Saudade do que não Aconteceu
Meio-dia e uma saudade apertada. Pensei que era fome: comi. Mas não era. Tomei água, abri um doce. Ainda apertava. Afrouxei os cadarços do tênis. Me afundei no sofá. Dormi. E o sonho veio logo, me abraçando com imagens suas, imitando sua voz – quase agarrei seu cheiro e o trouxe pra perto – mas ele voou. Acordei. Algumas flores frescas esperavam sobre a mesa. Você sentado ao lado delas, me observava a dormir. Sorria. Eu retribui o riso, toda abobalhada. 'Sonhava com o que meu anjo?' - ele disse. 'Com a saudade' – concluo. E a matei num abraço longo e perfumado. Um abraço que matou a fome da vida inteira.
Saudade é um vazio que se preenche com outros vazios. Um ciclo vicioso, um infinito pesar. Não interessa o tamanho ou pelo quê se sente. Saudade é universal e como tal, mortal aos olhos da plenitude.
Numa separação o esquecimento só precisa do tempo necessário pra que uma saudade se torne apenas uma lembrança.
Há saudade é uma dor passageira
Em um momento feliz é esquecida
Adormecida e guardada no fundo de um baú
Só desperta quando tudo isso acaba.
Bateu aqui a saudade
Saudade daqueles que não vi nesse ano, e daquele que vi todos os dias, daqueles que vi ontem, e daqueles que conheci há pouco...
Mas bateu junto à tristeza daqueles que não irei ver mais,
E por ironia do destino, daqueles que posso ver e não vejo, e que não vou atrás;
Saudade do velho e do novo, já ansiosa para sentir saudade do futuro;
A saudade me deixa triste por apenas um segundo, depois esboço um sorriso por poder sentir saudade de tudo...
Quem viveu e ainda vive sabe, que se hoje você está feliz amanha você sente saudade.
Pelas minhas ativas peregrinações no país da saudade, exausta por haver caminhado demasiado, a nuca molhada de suor e tudo que me passava pela cabeça é por não ter feito, pela lembrança amarga e falta de prática. Quando se pega a pensar, você sabe, todo mundo já passou por isso, chega um certo momento que não há o que fazer e nem sabemos o que deveríamos fazer, enche-lhe a cabeça de preocupações, derreada por tanto pensamentos inopiosos, em débito com minha liberdade, nesse exato momento, pude perceber há minha volta, uma dança com gestos ocultos sem traduções, louvores em notas baixas, liricamente belo, pássaros feridos, com machucados a mostra, rogavam por auxílio e temiam o que os rondavam, voavam a espreita de árvores, escondiam-se a todo custo e perpetuavam seus encantos pela noite, onde havia menos perigos. Chovia fortemente, mas a terra permanecia seca, com rachaduras profundas, a chuva eram as lágrimas de todos que sofriam por alguém, pela ausência de muitos, a terra era o coração, que sofria por não ter teus desejos atendidos, os pássaros feridos, eram os sentimentos mais belos, que viviam refugiados e renegados. Em uma vida bela, agonizei-me pelo cenário que contemplei com meus próprios olhos, tal lugar assustava-me e minha aura gelava e enchia-se de temor. Achei a saída e consegui as soluções, mas não tenho respostas para minhas perguntas fúteis e banais, não caberia a ninguém saber onde estava localizada a porta de entrada para tal lugar, nem os mais sábios e estudiosos não hão de saberem logo. Não vamos por que queremos, vamos porque a necessidade é exercida. Escrevi meu relato pessoal e crie minha tese que cujo meus argumentos provam que são fatos. Não há de sermos nós que desejamos ir à hora que bem quisermos, pelo ao contrário, o lugar haverá de te chamar, digo-vos com o consentimento dos demais, quando chegar a tal momento que não tiver interpretações, coisas duvidosas encher-lhe a cabeça e não saber o que fazer, chegarás a tal país e sairás com a resposta, enfim, minha terra está fértil, o sol já nasce raiando, fiz curativos no meu pássaro e soltei-lhe pela manhã.
Nunca diga "que saudade", apenas diga que "era bom", o momento chamado agora supera qualquer passado.
Como pude sentir saudade do que não houve,
Como pude pensar tanto em alguém sabendo que esse alguém não pensava em mim ou pelo menos com a mesma intensidade,
Como pude amar quem não me amou, como pude complicar tanto as coisas,
Como pude não ter sonhado com você sem que acordasse,
Como pude te querer mais que tudo e te perder,
Como pude tentar ser o que não era,
Como pude magoar quem não merecia,
Como pude amar o impossível.
"Acredito que não seja possível sentir saudade sozinho e que a mesma esteja relacionada a dois seres que pensam juntos sendo assim; Sinto saudades de você no mesmo instante em que esta sentindo de mim..."
Que seja verdade. Que dê saudade. Que esse medo louco de me aproximar suma de vez. Acho que logo passa.
Que não exista medo, que você seja eu em você, você em mim.
Que exista o ‘você’, que eu possa o encontrar, e que se não for hoje, seja amanhã ou depois.
Você e eu. Você talvez esteja do meu lado hoje. Talvez você ainda não me veja. Mas estou aqui, pra você colar no meu eu.
Que seja você a quem eu procuro. Que seja você a diferença. Que seja você a cura do meu medo, e traga coisas a mais em minha vida de melodia.
Se me der a mão, vamos a grandes lugares, e que se for pra segurar que não a solte.
Nenhuma gota, nenhum cheiro, nenhum costume, nada ficou. Nem a saudade que antes suportar doía, hoje não! Ficou um frasco vazio, uma embalagem recortada, um laço e uma foto quase rasgada em uma caixa onde tudo se guardava, mas se ‘vejo’ não reparo mais. ‘Jogarei’ tudo ao mar...
A pior saudade não é aquela que um dia te trouxe felicidade, mais sim aquela que não te deu a oportunidade de senti-la.
Oh! Súplicio que me derrota à cada instante
Oh! Saudade que pára o tique-taque do relógio
Oh! Meu silêncio grita por teu nome
Eu te desejei aqui, eis-me aqui, sedenta para que tua alma se junte à minha
Desejo seus lábios tão doces quanto o meu, em meio de meu desejo
És tu que poderia matá-los
Mas se é uma hipótese
Mataste primeiro a mim