Sede
COMO PUDE ESPERAR SACIAR A MINHA SEDE, SE INSISTI EM MANTER COMIGO ESTE COPO VAZIO?
COMO PUDE ESPERAR RECEBER UMA CHUVA ABUNDANTE DESSE DESERTO ÁRIDO?
COMO PUDE ESPERAR SENTIMENTOS NOBRES DE UMA PESSOA TÃO FÚTIL E DESPROVIDA DE DISCERNIMENTO?
COMO PUDE ESPERAR RESPEITO DE UMA PESSOA QUE NÃO RESPEITA À SI PRÓPRIA?
COMO PUDE ME ENGANAR TANTO COM O SORRISO DESSE LAGARTO?
COMO PUDE ACREDITAR QUE EU TERIA LUGAR NO CORAÇÃO DE UMA PESSOA QUE ACHA O MUNDO GIRA EM TORNO DE SEU UMBIGO?
COMO EU PUDE NAO TER PERCEBIDO QUE EU FUI MAIS UM FANTOCHE, DESSE TEATRO CHINFRIM, QUE ESSA PESSOA CHAMA DE VIDA?
COMO PUDE ME ENVOLVER EM SUAS DISSIMULAÇÕES E ACREDITAR QUE EU ERA ESPECIAL?
COMO PUDE PERMITIR QUE MINHAS LAGRIMAS CAISSEM AO SENTIR SUA PRIMEIRA FACADA, E AINDA PERMANECER ALI, ACREDITANDO QUE FOI SEM QUERER?
COMO PUDE SER TÃO CEGA? TÃO TOLA?
COMO PUDE ME DEIXAR ENVOLVER NESSE ENGÔDO, QUE EU MESMA ACREDITEI QUE FOSSE AMIZADE?
ESSA CRIATURA EGOCÊNTRICA, EGOÍSTA, INSENSIVEL, ERROU...
MAS CERTAMENTE O MAIOR ERRO FOI O MEU... POR TER ESPERADO TANTO E POR TER ME DEIXADO SER MAGOADA TANTAS E TANTAS VEZES...
OBRIGADA SENHOR, POR DEVOLVER-ME A VISÃO, QUE EU TÃO NEGLIGENTE, DEIXEI ESQUECIDA POR AÍ...
Verdade absoluta
A sede de prazer adoça a carne, vibrante, estonteante!
Abarca o céu num só grito!
Mas é chegar tão perto! Pois o longe continua distante e o mundo assim por descobrir!
Foi como no deserto que você me fez sentir
Caminhando pelo solo procurando saciar a minha sede
E num momento de ilusão, até te vi
Mas não passou de uma miragem, no horizonte sem fim.
Se as vezes sinto a sua falta
faço da sede de te amar a ânsia insaciável que me mata
E nos teus olhos cor de mar
lanço-me no anseio de nos olhos teus de amor me afogar
Pra que no âmago do teu olhar
eu possa, enfim, viver o que tua indiferença tenta me negar
Tenho sede e fome da verdade.
Conviver, apenas, com a minha verdade é saciar-me com água turva e ingerir alimento vencido.
Vivamos a história e não sejamos a estória.
A única merecedora de minhas lágrimas. A única que poderia matar a própria sede com sal do meu corpo. As únicas que serão derramadas por ela, mais nenhuma. Por que a lágrima é interior, sentimento, saudade. E ela não vive mais em mim, mas vive. De alguma forma vive. Seja nas ruas. Nos livros lidos. Nos presentes dados. Nos cafés da tarde tomados. Nas salas de cinema beijadas. Nos pássaros cantores. Nas outras mulheres vistas e rejeitadas. Ela não é elas. Ela é única. Na noite deitada e lembrada. Porque o amor não faz no presente. Se faz no futuro, na distância que a pessoa está de mim e no vazio que ela deixou.
Hoje eu estou com frio, com sono, com fome, com raiva, com medo, com sede, com tudo, menos com você!
Ser livre
Tenho a alma sem punidade
Sem mistérios nem solidão.
Tenho sede da tal liberdade,
Quer voar solto meu coração.
Sobre mim paira uma estrela,
Que cintila numa grande constelação,
Dentro de mim trago a certeza,
De que a liberdade não é pura ilusão.
Ser liberto é ter a razão na consciência
De se estar livre da soberba e do egoísmo,
Viver respaldado pelas palmas da coerência,
Sem preconceitos, falsidades e cinismos.
É natural sonhos onde bebemos água direto da fonte. Mas para que a sede seja realmente matada, é necessário o despertar dos sonhos.
"BREU"
"Ao cair da noite,
Meus sonhos despertam
Num impulso instantâneo;
Sedentos por encontrar,
Entre os reflexos do mar,
Teus olhos...
Aqueles que, de tão vivos,
Contagiam a minha existência;
De tal modo que, me vejo flutuar
Entre as estações,
Em meio a canções sem final,
De melodias doces,
Compassadas com primor.
Ah!, se fosse dono do mundo,
Trocaria as manhãs e as tardes
Por esses encantados breus,
Que me fazem companhia
E me levam até você...".
Minha alma te procura, meu corpo te deseja com sede do teu amor.Mesmo que mil oceanos nos separem, estarás comigo esta noite na cama dos meus sonhos.
Minhas mãos serpentes gostam de sentir sede
Engolem o fluído de tuas primeiras migalhas
Ao longe, os troncos são pequenos indigentes
Fundindo os dedos de uma saudade pintada de opaco
Meu imaginário propaga raízes
Elementos lúcidos cozendo teus nervos
Esperam por mero acaso teu encontro
...
Na lama imperceptível há o desprezo da identidade
Infinitamente em prece para cruzar minhas veias.
A Humanidade está num estado de verdadeiro
colapso espiritual, com “fome” e “sede” de conhecimento espiritual verdadeiro. Talvez a maior dessas torturas seja o facto de a Verdade não ser dita, reconhecida, pois muito do povo, cego na sua ignorância e ensinado
a “não pensar por sua própria cabeça”, não acredita em mais ninguém a não ser nos que detêm o maior poder e aparato visível.