Frases de Schopenhauer
Será genuína sabedoria de vida de quem possui algo de justo em si mesmo, se, em caso de necessidade, souber limitar as próprias carências, a fim de preservar ou ampliar a sua liberdade, isto é, se souber contentar-se com o menos possível para a sua pessoa nas relações inevitáveis com o universo humano.
A virtude da modéstia é, decerto, uma invenção considerável para velhacos, pois, em conformidade com ela, cada um tem de falar de si mesmo como se fosse um deles, o que coloca todos magnificamente no mesmo nível, uma vez que produz a impressão de que não há absolutamente nada além de velhacos.
A glória que se tornará póstera assemelha-se a um carvalho que cresce bem lentamente a partir da sua semente; a glória fácil, efémera, assemelha-se às plantas anuais, que crescem rapidamente, e a glória falsa parece-se com a erva daninha, que nasce num piscar de olhos e que nos apressamos a arrancar.
O ódio constitui de longe o prazer mais insistente; os homens amam às pressas, mas detestam longamente.
Uma vez, teve de aguentar a companhia de uma mulher muito falante, que contou em detalhes como sofria no casamento. O filósofo ouviu paciente e quando a mulher perguntou se ele a entendia, respondeu: — Não, mas entendo seu marido.
Por acaso você acha que a luz somente existe enquanto a está vendo? Não, é você que não existiria se a luz não o visse.
A sólida base de nossa visão do mundo e também o grau de sua profundidade são formados na infância. Essa visão é depois elaborada e aperfeiçoada, mas, na essência, não se altera.
A vida é tão curta, problemática e passageira que nem mesmo para isso chega a compensar envolver-nos em maiores esforços.
Por mais que a amizade, o amor e o casamento unam as pessoas, no fim, cada um é «inteiramente sincero» apenas consigo mesmo e, quando muito, com o próprio filho.
O desejo pode nos humilhar de duas formas básicas: negando-nos a realização de nosso desejo ou, pior, deixando que realizemos nosso desejo.
Quando suspeitamos que alguém mente, devemos fazer-nos de crentes: ele então torna-se ousado, mente com mais intensidade e se entrega.
Cada um fugirá, suportará ou amará a solidão na proporção exata do valor da sua personalidade. Pois, na solidão, o indivíduo mesquinho sente toda a sua mesquinhez, o grande espírito, toda a sua grandeza; numa palavra: cada um sente o que é.
Uma filosofia cujas páginas não abranjam os extremos das lágrimas, choro e ranger de dentes e o fragor pavoroso do homícidio social recíproco e universal não é absolutamente uma filosofia.