Saudades de Você Meu Amor
"Eis aqui, o que dizia, a carta da desvairada:
'E..., meu amado, peço que me perdoe, mas já não podemos mais, ser um só.
Perdão, meu amor, te deixo no nosso templo de amor, mas continuarei te amando, jamais estará só.
Perdão, amado, perdão, perdão, mas minha vida tornou-se um eterno choro, não sou capaz de desatar, em minha garganta, o nó.
Te amo E..., como o céu ama as estrelas; como o Sol ama o amar, e como ele, devo ser só.
Meu amor, peço que não me odeie, mas seus escritos, os seus livros, lhe farão uma companhia, demasiado melhor.
Doravante, amor meu, vá, seja feliz, encontre alguém, que não faça seu castelo de felicidade, tornar-se pó.
De mim, de nós, amor, eu tenho dó.
Sei que vou, sei que sofreremos, mas contigo, vivendo com indiferença, será pior.
Rogo, para que o nosso ipê floresça, que cada pétala, seja uma eternidade de felicidade em sua vida, que ele lhe faça companhia, que não se sinta só.
Peço que não me odeie, meu amor, meu coração ainda bate por ti, mas se ele parasse, agora, nesse instante, seria melhor.
Não te esquecerei nunca, amado meu, pois o sonho da eternidade contigo, é uma estaca cravada em meu peito e o sonho de nós dois, ainda sei de cor.
No momento em que lhe escrevo essa carta, o céu parece prever o nosso fim, parece furioso comigo, por deixar transbordar a minha dor.
Amado meu, vou-me, mas lhe deixo, meu eterno amor.
Espero que a chuva, que sobre nós já se avizinha, possa lavar-te de mim e que não guardes rancor.
Amado meu, peço que não me odeie, por favor.
Lembre-se E..., depois da mais intensa das tempestades, o céu, sempre ganha cor.
Não morra, mas mate em seu âmago, nosso amor.
Daquela que te ama, daqui à eternidade.
D...'
Infelizmente, não houve cor para o meu amigo, após aquela forte trovoada.
Que a alma dele descanse, e não se recorde das palavras vazias, da de alma vazia, desvairada..." - EDSON, Wikney - Memórias de Um Pescador, A Carta Que O Matara
"Meu coração está despedaçado, então, cada uma pegue um pedaço e faça o que quiser.
O que posso fazer com a paixão, quando o meu bem-querer, malmequer.
É amargo o amor, ardente a paixão e doce é o perfume de mulher.
Sei o que sou, não sei o que ela é.
Não tem solução, já não tem mais volta, ateu acerca dela, abandono agora a minha fé.
Pelas veredas da solidão, viajo a pé.
Com o coração despedaçado, recolho o que sobra, distribuo migalhas à ralé.
Das que me amaram, pegue os pedaços, e façam o que quiser..." - EDSON, Wikney
Na casa que meu avô morou,
Esse era o cantinho que ele sentava,
A cadeira que ele balançava,
Apreciando essa linda vista,
Vixi, e quando chegava visita,
Ali dava um valor conversar,
Histórias adorava contar,
Do passado chega batia a saudade,
Desde quando passei a morar na cidade,
Aos finais de semana eu sempre venho,
É grande a tristeza que sempre tenho,
Porque agora só encontro minha vó,
Do meu avô a saudade é uma só,
Do tempo que não volta mais,
Valorize seus avós e seus pais,
Enquanto vida tiver,
Porque quando o sopro da vida vier,
Nada os trarão de volta,
E o que verdadeiramente importa,
São os momentos únicos vividos,
O amor, as brincadeiras e o riso,
Tudo aquilo que encanta o coração,
Hoje posso dizer com convicção,
Cada balanço nessa cadeira é maravilhosa a sensação.
Tens o que precisa: o meu número está na sua agenda; meu endereço na fotografia de sua memória; a minha cama arrumada à sua espera; e o meu coração, esse não me pertence mais... O perdi quando te encontrei.
Se a vontade vier, venha!
Se não, não!
Meu Instagram virou máquina do tempo
Dois feeds, dois tempos, duas vidas.
Um passado que ainda vive, um presente que se renova.
Um para o mundo, outro para a saudade.
Um Instagram que virou máquina do tempo, e agora, pela primeira vez, o medo.
Do que perder, do que apagar.
Do que já foi, do que poderia ser.
Um medo que é também uma esperança.
A esperança de que, mesmo se for tarde,
Ainda haverá tempo de lembrar.
De lembrar do que foi,
Do que poderia ser,
Do que ainda é.
Mesmo que seja apenas na memória.
Mesmo que seja apenas na saudade.
Mesmo que seja apenas no Instagram.
Tudo está tão perto, tão fácil de mudar, mas ela está tão longe, tão difícil de acessar.
Apesar das nossas fotos arquivadas, a saudade segue apressada, e o amor tão forte de algo que perdemos e das infinitas possibilidades de um futuro que não existiu.
Choro por tudo que não tivemos.
Sorrio por tudo que realizamos.
E, no meio disso tudo, tento viver o presente,
Aproveitando cada momento,
Cada sorriso,
Cada lágrima.
Porque, no final,
O que importa é o que vivemos,
Não o que poderia ter sido.
E, mesmo que o passado esteja tão longe,
Ele sempre estará conosco,
Na memória,
Na saudade,
E, quem sabe,
No Instagram.
"Hoje eu amanheci no escuro;
Nessa vida eu penumbro enquanto não acho meu rumo;
Eu desarrumo quem tenta me dar um rumo
Sigo sem rumo em um mundo sem futuro.
Do futuro o que posso esperar se você não estiver lá?"
No Silêncio do Coração
Que seja doce, meu bem sereno,
Como se fosse uma paixão,
Que no silêncio traz um aceno,
E faz eterno o meu coração.
Amar-te me traz esperança,
Confiança no que há por vir.
Às vezes, a sensação de mudança,
Ou o medo de um dia te ver partir.
E, se te vais, meu bem ausente,
O teu amor em mim sempre existirá.
Viverás em meu peito eternamente,
Pois quem ama aprende a guardar.
Estou me afogando, minha boca procura a sua para um último fôlego de vida.
Estou desfalecendo, meu corpo procura seus braços, dentro deles não há perigo. Dentro deles toda dor parece pequena, toda lágrima parece inútil, toda tristeza é passageira.
Não precisa ficar, mas esteja. Não precisa ficar, mas venha.
Olhar seu sorriso, sentir seu cheiro, tocar sua pele, é tudo o que eu preciso no momento, apenas isto me basta.
Se precisa ir, que vá. Mas volte. Recarregue minhas forças, vá, mas volte.
Respirei bem fundo, chega o meu peito apertou, me veio nessa hora um ardente desejo daquele nosso amor.
Odutacsal
O peito enche, o respirar é fundo,
Tem por hora mais de tu no meu mundo
Que vivências de outrora poderiam captar,
Enquanto não há presença, assola um desejar.
Vaga ausência veio visitar, dia após dia
Dentro dessa casa, tua lembrança faz lar,
Num episódio simplório tropeço e peço
A todos os deuses para me livrar.
Inútil depois de saber que há marcas
Que nem o tempo consegue apagar,
Deixa sob tapetes, disfarçando sob o olhar.
Garganta rasga enquanto a tarde cai
O tempo passa, algo ali me distrai
Sopro eólico na pele, reencontro minha paz.
Quem dera eu poder te abraçar, beijar, olhar no fundo dos teus olhos e ver que meu universo é lindo, lindo.
Poder beijar tua boca é minha tentação
Pois quando eu te beijo e meu corpo se recarrega de você o desejo para poder voltar a viver
Tamanha crueldade do destino
Em não deixar te ver
Te peço sabedoria nessa nossa situação e força e que pense sempre em nós.
Lidar com ausência está sendo cada vez mais dolorido.
Como se meu coração estivesse sendo esmagado.
O tempo é como um torno, a distância é a mão que aperta esse torno.
Cada segundo sem ouvir sua voz é uma tortura, fico imaginando como está, já que perto não posso estar...
Me preocupo com a manutenção de seu sorriso, sinto isso como meu compromisso!
Estou sem argumentos nesse momento, a única coisa que transborda em meu peito é a saudade…
A maior revelação não está nas linhas de minhas mãos, nas borras do meu café ou nos clarões de estrelas já inexistente. A maior revelação está em nós mesmos de considerarmos a necessidade de encontrar no outro a expressão máxima do amor de Deus em se revelar no outro a nós mesmos pelo seu amor.
MEU MAL, MEU BEM.
Diz-me como é sentir,
O bem querer, mas não mudar,
Teu jeito de pensar, falar e agir,
Até onde irei aguentar?
Muito fácil foi te amar,
E por você eu fui além,
Mas e se isso acabar?
Serás o meu mal, meu bem.
E esse amor que ainda é teu,
Com tua ausência será só saudade,
Do que floriu, viveu... desfloriu e morreu.
Mas não quero que esse amor padeça,
Meu mal ou meu bem, a escolha é sua,
Te amarei pra sempre, seja feliz... Prometa.
FIM DA PRIMAVERA
Foi num alvor assim. Sussurrava o vento
E o meu coração apático sentia a aragem
No céu carmesim, do raiar em nascimento
O sol lumiava a manhã, tão bela imagem
Desfolhava o odor do jardim, doce alento
A derradeira rosa, aparatava a paisagem
Na aurora do cerrado, lustroso momento
E o meu pensamento em ilusória tiragem
E eu, sonhando, ali sonhava pela metade
Duma saudade sentida, o sentir saudade
E tendo junto de mim o amor em espera
E as flores derradeiras, no espaço solto
Num murmurar, tu disseste: vou e volto
E não voltaste! Foste com a primavera!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/10/2021, 06’01” – Araguari, MG
"O meu eu, ateu, fez de ti um templo de adoração.
Eu que não tinha divindade, faço de ti hoje, meu único motivo de oração.
O meu eu, inexorável, frio, por você, abriu alas ao diálogo e ao perdão.
Fez-me sentir o calor e o aconchego da paixão.
O vazio que trazia eu no peito, quando sinto seu beijo, se preenche com chamas, meu coração.
As noites, com seus ventos gélidos, já não me causam o apavoro de outra ocasião.
Hoje tenho seus suspiros e abraços para afastar de mim a solidão.
As palavras não foram em vão.
Quando se trata das palavras, o meu eu, ateu, agora só lembra daquela nossa oração.
Quando a cada beijo e abraço, aquele "Eu te amo" se traduzia em uma forma redimir-me junto à minha religião.
Fiz de ti muitas coisas; o meu eu pecador fez de ti perdão.
O meu eu, ateu, fez de ti minha religião.
Fiz do teu corpo, na noite, meu templo de adoração..."
Santa Sara,
Sara meu coração,
Cura minha alma triste...
Tua luz que não me desampara
Seja companheira na minha solidão
Onde o silêncio existe.
Meu Amor de ti não se separa
Contigo estou em comunhão
Abrande a dor da saudade que insiste.
"Silenciosa
Vem a noite fria
Que lentamente habita em meu âmago
E reclama um verso!
‒ Que pena! Não te tenho rimas.
Sou apenas miragem de uma vida!
Rindo… uma vez outra chorando!
Às vezes de um sonho
De uma canção
Ou de um gemido a devorar-me!"
Rogério Pacheco
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG