Saudades das Conversas
O último abraço, a última risada, a última conversa. A gente nunca sabe quando um momento se tornará uma despedida, e talvez seja isso que torne a saudade tão intensa. Ela é o rastro do que foi bonito demais para ser esquecido.
A Dor do Esquecimento
Lembro-me das conversas longas, daquelas em que o tempo não existia, onde as palavras fluíam como se cada uma fosse uma promessa, uma descoberta. O brilho no olhar, o interesse genuíno, como se cada frase minha fosse uma novidade que valia a pena ser ouvida. Havia uma admiração que preenchia o espaço, onde as horas se tornavam invisíveis e a presença se tornava tudo.
Era uma troca constante, um cuidado silencioso, onde a preocupação com o outro se via em gestos pequenos, mas imensos. Como foi seu dia? Como posso ser o seu colo quando o mundo se torna pesado? O outro se tornava parte de nós, um reflexo de amor e carinho que parecia eterno.
Mas então, algo foi se perdendo. O olhar já não brilha da mesma forma. As conversas se tornam vazias, as palavras se dissipam no ar, como se já não houvesse mais interesse, nem admiração. O que antes era constante, tornou-se silêncio. E o amor, que deveria ser vivo e pulsante, começa a cair no esquecimento. Será que caímos no abismo do esquecimento de quem realmente nos amou de verdade?
O que acontece quando a presença já não é sentida? Quando a ausência, que antes era apenas uma pausa necessária, se transforma em um vazio sem fim? Será que, ao longo do tempo, a memória do amor se apaga, como as lembranças de um sonho esquecido ao amanhecer?
Eles costumavam sentar-se juntos de frente para o mar, e por horas conversavam sem ver o tempo passar, enquanto a conversa fluía, eles gostavam de construir castelos no ar.
Hey, eu quero te encontrar. Eu quero te ter comigo. Quero ser teu bem-estar. Te proteger do perigo, e teu jeito desejar.
Hey, eu quero te encontrar.
Lembra da primeira vez que conversamos? Éramos duas crianças com nada em nossos planos.
Eu estava buscando alguem pra conversar.
Buscando alguem com quem eu pudesse contar.
Naquele dia, falamos sobre tanta coisa.
Naquele dia, eu virei outra pessoa.
Naquele dia, tudo veio a mudar.
Naquele dia, comecei a me apaixonar.
Nunca imaginei, que isso aconteceria.
Nunca imaginei, que tudo mudaria.
Nunca imaginei, que eu me apaixonaria.
Nunca imaginei, um amor tão grande em um dia.
Em menos de um mês, nós pareciamos tão intimos.
Em menos de um mês, nós nos tornamos amigos.
Em menos de um mês, os segredos já tinha dito.
Em menos de um mês, meu ombro ja tinha sido.
Em menos de um mês, meu coração foi invadido.
Hey, eu quero te encontrar. Eu quero te ter comigo. Quero ser teu bem-estar. Te proteger do perigo, e teu jeito desejar. Eu quero ser um contigo. Eu to querendo te amar.
Hey, eu quero te encontrar.
De fato é bom lembrar,
mais é melhor viver e
realizar todas vontades
enquanto ainda existem
as oportunidades
O Peso do Esquecimento
Dói. Dói ver as promessas se desfazendo no ar, como se nunca tivessem sido ditas. Dói perceber que o olhar que antes brilhava ao me encontrar agora desliza por mim sem se deter. Como se eu tivesse deixado de ser alguém e me tornado apenas um detalhe no fundo da cena.
Dói a fuga silenciosa de quem não quer mais ouvir, de quem se esconde atrás da indiferença como quem diz, sem palavras, que o amor acabou. Porque se ainda existisse amor, se ainda existisse um mínimo de cuidado, não haveria esse machucar consciente, essa escolha fria de ignorar o que fere.
O que mais pesa não é a ausência, mas a lembrança do que já foi. Porque eu fui transparente. Desnudei minha alma, mostrei minhas cicatrizes, confiei o mapa das minhas dores e ensinei como não me ferir. Você ouviu, aprendeu, cuidou. E agora, usa tudo isso contra mim.
Como alguém que um dia foi tão gentil se torna esse estranho indiferente? Como a mão que um dia segurou a minha com tanto carinho agora apenas solta, sem sequer hesitar?
O amor foi abrigo, foi promessa, foi cuidado. Hoje é ausência, frieza, silêncio. E nesse vácuo, só restam saudades e dúvidas ocupando um espaço que antes era cheio de nós.
Será que, um dia, você vai lembrar? Será que vai sentir falta daquilo que deixou para trás?
Ou sou eu quem precisa aceitar que, para alguns, o amor nunca foi casa, apenas passagem?