro
que depois de tanta liberdade
canta no ninho sua solidão.
Escrevo um poema como um vigia espera a aurora.
Escrevo um poema como quem nasce,
e de nada pode vir a saber sobre si ou sobre algo
na imundice do pátio da vida.
Escrevo um poema como quem suicida;
e deixa sua angústia a flutuar por sobre o mundo.
Escrevo um poema como um velho contempla o pôr-do-sol
e se vê entardecendo ciclo após ciclo.
Escrevo um poema como uma mãe diz
"não tenho fome"
e dá ao seu filho o melhor pedaço de carne
Escrevo um poema como um bêbado se equilibra
como uma noite desce
como um livro guarda
como um amor cuida
como um louco pensa.
Escrevo um poema como uma criança diz "eu te amo"
quando na verdade nem sabe que diabos é amor.
Escrevo um poema como um coração se contrái
como o olho enxerga e dorme
como uma mão acaricia e bate
como um doente vomita seu mal.
Escrevo um poema como uma mulher pare uma dádiva
ou aborta uma desgraça.
Escrevo um poema como um cão descobre seu fim
e afastado de seu amado dono, perece triste.
E ninguém vê, nem espera, nem sabe.
porque quando vê já não é mais útil,
porque quando espera já não há mais tempo
porque quando sabe já não é mais hora.
Apenas escrevo um poema...
Uma dor...
uma chegança...
um começo...
Se um dia você receber, outras flores
Que não sejam rosas...
Será por que as mesmas já não conseguem disfarçar...
Os segredos que levam por mim.
Sete Verdades Que Eu Gostaria De Saber Quando Ainda Era Adolescente
Valorizar os instantes em família é o melhor investimento de tempo que alguém pode fazer em sua vida. E não importa qual a idade que se tenha, os laços verdadeiros são criados com os membros da própria família. Amigos são extremamente importantes, mas na maioria esmagadora das vezes o colo que se precisa continua sendo de alguém que presenciou o seu o seu nascimento, a infância e o seu desenvolvimento. E que em muitas das vezes ocorre o distanciamento dos familiares devido a imaginar ter crescido demais para continuar a depender da mamãe ou do papai. Abraçar, beijar, dar e receber carinhos, colo, declarações do quanto seus pais, irmãos, tios, primos, avôs são importantes em sua vida ajudam a criar um suporte emocional considerável para quando chegarmos a idade adulta.
Não tem mal algum em ser afetuoso independente de ser menino ou menina, aliás já ficou para trás há muito tempo a sociedade patriarcal, onde homens não podiam ser afetuosos e não podiam escrever cartas de amor, poesias e demonstrar sentimento.Demonstrar amor, carinho e se apaixonar o torna mais humano ainda.Homem também chora.
Sentir medo é normal, e sentir e demonstrar medo não o faz menos homem do que os valentões de plantão, pelo contrário, sentir medo e não precisar provar pra ninguém que se é homem aumenta suas chances de não engrossar as estatísticas que apontam o grande número de homicídios que vitimam milhares de meninos e rapazes que cresceram achando que homem não podem fugir ou se negar ao confronto ou desafio. Homem também escreve cartinha de amor e também chora.
Que não é porque uma menina tem a sua sexualidade vivida a sua maneira que ela é menos interessante do que outra que a sociedade diz ser mais recatada. Que as mulheres assim como os homens também têm direito a desenvolver sua sexualidade e não devem ser educadas para sentirem medo em todas as situações. Mulher devem ter agressividade sim, assim como os homens podem sentir medo.
Que na maioria das vezes o primeiro amor poderá não ser o único, mesmo que pareça, e que faremos coisas ou prometeremos coisas, assim como todos apaixonados, que poderemos nos arrependermos para sempre ou serão promessas tão absurdas que daremos risadas de como fomos inocentes e ridículos e duvidaremos de termos cometidos certos despautérios.
Que é suportável o fim de um relacionamento ou um fora.O coração partido que parece sangrar de dor irar sarar. Quando amamos sempre temos a impressão que entregamos nosso coração e nossa vida ao outro e quando o elo se rompe parece que estamos desamparados e que nunca mais iremos nos encontrar, sofremos muito, as vezes desejamos a morte, não por não amar a vida, mas para amenizar a dor. O importante é saber que tudo passa.
Que não seremos adolescentes para sempre e que cada idade tem suas venturas e desventuras, que se é jovem apenas um vez e que crescer não é essa maravilha toda que imaginamos. Que vivenciar com calma, serenidade e aprendizagem a juventude é uma das melhores formas de aproveitar uma fase única na vida, pois tudo tem seu tempo e lugar certo para acontecer.
Edson Luiz Elo
Chegou em casa, abriu as portas, as persianas, as janelas. Caminhou por entre os móveis, preenchendo os espaços vazios. Os passos pesavam, seu corpo não conseguia carregar o próprio peso, os pés, frágeis, se retorceriam se pudessem, o cansaço era visível.
Foi até o banheiro, olhou-se e naquele espelho manchado, viu um reflexo que não era seu. Algo inumano. Procurou vestígios de felicidade, nenhum. Amor? Nenhum! Dor? Muita! Solidão? Mais ainda! Subiu as escadas, restejaria se possível fosse, não era.
Eram 3:00 da manhã. Havia um fulgor desconhecido naquela noite, algo especial ou diferente. O referente era um inimigo em potencial. A noite foi feita para os loucos, aos que amam intensamente. Era seu caso, amava tanto e esquecia de se amar. Amava a madrugada, o cheiro do conhaque e as taças de vinho manchadas de batom vermelho. Amava ouvir jazz no tom mais suave possível. Amava o azul, naquele tom quase preto. Amava a lua e suas metamorfoses. Amava a vida, odiava viver.
Olhou sua história por um lado, por outro, por perspectivas mistas e opostas. As vertentes que se cruzavam no emaranhado de problemas em que tinha se metido. O amor não correspondido, a traição explícita. A falta de amigos, a solidão...
Como dizer a alguém que possivelmente ela possui depressão? Não é uma tarefa fácil, ao menos não deveria ser. Costumo dizer que quando toma-se um papel como esses, o autocontrole é fundamental. Não queria eu, dizer para aquela doce menina que o que ela via nas manchas de vinho era o seu sangue escorrendo pelas manhãs da camisa. Que absolutamente todos os seus amigos, eram fruto de sua imaginação, porque ela era estranha demais para se adequar socialmente a qualquer parâmetro significativo existente.
O que é a vida, senão um misto de cores borradas, palavras engolidas e borboletas no estômago, regurgitadas? O problema começa partindo do fato de que, cores misturadas se tornam preto, e quanto mais pigmento, mais escura a cor. Até seu sangue escureceria, quem dirá, aquela dor? E a ferida só aumentara...
Ela sentou à beira da janela. As grades de proteção ficaram para trás, afinal, o que ofereceria mais proteção que o próprio perigo? Quando se expõe a ele, nada mais se deve temer, não há do que se proteger.
E ela cantava, entre lágrimas e sorrisos, traçava uma tênue linha entre o real e o imaginário. O vestido branco manchado nas mangas com o vinho... Voava conforme a dança tecida pelo vento noturno. Ela estava em pé, alternando os pés pela beirada da sacada. Um após o outro. Vamos contar comigo 1, 2, 3... Os pés se chocavam e ela olhava para baixo. Não tinha medo do escuro, tinha medo da solidão, e até isso já enfrentara. Não tinha ninguém, não tinha nada. A lua gritava no céu, e no chão, refletida nos tetos dos carros. Nada mais fascinante que a lua... Ao final daquela noite, ela se viu leve como um pássaro. Queria voar, ascender aos céus, e pulou. Voou.
Encontrou a lua, abraçou-a por toda a eternidade. A solidão acabou, o medo cessou, ela e a lua, deram adeus à vaidade.
Porque não dá, simples assim !
Não dá pra não querer teu cheiro
Não dá pra não cantar teus olhos,
Não dá pra não querer tua boca,
Não dá pra não sonhar !
Simples, fácil.
Pra mim não tem segredos
Pra mim, não escondo.
Eu tenho um sonho.
Se esse sonho se realizar,
deixarei de ser quem sou e passo a ser meu sonho.
Se eu passar a ser meu sonho, serei perfeito.
Mas, se eu for perfeito, não serei humano,
pois humano não poderei ser, já que humano não é perfeito da forma como eu quero ser.
Eu quero ser um mistério
para os olhos de outrem.
Viver, sendo este sonho que outrora desejei.
Pode parecer egoísmo, mas acredite, não o é.
O mistério torna bonito
as palavras que eu disser.
Não acredito em sonhos que não forem acontecer.
Sonhando em me tornar um sonho, eu vivo sem parar, vivendo em prol do sonho, estou aqui para quem desejar.
O segredo está escondido, assim como deve ser,
Segredos não se revelam à quem os quer saber.
Eu conto meus segredos Através de contos e poesia.
Quem sabe você não descobre o que eu tanto dizia.
Você é a oitava maravilha, mas disso ninguém vai saber.
Você é meu segredo, E para sempre vou esconder...
Se algo é segredo, é porque é secreto. Se não foi dito ao quatro ventos, é porque não é para saber, é porque é perigoso, é porque é proibido.
'Essa noite eu sonhei e acordei com saudades de Tudo, saudade daquilo que não vivi...Tudo,
saudade daquilo que valeu. .. de Tudo,
Saudade daquele sorriso. .. Tudo!
Saudade daquilo que se perdeu, Tudo.
Sintomas de Ti,tu, te, Ta. .. , to agora aqui... Sonhei e lá sim você vivia em mim!
Tim, Tim!'
(Lembranças de uma vida que sonhei conTigo)
Quando ela chegou uma música divina escapou pela calçada. Acalmaram-se rostos na alegria do seu nascimento. Alma de nuvem, o sol se fez mais bonito transpassando os dias que iluminariam seus dias vindouros.
A estrada de Amanda é longa, como o infinito. E o infinito parece uma luz se acendendo junto a um punhado de estrelas brilhando na imensidão que paira diante de seus olhinhos cor da esperança.
Amanda é um pássaro de papel desenhado por mãos hábeis – uma menina que veio com o dom de trazer a alegria do Altíssimo em nome de Marlucia e Aparecido.
E como a vida, que inspirou os dois, assim é a presença dela, pujante e real como fios paralelos tecendo janelas de instantes imorredouros dentro da magia da sua própria existência.
Amanhã ela brincará na areia – como a vida nos seus sonhos. Ela é a morada do bem-te-vi voando no fio da alegria. Da alegria que recolhe, na sua caminhada, a esperança que fortalecerá eternamente o porvir.