Saudades Eternas Amigo
Estava com saudades de escrever essas poesias de meu sofrer, oque faltou foi é sentimento. Mas isso eu deixo para depois, não quero relembrar a dor que já me foi.
No tempo muitas saudades
O encanto nunca é só plástico
se o sentimento é não perecível
não é crueldade o tempo
se há ócio em continuidade
em cada ciclo de um dia
milhões de oportunidades
e o sangue que se fundiu
formou-se em profecia,
sacerdócio e poesia...
grãos de ambíguas verdades
vontades são instrumentos
o tempo , um tênue fio
e um pacto, sem vencimento...
Assim és
Do feminino és o exemplo vivo.
Encanto de mulher,que mora em meu peito.
Saudades de tudo que é teu, eu tenho,
do riso,da fala,dos olhos do jeito.
Quando falas a boca mexe, os olhos dizem,
com o meneio da cabeça, te explicas,
com as mão e os dedos, indicas.
Mesmo que eu explique,ninguém acredita.
Mulher de beleza infinda.
Para mim és o amor primeiro nada a ti se
compara.
Única és e o serás, sempre.
Se preciso fosse agora encontrar alguém, de
encanto e beleza tantas, seria melhor desistir,
esse tesouro é meu,de mais ninguém.
De mim, és a senhora.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U B E
Saudades da felicidade de um tempo atrás de um sorriso do Sol, Que logo a chuva desfez com a tempestade, sem maldade e um amanhecer sem neblina que se pode mostrar a tristeza divina, de um até logo da felicidade que vai trilhando seu caminho em meio à maldade
Saudades da felicidade...
... nas saudades que me enfusca disfarço e o falso invento; sorrio sem brio, sem tento embora a minh'alma moa...
Saudades de você minha amiga
Garota, seu lindo olhar
Incendiou meu coração
Sequestrou meu pensamento
Libertou minha inspiração
E num momento perfeito
Não sei explicar direito
Era tipo ficção
O sol tocou sua pele
Revelando seu sorriso
Era igual ao paraíso
Que descrevi num poema
Sua mão macia e pequena
Escondendo – se no moletom
Sua voz em afinado tom
Que dominava o espaço
Fez – me querer seu abraço
Que de tão apertado é bom…
Quanto mais o sol subia
Mais mostrava o seu brilho
Já me via fora do trilho
Toda vez que tu sorria
Abrilhantava meu dia
Trabalhava mais contente
Torço muito pra que a gente
Volte a se encontrar um dia…
Mando-te neste cordel
Um abraço carinhoso
Bem forte e bem gostoso
Com um sabor de saudade
Para que nossa amizade
Dure o século todo...
saudades de quem
sabe que me faz bem
será que ele
tem outro alguém
se tiver alguém
que a trate bem
mas não a trate
como a mim meu bem
Saudades
"Se é pra falar de saudades...
Vou falar de você.
Você que está ausente de meus olhos,
mas tão presente dentro de meu coração.
Você se foi...
Mas em meus pensamentos ainda está aqui.
Você deixou tantas lembranças,
tantas coisas suas ficou pra trás.
A cada novo amanhecer,
há tantos motivos pra trazer saudades de você.
Saudades vem como uma brisa suave, trazendo seu nome, seu cheiro...
Traz também uma dor que aperta o peito,
um desejo de chorar incontrolável.
Se é pra falar de saudades,
vou falar de nossos momentos.
Vou guardar com carinho no coração o amor que conheci.
Vou eternizar o que vivi ao seu lado,
mas vou ter que conviver com o silêncio desse amor.
Se é pra falar de saudades, vou sempre falar do tempo que o destino me deu ao seu lado."
(Roseane Rodrigues)
Hoje é dia da cidade da praia. Confesso que tenho saudades daqueles taxes velhos, piratas apaixonados, carteirista simpáticos que planeavam actos na próxima gamboa. Eu olhava com atenção para aquela senhora boa. De terceira idade. O pessoal da ilha do fogo a diversificar na língua, antiga estrada de buracos que sugava os nervos dos pedestres e sonhos de chofer. Hoje a actual rua pedonal com calor e diversidade de corres que tem feito a capital ser cidade. Ainda que menina de costa voltada para o atlântico. Parabéns praia e as suas gentes.
As vezes fico parada lembrando de muitas coisas que vivi,sinto saudades quando sinto cheiros,fotografias,lugares,brincadeiras,tenho muitas saudades dos entes queridos que se foram...tem lembranças que valem a pena a gente voltar no tempo com a nossa memória pra reviver um pouquinho do que se foi.
Rua Saudades
Nas ruas da saudade,
passeio bem devagar.
Sento-me em praças,
revejo lugares, realidades
de mim.
Ouço coisas, vozes passos.
Quando para trás olho,
uma das ruas viravas.
Quase que te reví.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Em outra circunstância eu diria que sinto saudades; outrora a casa vivia repleta de crianças; filhos, netos, sobrinhos... éramos uma família unida e feliz. Foi um tempo de abundância quando o algodão era um sinal de luz, as árvores frutíferas atraiam os pássaros, as flores ornamentavam a casa grande, como promessa de muita felicidade e tudo isso começou na igrejinha de santa Rita de Cássia pequena e acanhada de piso morto. Frei Jerônimo celebrou nosso casamento depois de seis anos de namoro, discussões ríspidas entre nossas famílias que tinham suas rixas e eram contra a nossa união; mas o amor se sobrepôs ao ódio e derrubou a cerca de arame farpado que ia da estrada até as proximidades do rio, o que compreendia nossas propriedades e não deixava de ser um bom pedaço de terra, algumas cabeças de gado, porcos e outras criações, além do algodão e do milho. A partir de então houve entre nossas famílias uma total harmonia, eu diria que nos tornamos uma, porque os problemas que surgiam eram nossos e resolvíamos em conjunto e nossas alegrias eram compartilhadas; então veio, em homenagem a avó paterna Ana Luzia, nossa primeira filha: Analu. Juaquim meu marido queria que ela se chamasse Elenice o meu nome mas eu tinha uma grande admiração por dona Ana, minha sogra, que mesmo nas nossas rixas durante o nosso namoro nos apoiou. foram anos de uma felicidade completa; vieram outros filhos e isso só consolidou o nosso amor. ninguém teve tanto a certeza de ser amada como eu; mas mesmo nos melhores momentos, as vicissitudes da vida acontecem e ninguém está imune às paixões.
Analu corre ainda entre a varanda, o pomar e as roseiras que adornam a frente branca e azul de nossa casa, nas brincadeiras ingênuas de sua adolescência com os irmãos, primos e vizinhos, Juaquim cuida dos bichos ou das plantações e provavelmente cantarola uma canção romântica; assim as coisas ficaram na minha lembrança. Numa parte ou outra, dunas ameaçavam bairros e as chuvas tornavam-se mais escassas. ouvia-se histórias de famílias que migravam por essas dificuldades; resistimos a todas as adversidades.
Era uma tarde nublada de agosto, Juaquim tinha ido pescar no rio quando o carro entrou pelo nosso portão e chegou bem próximo aos degraus que conduziam a nossa porta; era Eriberto, o advogado, que trazia uma pasta; ele cuidava do inventário do sr Benedito, meu sogro, falecido há poucos meses, vitimado por falência múltipla dos orgãos. Ninguém diagnostica o tempo como causa mortis; meu sogro já contava 99 anos. "Quem é esse anjo?" Questionou Analu, que já contava 18 anos. Heriberto era assim, dava sempre essa impressão, e se sorrisse e nos olhasse nos olhos passava-nos a sensação de uma fragilidade que também nos contagiava. Eu já conhecera aquele sentimento e vivia numa dúvida cruel, convivendo com aquele remorso, imaginando se Samuel, meu filho mais novo, não seria filho de Eriberto. desde então Analu parecia mais calada, vez ou outra estava sempre no telefone sussurrando; Samuel certa vez ao chegar da escola mencionou ter visto Analu na pracinha conversando animadamente com Heriberto parecia uma tragédia anunciada, meses depois notava-se a barriga de Analu crescida; Juaquim chegou a ir atrás de Heriberto, mas ficou sabendo que ele era casado e havia se transferido pra outra capital; meses depois nascera Cecília, mas Analu perdera todo o brilho do olhar, juaquim também ficara meio rançoso; certa noite me questionou por que eu não lhe falara sobre a origem de Samuel. Juaquim era um anjo, de um amor puro e imaculado. Quantas vezes olhamos o por do sol sobre as dunas que guardavam a nossa história; e dali vimos o brilho de um nascente renascer nos olhos de Analu, que na igrejinha de santa Rita de Cássia, agora com piso de mármore e torres iluminadas, casara-se com um dos filhos de um primo distante de Juaquim.
De vez em quando penso que todo esse tempo não passou, quando contemplo Gustavo, marido de Analu, tirando leite das vacas, colhendo o milho, obsevando a plantação de algodão; ele também cantarola algumas canções que mencionam amor e paixão, de vez em quando caminhamos à beira do rio; de vez em quando são subdivisões de uma eternidade que se divide em partículas para serem bem guardadas ou esquecidas pelo tempo e o perdão.
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