Saudades de quem Morreu
Você vai, construir uma nova vida sem mim?
Talvez
Você vai, e sentirás saudades de mim?
Não sei
Você vai, e o seu amor por mim irar acabar?
Quem sabe? (é você)
Você vai, e volta
Só se você quiser
Você vai, pelo menos isso
Eu sei.
Saudades, saudades e saudades. Mas saudades do que? Não sei, só sei que estou com saudades...enfim, saudades é uma M...
Sabe, hoje sinto saudades de quando riam de mim, me chamavam de bobo sonhador; diziam a meu respeito que eu era alguém que tinha a cabeça nas nuvens, fora da realidade e que meu mundo com certeza não existia.
Neste tempo havia um sorriso na minha alma, uma alegria no coração e um desejo enorme de viver a vida sem desperdiçar um segundo se quer. Um bobo sonhador, sim. Um bobo feliz.
Hoje acordei e você não mais existia, um vazio apenas que fez de mim um homem de verdade, não mais um bobo. Hoje sou maduro, serio consequente e realista. Um homem um tanto frio, sem alma, sem cor e sem você, a capacidade de SONHAR, alguém que vive apenas de realidade e que não encontra mais o caminho da ilusão de um sonho; que faz com que uma falsa realidade se torne tão importante. Não passo de uma parte insignificante da realidade, mas que o mundo tanto precisa. Pois nele mais vale um HOMEM sem alma, que um BOBO SONHADOR!
Quando os dias não passam, e as dores são as mesmas, as saudades são as de sempre e os motivos rotineiros, é assim que na maioria das vezes eternizamos os amores perdidos.
PAIS, MÃES E FILHOS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Nunca tive saudades do meu pai. Tive, sim, saudades do pai que meu pai não foi. Na verdade, saudades de qualquer saudade que teria, se a minha história e de meus irmãos com ele fosse outra.
Ao me tornar e “retornar” pai, passei a ter medo. Um medo imenso de que minhas filhas algum dia não tenham saudades do pai que tiveram, mas, do pai que não fui. Ou que tenham saudades de qualquer saudade que pudessem ter, se nossa história fosse outra. Se tivéssemos história, pelo menos que valesse a pena lembrar.
Pais e mães deveriam refletir mais a respeito disso. Deveriam se preocupar em construir com seus filhos, histórias relevantes. De amor e presença. De atenção e cumplicidade. Se houver sofrimento - e sempre há -, que o sofrimento seja compensado por esses atributos indispensáveis à relação pai, mãe e filhos.
Que seja por egoísmo. Pelo simples deixar saudades. Não tem problema, porque esse egoísmo tem a capacidade mágica de salvar os filhos de uma frustração eterna.
NOSTALGIA PATERNA
Demétrio Sena, Magé – RJ.
- Saudades de você, minha filha.
- Ué, pai; mas estou aqui todos os dias. Que história é essa?
- Saudades de você na cadeirinha da bicicleta. Pedindo para ver canoas no Rio Suruí. Feliz da vida com um presentinho de nada. Chorando porque me ouviu dizer, de brincadeira, que trocaria nossa casinha humilde por uma mansão. Dando gargalhadas gostosas por qualquer brincadeirinha boba. Deitada na rede, lendo livrinhos infantis. Pulando no upa-upa. De olhinhos arregalados, ouvindo minhas histórias. Dormindo ao som das musiquinhas que fiz para niná-la. Gostando de ser chamada de molequinha.
- Ih, pai; por que esse papo agora? Já acabou?
- Não, filha, tem mais...
- Mais o quê, pai?
- Saudades de quando você não perguntava “que história é essa”... nem dizia “ih, pai; por que esse papo agora?”.
- O que mais, pai?
- Já terminei. Agora o beijo de boa noite.
- Tá bom; pai. Beijo. Boa noite.
Saudades daquela Rede Social que ficava na varanda, onde apenas uma amiga era o suficiente para me completar.
PAIXÕES
Amores, latejo em ti, nas saudades, por onde
Estive! e sou estórias, e rasto, e madrugadas
E, em recordações, o meu coração responde
Num clamor tal ao vendaval e folhas levadas
Daqui do cerrado, e teus cipós, e tua fronde
Gorjeiam as melodias, e desenham estradas
Na memória, onde, além, o passado esconde
Da pressa, e as doces perfumadas alvoradas
Recordo, choro em pranto, eram dias felizes
No prazer, tal uma flor, de ti, pimpo e exulto
E eu, suspirando, poeto loas com cicatrizes
Tu golpeada e finda, - e eu fremirei sepulto:
E o meu silêncio cravado, em vão, tal raízes
Se estorcerão em dor, penando sem indulto.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
MADRUGADA DE JULHO DE 2015
Nesta madrugada, o seu silêncio escreveu saudades e com ele sua morte trazia...
Acordaste do sonho da vida, e tuas lembranças, nos acolhia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
13 de julho, 2015
Cerrado goiano
Falecimento do meu velho pai.
(José Lino Spagnol)
Eu, a poesia e o cerrado
Com os cascalhos do cerrado
e as saudades em entrelinhas
eu alicercei o meu versado
em sulcadas poesias minhas
e no horizonte além
deixei os meus sonhos
junto ao entardecer, porém,
não foram olhares tristonhos
nem sei bem se eram fados
ou lamentos do árido viver
só sei que eram suspiros calados
mas nas trovas tinha o querer
tinha poemas alados
tinha eu, tinha zelo, tinha o crer...
(também, tinha
o poeta mineiro do cerrado
em versos apaixonados.)
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
maio, 2016 – Cerrado goiano
Quando você olhar uma pessoa e sentir: vontade de ficar perto, carinho, desejo, respeito, saudades, ciumes, vontade de brigar por não ter atenção (mesmo tendo), sentir que o tempo não passa quando estão juntos, mas passa rápido quando e hora do adeus, saiba que são alguns dos sintomas do AMOR.
Enquanto o APRENDIZ falava sobre seu MESTRE, as lágrimas escorriam, respeito misturado com saudades.
Do amor distante, sentimos saudades constantes, quando os olhos choram, o coração chorou bastante, a distância não separa os corações amantes, não impede os carinhos seus, e mesmo que as almas se apartem nunca dizem adeus.
Meus olhos vivem saudades de momentos que se foram mas não se perderam no tempo, ficaram eternos no meu pensamento.
Faz frio quando teus olhos se esquecem dos meus
Tem saudades quando tua voz se cala
Sinto medo quando estas distante,
Falta tudo quando tu falta.