Saudade Morte
Ao Meu Amado
Sou grata a Deus pelo dia de hoje, pois hoje foi o dia em que Deus me abençoou com o seu nascimento... Nem eu e nem você esperava que Deus permitiria esse lindo amor... Te amo Amado meu.
Me lembro de um grupo de amigos
que ficou vinte anos se reunindo e sempre faltava alguém.
Toda vez que estavam juntos era só:
– Ué? Hoje o fulano não vem?
Se ia um não ia outro,
quando não cancelavam o encontro também.
Mas no dia que o marcão morreu
No velório não faltou ninguém....
Onde é que andam os teus sonhos
E aqueles pensamentos risonhos
De mudar o mundo?
Senta aqui um segundo, vamos conversar
Eu quero ouvir da correria da tua vida
Da tua falta de tempo
Das lutas e das tretas
E também do fundo daquela gaveta
Onde eu sei que os teus sonhos foram parar
Onde é que anda aquela criança
Que via a vida como uma dança?
Hoje ela cresceu e se tornou você
Mas eu sei que de vez em quando ela te visita
E quando ela vem, você acredita
Ou prefere a esquecer?
E dizer que a vida adulta não dá margem
Tirar um dia pra ser criança é bobagem
Porque você tem muito mais a fazer
Quando foi a última vez que você andou de pés descalços?
Quando foi a última vez que surpreendeu alguém que ama com um longo abraço?
Quando foi a última vez que tirou um dia 100% pra você, sem pensar em mais nada?
E quando foi a última vez que você chorou… mas de tanto dar risada?
E aí tem aquela histórinha assim:
– Vamos marcar algo?
– Ah, não… Semana que vem, talvez!?
– Pô cara, eu tô com saudade tua!
– Eu também! Um dia desse ligo pra vocês…
– Faz tempo que a gente não se vê, né!?
– Ah, verdade, é que a minha vida agora tá uma correria!
– Pô, então aparece lá em casa!
– Claro… Logo, logo eu te aviso o dia…
Isso me lembrou de um grupo de amigos
Que ficou vinte anos se reunindo e sempre faltava alguém
Toda vez que estavam juntos era só:
– Ué, hoje o fulano não vem?
Se ia um não ia outro
Quando não cancelavam o encontro também
Mas no dia que o Marcão morreu
No velório não faltou ninguém
Você já parou pra pensar que o tempo com seus pais e avós é extremamente limitado?
Que o teu cachorro tão amigo não vai passar a vida inteira do seu lado?
Que os anos só vão seguir voando de um jeito cada vez mais veloz?
E que se você não tem tempo agora
Você vai arranjar tempo, mas vai ser naquele dia que te faltar a voz
Vinte, trinta, quarenta, cinquenta
Década após década, essa chance só aumenta
Com sorte… Com sorte a gente vive, sei lá, mais ou menos até os oitenta
Quando tempo você ainda acha que tem?
E mais do que isso: quanto mais você aguenta?
Quantas despedidas você ainda tem pela frente?
Quantas dores, machucados, decepções com todo tipo de gente
Quantas vezes você ainda vai votar pra presidente?
E será que a gente vive pra ver pelo menos um político decente?
A vida conta mesmo é nos pequenos momentos
Você vai ter derrotas, quedas, mágoas
Daquele nosso time rebaixamentos
Mas o mais importante de tudo e que eu acho que vocês estão esquecendo
Quantos pequenos sorrisos ultimamente você anda tendo?
E aí tem aquela histórinha assim:
– Vamos marcar algo?
– Ah, não… Semana que vem, talvez!?
– Pô cara, eu tô com saudade tua!
– Eu também! Um dia desse ligo pra vocês…
– Faz tempo que a gente não se vê, né!?
– Ah, verdade, é que a minha vida agora tá uma correria!
– Pô, então aparece lá em casa!
– Claro… Logo, logo eu te aviso o dia…
Isso me lembrou de um grupo de amigos
Que ficou vinte anos se reunindo e sempre faltava alguém
Toda vez que estavam juntos era só:
– Ué, hoje o fulano não vem?
Se ia um não ia outro
Quando não cancelavam o encontro também
Mas no dia que o Marcão morreu
No velório não faltou ninguém
A vida é vivida na expectativa que algum dia seremos inesquecíveis na vida das pessoas amadas, a morte não é justificativa para esquecer.
Buraco sombrio inutilizando a sensação de liberdade que ainda informe não é capaz de desfigurar a ausência de reação
Existem pessoas lá no céu, que eu daria tudo para ver novamente, nem que fosse por um minuto, trinta segundos ou o tempo que durasse um abraço.
Hoje eu gritei, e em cada palavra ardente de raiva e ódio, encontrei apenas silêncio e desilusão. No eco das lembranças e promessas quebradas, percebi que uma parte de mim morreu, consumida pela dor, sem jamais entender por que me deixaram gritar.
Nós vamos para tantos lugares e voltamos pra casa,.
Encontramos pessoas.
Experienciamos lugares, e voltamos para casa.
Mas num dia indesejado, inesperado e inacabado, não voltaremos...
E pensar nisso só vai doer um pouco menos quando lembrarmos de agradecer e contemplar tudo e todos (como se não houvesse amanhã, porque na verdade não há).
Que Deus me dê sabedoria pra viver mais e melhor, para plantar sementes, para facilitar a vida das pessoas que me cercam, para praticar o amor, a compaixão e para renascer naquEle que sabe o que é melhor pra gente e nos encontrarmos (todos) na fé.
A passagem sempre foi uma grande perda para nós, mas sabemos que em algum dia teremos de descansar.
O legado e história de vida, colecionando amigos, conquistando o carinho e corações de todos, plantar sementes boas não quer dizer que estaremos aqui para colher todos os frutos, pois talvez estaremos em outra morada e em uma outra estação.
Até breve.
Sinal do Universo
Pedi ao Universo um sinal. Apenas um sinal. Um só. Mesmo que fosse fraquinho. Pequeno. Nebuloso. Um resquício de poeira. Seria apenas um único sinal, mas o único emitido foi o silêncio. Um silêncio sepulcral. Como se a morte tivesse passado e levado para o submundo todas as palavras. Foi tão intenso e tão triste, que senti como se um raio tivesse atravessado o meu peito e rasgado a minha única esperança. A única saída foi me encolher.
Abracei a saudade tão apertado, tão apertado, que quase sufoquei-a. Caminhamos em direção ao nada e percebi a esperança me esperando do outro lado da ponte. Atravessei-a calmamente sem tirar os olhos dela. Ao nos encontrarmos, nos abraçamos e percebi que tínhamos muita coisa em comum. Ela pegou na minha mão e seguimos caladas sem pretensão de chegar em algum lugar. Queríamos sentir apenas o frescor do vento daquela manhã de fim de verão.
Durante nossa caminhada silenciosa entendi que a esperança vem do substantivo “esperar”. Esperar o tempo certo. Esperar que as coisas se alinhem. Esperar que dará tudo certo. Esperar que a conexão se encaixe e se torne uma só. Esperar que a vida se encarregue de fazer acontecer no momento que tiver que acontecer.
No cerne do meu ser reside um temor profundo, tecido nas fibras da minha alma: o medo de amar.
É uma jornada tortuosa amar alguém e, depois, ser arrebatado pela cruel efemeridade desta existência. Aqueles que já se entregaram ao calor do amor, seja por um familiar, um amigo, um romance ou até mesmo um animalzinho de estimação, e foram brutalmente saqueados pela finitude da vida, compreendem a magnitude da dor que dilacera os que ficam.
A saudade, outrora um sentimento inofensivo, apenas uma sombra suave da memória, transforma-se em um espectro doloroso, uma ferida aberta na alma. A mente, desesperada, busca uma porta de saída para escapar dessa prisão de desolação, mas toda porta aberta leva a um vácuo escuro, uma névoa de desespero, uma parede de tijolos.
Lembro-me de uma vez ter lido que os cavalos sucumbem à tristeza, seus corações se partem sob o peso da dor. Assim é perder um amor: é sentir, literalmente, o coração partir, estilhaçando-se em mil pedaços. Pois quando perdemos um amor, não é apenas uma pessoa que partiu, mas também uma parte de nós mesmos, uma faceta única que foi esculpida pela presença daquele que amamos e estava ao nosso lado.
Cada relacionamento molda uma versão exclusiva de nossa identidade, uma sinfonia de personalidade que ressoa apenas na presença do amado. E quando o amado parte, levando consigo essa melodia única, somos deixados à deriva, órfãos de nós mesmos, perdidos em um mar de lembranças e saudades. Saudade que deixa de ser sentimento e torna-se um sintoma.
Por isso, nesse emaranhado de emoções, percebo-me acorrentado pelo medo de amar. Tenho medo de me apegar. As feridas incuráveis do passado, marcadas pela perda daqueles que um dia foram os guardiões do meu coração, permanecem como testemunhas silenciosas de uma dor que nunca se apaga.
Surge, então, a indagação que ecoa em mim: é possível verdadeiramente viver sem amar? Até agora, minhas tentativas foram em vão, meus esforços para evitar o amor apenas evidenciaram sua força avassaladora. Descobri, com amargura, que por vezes o amor é um intruso indomável, que invade os recantos mais sombrios da nossa existência, mesmo quando tentamos repeli-lo com todas as nossas forças. É uma batalha entre a vontade e a inevitabilidade, uma dança cósmica na qual somos meros espectadores.
No entanto, talvez haja uma beleza oculta nessa luta, uma verdadeira revelação sobre a natureza humana e divina. Pois é no confronto com o amor que descobrimos nossa própria fragilidade e nossa capacidade de resistência. Talvez, no final das contas, seja preciso coragem para se permitir amar novamente, mesmo sabendo que as feridas do passado ainda ardem em nossas almas e nos lembrem como o futuro pode ser doloroso.
Acredito ser assim: amar é uma jornada de coragem, onde a vulnerabilidade se entrelaça com a beleza. É saber que cada batida do coração pode trazer alegria ou dor, mas ainda assim escolher mergulhar nas profundezas desse sentimento. É um ato de entrega, onde cada sorriso pode iluminar o mundo, mas também onde cada lágrima pode ser uma expressão pura de amor, ainda que motivada por dor e saudade. É entender que, apesar das cicatrizes que o amor pode deixar, o verdadeiro tesouro está na experiência de compartilhar momentos preciosos com outra alma. Amar é abraçar a incerteza e encontrar significado na vulnerabilidade.
Apesar disso, continuarei com medo de amar.
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