Segredos
Aprende se muito mais sobre os reais segredos da vida com os jardineiros e agricultores do que ouvir em tese entre os mais letrados e juízes.
Os segredos fazem parte de nós e não adianta escondê-los; por mais que os escondamos, eles sempre nos aparecem.
O que são segredos, senão coisas que queremos esquecer? Então, por que manteríamos contato com outras pessoas que se lembram deles?
Segredos estão em todos os lugares. Alguns humanos são cheios deles. Como não explodem? Parece ser um recorde da espécie humana: habilidades de comunicação absurdamente limitadas.
ENCONTRO DO AMOR
Você atravessou meu caminho
Prontamente decifrou meus segredos
Atingindo em cheio meu coração;
Repleto de expectativas e anseios
Seu toque rapidamente me incendiou
Consumando parcialmente
minhas intenções
minha boca ávida buscou a sua
Saciando um desejo tão esperado
Um delírio alucinante nos consumia
De corpo e alma fomos conectados
Loucamente te fiz minha,
Eu inteiramente seu
Um momento eternizado entre
muitos de um futuro anunciado.
Os olhos, verdadeiras sentinelas da alma, desvendam os segredos mais profundos do coração humano, revelando verdades que palavras tentam ocultar. Em um fugaz instante de distração, traem sentimentos e intenções, desvendando a essência de cada indivíduo.
Noite e Dia do Ser
Na escuridão oculta, meus segredos dançam,
Defeitos sussurram, sob a sombra densa.
Mas à luz do dia, ergo-me, aparentemente forte,
Como um herói num palco, que minha máscara suporte.
Nas trevas, sou frágil, humano em desalento,
Meus erros e falhas, um manto envolvente.
Mas na luz que irradia, escondo a tristeza,
Ergo a cabeça, exibindo a aparente firmeza.
Entre a sombra e a luz, vagueio em dualidade,
Entre a máscara e a verdade, na busca da claridade.
Na escuridão escondo meus defeitos, é verdade,
Mas na luz do dia, sorrio, sereno na falsidade.
Neste palco de ilusões, onde o papel é o nosso ser,
O coração, uma caixa de segredos a pulsar.
Em sua superfície, a alegria e o amor, aparentemente plenos,
Mas oculta uma dependência, uma corrente invisível.
A pessoa encontrada, um símbolo de esperança,
Um farol na escuridão, uma promessa de romance.
Entregamos nosso coração, cegos pela emoção,
Sem perceber as sombras, os sinais da traição.
No teatro da vida, somos marionete,
Interpretando papéis, seguindo os roteiros impostos.
E assim, nosso coração, outrora cheio de vida,
É transformado em uma sombra, uma ferida.
Como objetos descartados, somos deixados para trás,
Nossos corações esmagados, sem cor, sem paz.
E no fim, resta apenas o vazio,
Um símbolo da crueldade deste mundo sombrio.
Quando tínhamos cinco anos, fizemos uma promessa: “nada de segredos”. E foi fácil, porque contávamos tudo um ao outro.
Meus segredos são explícitos,
meus desejos, porém, implícitos.
Não queira me decifrar, não queira
me ler nas linhas que escrevo.
Porque estou nas entrelinhas,
no concreto da emoção.
Flávia Abib