Saudades de Alguém
"Saudades do tempo em que tudo parecia mais simples, o ar era mais puro, as risadas mais sinceras, os sonos mais profundos.
Saudades do tempo em que minha única obrigação era tirar notas boas na escola e minha única dor era um joelho ralado."
Saudades do meu tempo de criança em que ao cair e me machucar,um beijo da mamãe ou do papai curava tudo, hoje as quedas são muitos mais fortes e a cura muito mais difícil.
Parodiando Oliveira Do Cordel desfilo em letras algumas das minhas saudades:
Saudades da farofa de ovo, café da manhã do meu pai,
das cantigas dos anos 50 na voz de minha mãe, trilha musical dos trabalhos domésticos, das primas que passavam as férias escolares em casa, das corridas pelo quintal com o meu cachorro Tupi, que me rendeu um tombo de cara no chão, saudades do radio vitrola com Mapa Mundi no dial, xodó da família, dos cuidados com as manas mais novas que eu Odinéia e Déa que me rendiam uma baita ciumeira, da caçulinha Andréa, com seus cabelos escorridos e o olhar sempre distante nos seus dez ou doze de idade, o cheiro inconfundível de cimento molhado pela chuva nos verões dos anos dourados, do recreio do Escolástica Rosa e dos sequilhos e do pudim de pão que lá eram vendidos por um ambulante, saudades dos sonhos da padaria Fluminense, saudade dos bondes onde eu ia sempre viajava namorando uma menina imaginária, da mesa sempre farta dos Natais capitaneados pelo patriarca dos Flores, meu amado pai, farta de comida e de parentes , saudades dos olhares das meninas da Vila Margarida, curiosas e assanhadas pelo recém chegado menino de treze anos que eu era e causavam um certo desconforto nos moleques que lá já moravam antes de mim mas me deram coragem para namorar alguém de verdade, das domingueiras do Praia Clube, dos bailinhos americanos da Turma dos Caveiras, dos bate papos com o Gringo, Jorge, Elizeu, Silvinho e Magalhães, das conversas intelectualizadas com o Beleza, saudades do rebaixado fusca garibadíssimo do mano Osmar, das divagações do meu amigo Carlinhos, menino caixa alta, filho dos donos do restaurante Beduíno mas que estava sempre com a gente, saudades da fábrica de calçados que ficava na praça João Pessoa em São Vicente e fazia botas sob medida imitando a dos Beatles, saudades do que eu sonhava ser, enfim uma baita saudades de mim...
odair flores
E quando se sente saudades, e não se pode dizer. Guardo todas as coisas bem trancadas, num lugar onde, por algum tempo, as lágrimas não me visitarão. E é preciso ser forte, forte demais, para não esperar algo da porta entreaberta...
O problema não é sentir saudades. O problema é que a saudade nunca vem sozinha, sempre traz consigo uma lágrima, seguida de soluço e vários porquês?
Você se foi, me abandonou e nem avisou a saudade, que sem você eu morreria... Morreria de saudades, morreria de amor e de tristeza! Você se foi e ficaram as lembranças arquivadas na memória, de quem nunca aprendeu a esquecer um amor que até hoje me faz chorar, com a ausência de quem se foi, sem ao menos se preocupar que a saudade jamais me deixaria!
Coração gelado, frio na alma.
Um vazio na mente, um espírito quebrantando.
Saudades do nada, vontade de fazer alguma coisa, forças para não fazer nada.
Coração ansioso, mente pensativa.
Noite sóbria em plena lua nova.
Desejo insaciável de alguma coisa, desejo ardente, vontade pertinente.
Emoções confusas, você não sabe se rir ou chora.
Rodeado por muitos, mais sentido a ausência de todos e de alguém que não existe.
Quando isso acontecer contigo só existem duas explicações:
1- Falta de ocupação.
2- Necessidade de ter um amor ao seu lado
...Ando revivendo metades.
Matando saudades.
Procurando as tuas medidas...
A DONA DA LONA- O Lado Vazio da Cama
❝ ...Me encontro num mar de lembranças,
me perco em tantas buscas, saudades,
memoria. Fecho os olhos e vejo meu
passado, minha historiaria. Algumas
estampadas em dor e sofrimento. E
outras coloridas de Amor e aconchego.
Marcas na Alma de quem muito lutou
mas nunca perdeu a Fé. Saudades de
um tempo que não volta mas. Mas que
ficou gravado em minha memoria e
minha Historia...❞
--------------------------------------Eliana Angel Wolf
Sou composto de urgências internas, carências incuráveis e saudades intermináveis de tudo que ainda não vivi. Necessito tanto de alguém que preencha meus vazios e me complete. Alguém que não me compre com presentes, mas me ganhe com atitudes. Simples assim!
Dos amores que tiver ficaram saudades,
Da menina que mais amei ficou a dor.
Dor que dói sem ter remédio, dor que fere a alma.
A você menina que me roubou as lágrimas, ergo os meus doloridos versos reflexos dos meus sofrimentos.
Dos amores meus, foste à dama que tivesse o poder de entrar nos recantos do meu ser, e iluminar meu coração por um breve momento.
Teu amor foi à pálida sombra das nuvens que correm como se tivesse pressa.
Amor que passou sem os ventos do tempo levar, agora cansado eu ainda amo, como se o amanhã fosse o ontem, como se a vida estacionasse e a terra não movesse em seu percurso.
Ainda sinto teu cheiro, como se te colocasse mais uma vez em meus braços, com você eu sonhei tanto amor, tantas venturas, ainda sinto febre como na última vez, do beijo derradeiro.
Na sua partida por três noites padeci e quase morri quando lembrei que não haveria mais volta.
Ainda tenho medo, deliro ouvindo tua voz, mas onde estais? Qual o seu eterno endereço?
Dos amores que tive foste à única que ainda amo, pena que das lembranças Só restam-me saudades dos momentos felizes que eu pensava existir.
Saudades
Palavras que Ecoam, no Horizonte
Vão pra longe, Distante...
E você que não vem... Saudades...
Hoje estou assim,
Em cacos
mil pedaços.
Hoje sinto saudades,
Busco verdades,
Em meio à tempestades.
Hoje queria cores,
Mas só encontro dissabores,
Sentimentos que se contorcem em mim.
Hoje queria um sorriso,
Um amor bonito,
Beijos sem compromissos.
Hoje queria vida,
Abraços,
Entrelaços,
Calor,
menos dor.
Autora: Aurilene Damaceno
Sentir saudades?... Quem é que não sente?
Afinal apenas somos só humanos.
Mas a saudade às vezes é latente
e nos carrega ao mundo dos insanos.
E nesta coisa de se estar carentes,
vemos no passar lento dos anos,
que aqueles sonhos de outrora presentes
vão dando espaço à voz dos desenganos.
Assim, ante o incomodo desconforto,
de se ver passar anos sempre iguais.
Qual errante nau que procura porto,
No horizonte extremo de longínquo cais,
Singramos ondas de um oceano morto,
Onde sereias já não cantam mais...
Saudades daquele Tempo
Deitado no quarto olho por sobre a janela e vejo o céu cinza da chuva que acabara de cair. Então começo a lembrar da minha infância, da minha antiga casa, onde eu e meus irmãos fomos criados com todo esmero e carinho de nossos pais.
Lembro-me daquele grande quintal onde brincávamos o dia inteiro com nossos primos, amigos e vizinhos. Terra abençoada era aquela. Tudo que era plantado vingava, e tudo com um sabor a mais. Tangerina, laranja, cacau, açaí... Ah o açaí!!! Como era doce. Chego até a sentir o gosto em minha boca neste exato momento em que escrevo. Lembro como se fosse ontem meu pai me chamando daquele jeitinho dele: Leaaanndroooo... Me chamava para apanhar um cacho de açaí parou que acabara de ver naquela árvore perto da cerca do vizinho (a mesma que eu pulava quando fazia alguma travessura), mas não tirávamos o seu vinho, e sim ruíamos com farinha como originais caboclinhos.
Tínhamos duas árvores de manga: uma dita “comum” e a outra “bacuri”. A primeira ficava logo na entrada do quintal, a segunda nos fundos, perto das pupunheiras. Ambas com frutos de sabores inigualáveis.
E aquelas pupunheiras... Altas, mas não nos impedia de colher seus frutos. Parece que estou vendo meu irmão catando ripas para amarra-las umas as outras e fazendo um gancho de ferro para alcançar os cachos.
Nossa casa não era muito grande, mas o suficiente para acolher todos nós. Adorava ouvir o barulho da chuva caindo no telhado, o som do vento batendo nas folhas das árvores,
Um dia um grande escritor disse as seguintes palavras: “Não importa que a tenham demolido, a gente continua morando na velha casa em que nasceu”. De veras creio nisso, continuo morando sim, mas eu meu coração, em meus pensamentos.
Não vou dizer que sinto falta, porque hoje sou feliz com tudo que tenho, mas sim que sinto eterna saudade daquele tempo, daquela casinha de madeira na Rua Lauro Sodré, onde passei mais da metade da minha vida, onde meus pais deram duro e não mediram esforços para nos criar, onde eu e meus irmãos aprendemos o verdadeiro valor que tem uma família.
São tantos momentos bons. Coisas simples que não damos importância no momento em que a vivemos, mas depois de tempos percebemos o quão foram importantes em nossas vidas. É como se flores se abrissem aos nossos olhos... E isso se chama Felicidade!!
(Leandro Maciel, Moju, 2014)