Frases de saudades da infância que tocam o coração

Sempre achei que uma palavra de elogio fizesse bem à saúde. Que pequenos gestos mudassem situações até então imutáveis. Que o julgamento alheio não é importante. Que devemos ser adolescentes a vida inteira e, o máximo que der, regredir até a infância com nossos filhos novamente. Que isso é a melhor maneira de renascer. Que amor não se cobra que não é cobre. Que amor não se pede que não é peça. Que amor se chama porque é chama. E que tudo que é muito diferente incomoda tudo que é muito igual.

Inserida por AlessandroLoBianco

Vejo o meu retrato: um menino pobre de Porto Barreiros que chegou a Goiânia num caminhão de mudanças. Penso que evoluí muito.Mas não importa o quanto eu tenha evoluído, eu continuo num caminhão de mudanças.

Inserida por doracinonaves

Aos poucos, sem perceber, alterei rotinas, costumes e o jeito de ver as coisas. De contador a jornalista foi um pulo de pião que roda a trezentos e sessenta graus até encontrar o ponto em que o giro parece estático.

Inserida por doracinonaves

No fim do dia, num sábado calorento como neste fevereiro, lá vem o Janjão de roupa nova. Ia ao cinema ver “E Deus criou a mulher”, com a Birgitte Bardot. Filme proibido para menores, como nós, caçadores de jatobá.

Inserida por doracinonaves

Tantas pessoas perdidas,sorrisos encerrados,planos de infância e um mundo inventado...

Inserida por WadsonLima

As vezes nos deixamos levar pela correnteza da vida e acabamos nos distânciando de alguns sonhos de infância, ou até mesmo criando novos sonhos e das recordações só nos restam saudades...

Inserida por PauloLucasAS

Sempre achei tudo tão grande, ou eu que era pequeno demais

Inserida por eduardo_reis_1

Quando criança achávamos que ser adulto era algo extraordinário, mal sabiamos o que falávamos

Inserida por eduardo_reis_1

⁠Relato nas calçadas
A reflexão ausente
De uma falta de
Mim,
Uma decisão amuada
Pelas ruas solitárias
De vultos e memórias.

Inserida por adrianovox


DIVAGAÇÕES

Dentro da noite,

aparentemente calma,

a inquietude ronda a alma.

Pensamentos, lembranças.

Ausências, vazios.

A porta da saudade escancarada.

O aroma da flor da "dama da noite"

acionando o gatilho da memória.

Retorno à fazenda da infância.

Devaneios de uma noite de primavera.

A imaginação rompendo as fronteiras.

O pensamento vagando pelo passado.

Tempo, dimensão,

pragmatismo, divagações.

A urgência da vida,

dos dias, dos meses,

entre chegadas e despedidas,

impondo o seu preço.

No silêncio,

resta a certeza de que nada foi em vão.

O atraso, o sonho desfeito.

O silêncio, o inesperado, a reflexão.

Valéria R. F. Leão

Inserida por valeriafarialeao

⁠MEMÓRIAS DE JUNHO
Junho, você chegou!
Junto a ti a alegria e a nostalgia, uma relação difícil de explicar, é coisa de sentir, só quem conhece sabe falar.
Ah junho, eu estou tão longe do meu berço, do teu cheiro tão marcante, do teu sabor irresistível e da tua energia contagiante, tão distante.
Mas, você ocupa um espaço vitalício no terreno das minhas memórias, das mais doces e lindas histórias que experienciei na minha infância, junho é uma dança que nunca esquecerei a coreografia.
Não posso te chamar de mês seis, seis é metade e você é inteiro, completo, infinito dentro de mim.
Você é o mês que tem cheiro, gosto, som e veste xadrez.
Senta aqui, vamos conversar!
Quanta história temos pra contar...
Eu ouço o barulho da lenha quebrando, do meu avô derretendo plástico, dos meus olhos enfeitiçados com a cena; coração acelerado, que alegria! Não importa de quem é o dia, Junho chegou, é São João.
Acordar em junho era sempre flertar com a expectativa, nada era programado, mas tudo que desejávamos simplesmente acontecia. Junho nunca me decepcionou.
Hoje é a festa do colégio, eu vou usar a bota do ano passado e o conjunto que Cosme fez. Eu vou levar refrigerante, porque tia Lú já vai levar bandeja... Vó tá aqui brigando vendo tia Lú vasculhando a gaveta, é que pegaram três panos de prato ano passado e nunca devolveram.
Tudo pronto, vamos subir. Cadê Deni que não chega com Fernanda?
Liga lá pra saber, o final é 37.
Camila, “segunda dessa que vem a oito” é a feira de São João, não gaste com besteira, senão vai ficar sem fogos pra soltar na fogueira.
Já são quase 4:00pm.
A carroça de toco chegou, chama pra mim teu avô.
O banho era cedo, antes do sol se pôr, fazia parte do ritual perfumar os cabelos molhados com a fumaça da fogueira e ouvir vó gritar: ‘’menina sai da barra do vento tu acabou de tomar banho quente’’.
E assim eram os dias de Junho, ruas repletas de fogueira, sorrisos e crianças vivendo em plenitude a infância. Sem medo, sem maldade, sem ostentação...
Eu nunca enxerguei Junho como um mês, Junho era um estado de espirito que eu desejava que fosse milagrosamente infinito.

Inserida por camila_carvalho_1

O tempo soluça aguardando
O momento do café.
A chaleira responde
Pedindo mudanças.
O afeto é mútuo.
Todos querem voltar
a ser crianças.
A rotina chora de perto
ao perceber
Como retornam os cheiros
Das lembranças.
É final de tarde.
Tem bolo de milho e café.
Só isso e afeto.

Inserida por rosivalevangelista

⁠Por pequenos passos passamos pelo passado perdido em memórias passadas. Choros e sorrisos, abraços e carinhos que naquele exato momento foi nossa grande fortaleza.
Brincadeiras antigas nos tornavam reis e rainhas, polícia ou ladrão. Em um passe de mágica meu cachorro se tornava um gigante dragão.
Minhas pernas corriam livremente sem destino ou perigo, meus joelhos ralados eram símbolos do meu ser de criança.
Passado perdido por telas brilhantes e um padrão que impõe e determina que imaginação vem de crianças, e para os adultos só cabem família, trabalho e dinheiro na mão.

Inserida por raffaelgalvaoo

⁠Se da vida
Levarei cicatrizes
Que seja das vezes
Que eu andava de bicicleta
Na rua aonde cresci
Com os amigos
Que eu disse que levaria
Para vida toda
No meu coração


- Saudades

Inserida por LauryLorena

“Aquelas mãos que seguravam as suas, quando você era criança...
Aquelas mãos que lhe davam segurança e amparo...
Aquelas mãos... fazem uma falta danada...”

Esqueci como é ser criança,
Problemas...Pesos...Responsabilidades.
Aprendi a encarar essa realidade.

É difícil ser o que me tornei,
Não o "eu" oculto,
Mas o "eu" adulto.

Esquecemos dos sorrisos que dávamos,
O nosso ego nos cegou.
Se quer notamos quem estar ao nosso lado.

Perdemos a inocência,
Movido por desejos carnais e matérias, apenas...
Aos poucos vamos caindo igual Atenas.

O que antes acordávamos
Para brincar com os vizinhos da rua,
Hoje acordamos para servir uma rotina sem vontade nenhuma.

Inserida por joao_vitor

Pipa amarela

Era uma vez um menino
Que era muito sonhador
Trocaria a sua pipa
Seu brinquedo favorito
Por um cargo de doutor

O menino então cresceu
Teve o sonho realizado
Tornou-se executivo
Profissional respeitado

Mas um dia aquele homem
Sentiu no peito uma dor
Ao abrir sua janela
Viu pairando no horizonte
Seu brinquedo favorito
Era uma pipa amarela

Era uma vez um homem
Que era muito sonhador
Trocaria seu destino
Pelos tempos de menino

Inserida por MarcoARCoura

SABIÁ-LARANJEIRA

Quão belas são as lembranças
Lá dos tempos de criança...

Sendo um bom homem do campo
Meu pai tinha antigos pios.
E tal como a brincar
Ficávamos a imitar
Dos pássaros, os assobios.

Qual era a nossa emoção
Quando os pássaros nos ouviam!
E, então, retribuíam
Com uma linda canção!

E ontem, ao entardecer,
Sem querer voltei no tempo...
Ouvi um doce assobio
Vindo de uma paineira.
E mal pude acreditar
Lá estava a cantarolar
Um sabiá-laranjeira.

Revivendo meu passado
Eu ouvi, maravilhado,
Seu impecável assobio.

Desta vez fiquei calado
E com os olhos marejados
Eu não dei sequer um pio.

Inserida por MarcoARCoura

⁠Hoje senti o desejo de comentar sobre a letra da música do Nando Reis, “Pra você guardei o amor”.

Ao ouvir e prestar atenção na letra fui remetida a tempos imemoriais de minha infância, onde a figura paterna se fazia presente e de quando eu imaginava o amor, como eu via, com meus olhos inocentes, o relacionamento de meus pais. Época de sonhos e verdades limitadas ao que ocorria a poucos metros de mim, pois não existia a internet ou nada de muito tecnológico.

Lembro de estar sentada em nossa sala pequena, na Casa que morávamos, na rua conhecida como Bêco Salgado, na Cidade do Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. Casa pequena, de frente, uma porta e uma janela. Na sala, neste dia que consigo recordar, eu por volta dos meus nove anos, sentada numa mini cadeira, meu pai, na cadeira de balanço, minha mãe fazendo um tipo de artesanato que lembrava o crochê, sentada numa cadeira baixa ao lado dele, ela usava uma tábua cheia de pregos, para trançar com linhas, foi quando, num diálogo entre meus pais, de repente , minha mãe bate no joelho dele com esta tábua cheia de pregos, ele grita de dor, as cabeças dos pregos entraram na pele, ela imediatamente, procurou cuidar do ferimento, mas não se desculpou, a partir deste dia, comecei a perceber que o amor que eu imaginava entre eles, não existia mais, algo tinha abalado a relação.

Comecei a prestar atenção aos detalhes da convivência diária e pude facilmente perceber que algo externo acontecia e que a minha mãe sofria em silêncio. Uma nova mulher ocupava o coração de meu pai e ele vivia esta paixão em segredo. Mas um dia tudo se tornou insuportável e minha mãe entregou o seu grande amor a sua melhor amiga. Traumas se formaram, dores imensas, família desfeita. O tempo passou, hoje meu pai já falecido, ainda faz meu coração vibrar de saudade, pois apesar de tudo, ele era meu pai. Com a maturidade entendemos que cada um faz suas escolhas e consequentemente arca com as consequências, não temos o direito de julgar, apenas de aceitar. Com os eventos que se seguiram, meu coração se transformou em quase pedra, sentimentos contidos, medo de amar e sofrer.

Todas as vezes que tentei abrí-lo, ele foi machucado e novos traumas se formaram, porém o amor está lá guardado, potente, pulsante, o qual sempre quis mostrar, mas por medo guardei sob uma carapuça grossa, quase intransponível. Todas as vezes que tentei deixar fluir e fui machucada, me senti uma idiota e me perguntava: Você sabia que o mundo é assim, cruel, sem moral, sem valores éticos, por que você se abriu? E lá estava eu de volta a concha protetora. Hoje, ao meio século de vida, vejo que as pessoas continuam do mesmo jeito, se enganam e enganam, tiram proveito de pessoas boas sem a menor crise consciência, quando tudo vai mudar de fato?

Caminhamos a passos de tartaruga para a evolução moral tão pregada pelo Cristo. Sinto uma tristeza muito grande quando consigo perceber que será ainda necessário muita dor e sofrimento para que tenhamos absorvido o aprendizado de como amar de verdade e com a verdade. Vida que segue, porém cá estou com muitas restrições, mas na esperança de um dia poder dar o amor que sinto, livre e feliz, como diz a letra da música.

Inserida por Veridianaduarte

⁠MEU QUINTAL
Alguém já viu meu quintal ?
Tem um corredor enorme
que vai dar lá no fundo
e uma porta aberta para o mundo
Dali se vê limpidamente
a estrela chamada D'Alva
nascer todos os dias
entre os verdes montes
que se distanciam.
No ar que se respira
há um perfume que não vem das flores
- meu quintal não tem flores.
O perfume vem do vento
E fica ali
Toda vida
Como se fosse Deus

Inserida por touchegrs