Saudade de uma Pessoa Especial
Antes de julgar ame primeiro, pois ninguém pode dar o que nunca recebeu. As vezes falta ao outro o amor com que amar.
Os poetas escrevem sobre verbos que perdem sua função, ficando inanimados, diante de certos substantivos próprios.
A pontuação é quem o ajuda no discorrer de suas histórias . A exclamação é quem diz;
- tem uma emoção sendo contada.
O “pão nosso de cada dia” não é uma oração que visa o pão como um bem próprio, mas, sim um pedido de socialização deste pão.
Um pão que não deveria ser só meu ou estar apenas em meu poder já que o pão e o pai, como diz na própria oração, deveria ser nosso.
Pedir apenas o pão de cada dia é uma denúncia clara que o Cristo é contra o acúmulo de bens.
Vc não ver
Mas eu me corto todo dia pensando em te ter
E vai doer
Mas dói bem menos do que isso que sinto por vc
Eu estou desesperado
Prestes a me jogar do telhado
Mas antes decidi te escrever
Pq sei que um dia vc ainda vai me querer
Tá passando td na minha cabeça agora
E que tenta me fazer mudar de opinião
Mas eu já tô morto
Não tem explicação
Não sei se foi as estrelas
Ou a constelação inteira
Tentando me fazer desistir
Mais o que eu queria era ter vc aqui
Antes de cometer essa loucura
Que parece mais uma aventura
Queria te dizer:
I died for you!
A poesia promove o encontro entre homens e almas. Catequiza os corações religiosos, mas ainda não espiritualizados.
Como árvore permaneço no mesmo lugar
resistindo as intempéries das estações.
Resoluto e ao mesmo tempo submisso às
novidades de cada novo amanhecer.
As pragas até queimaram minhas folhas,
mas não deixei atingirem meus frutos.
Minhas raízes estão ainda mais fincadas
minha copa a cada dia menos utópica.
Após me restabelecer decidi que vou morrer
de finitude, não de fatalidade.
Minha esperança é que o vento leve
partes saudáveis de mim e polinize um
futuro que não verei.
Se for amar alguém, ame mas ame com toda força que existe em seu corpo, não importa se a pessoa pisa na bola com você ou não, pelo menos você fez sua parte, deu todo amor que existe em você.
Sou um amontoado de pedaços, onde moram partes que não nasceram em mim e hoje florescem em um corpo que é, de algum modo, meu. Tenho um pouco de todos e todos têm um pouco de mim, vejo-me espalhado.
Esse eu sem nome, essa parte que nasceu em mim e agora habita em outro corpo, ainda sou eu. Desgasto-me com velocidade absurda, meus fragmentos se espalham por toda parte. Sinto-me completo somente quando estou disperso.
Como um galho arrancado da árvore e plantado em nova terra. Como a árvore que viaja através de suas sementes, eu vivo nas entranhas alheias.
Assim, quem busca a perfeição humana se perderá, pois não há encaixes perfeitos em pedaços distintos.
Não derramem lágrimas onde descanso,
Pois não estou lá, não sou apenas pó.
Sou o sussurro do vento nas árvores altas,
Sou o brilho das estrelas na noite calma.
Sou a melodia suave da chuva ao cair,
Sou o calor do sol que abraça o dia.
Quando sentirem falta da minha presença,
Basta olhar ao seu redor, e lá estarei.
Em cada riso, em cada abraço apertado,
Em cada brisa que acaricia o rosto amado.
Não derramem lágrimas onde descanso,
Pois meu espírito vive na eternidade do amor.
Viver por vezes parece ser apenas adiantar o trabalho do dia seguinte. No domingo, já estamos pensando na segunda-feira, na terça-feira, já estamos de olho na quarta-feira, e assim por diante, sempre um passo à frente do dia presente. Com tanta antecipação, acabaremos vivendo um mês a menos.
Nossa mente, assim como a vida, é uma tecelã desatenta que não distingue entre fios de ouro e fios de sombra. Ela não seleciona memórias como boas ou más; simplesmente as deixa dançar ao sabor do vento da lembrança. Daí o perigo de se viver de amanhã.
O tempo, esse trapaceiro imprevisível, teima em desafiar nossas noções de permanência, sempre nos lembrando de sua natureza efêmera. No entanto, no meio desse emaranhado de efemeridades, o amor emerge como um oásis de eternidade. É nele que residem todas as histórias que o tempo já arrastou consigo, como conchas preciosas depositadas na praia do coração.
Sempre que puder desperdice simpatia, pois é o amor que empregamos no cotidiano dos nossos dias que nos fará celebrar não apenas o tempo que já vivemos, mas também o tempo que ainda teremos para tecer novas memórias e se encantar com suas infinitas possibilidades.
A Costura do Tempo
No concerto do tempo, onde a memória ressoa,
a roda da costura torna-se volante,
em mãos infantis, nervosas de esperança.
Ali, sob a mesa antiga de madeira,
um mundo se desenha em trilhas e trilhos,
na imaginação fértil que a tudo acolhe.
De ferro e linhas, nascem sonhos motorizados,
o silêncio da máquina transforma-se em estrada,
levando a alma a paragens nunca dantes vistas.
A cada giro, a promessa de um novo destino,
na simplicidade do brincar, a vastidão do universo.
Ah, os primeiros carros, feitos de nada
e de tudo que o coração de uma criança possui.
Éramos inventores, pilotos, aventureiros,
com um fragmento de mundo nas mãos,
tecendo histórias que o tempo jamais apagará.
A criança antevê a felicidade,
não espera que ela chegue para ser feliz.
Hoje, ao lembrar desse recinto sagrado,
onde o riso desafiava o impossível,
sinto a saudade suave como brisa estival,
acariciando o peito, evocando a magia
de quando podia costurar o tempo no chão da sala, meu infinito caminho.
A grandeza e o dilema de ser pai
Ser pai é destino, missão que se trama,
Nos fios do tempo, oculto, a se entrelaçar,
Não é só a vida que se deve perpetuar,
Mas a alma que, em silêncio, se inflama.
Os filhos, seres que nos atravessam,
Não nascem apenas do corpo, mas do sentir,
Cruzam nosso caminho, e ao nos invadir,
Transformam o vazio que em nós cessa.
É nesse encontro que o belo se revela,
Quando o inesperado faz-se em ser,
Almas que, de não ser, passam a viver,
Forjadas no calor que o tempo sela.
Paternidade, processo singular,
Feito de alegrias e de dor calada,
Reconhecida, mas quase sempre velada,
Nos gestos simples, nas palavras a silenciar.
Em cada ação, o pai, com jeito finito,
Revela o divino que em nós habita,
Semelhante a Ele, na tangente da vida,
Invisível, mas presente, o mundo infinito.
Talvez o pecado maior seja a ausência,
Escolha silenciosa que a distância impõe,
De herói a vilão, o pai assim se põe,
No desejo de moldar, com severa paciência.
Mas é nesse dilema que a grandeza reside,
Caminhar entre a presença e o deixar ir,
Dar o melhor de si, sem nunca mentir,
Que o amor, mesmo imperfeito, é o que nos divide.
E assim, no vasto papel que o pai assume,
Descobre-se que ser grande não é só estar,
Mas que, mesmo ausente, pode perdurar,
Sua essência, no coração que o resuma.
A sacralidade nas refeições.
Há certa equidade no rito das refeições. Sob a toalha, já não se vê quem é maior. A mesa esconde nossas deficiências.
Sentados, a única urgência é pela comunhão, que é repartida juntamente com o pão e a manteiga. O sagrado tem sabor de café.
Quando nestes encontros falamos, rimos e recordamos, as horas voam diante da saudade acumulada, e notamos que, pelo menos por alguns instantes, conseguimos arranhar a eternidade.
Algum aparelho sempre toca e, espantados com o horário, sabemos que é o momento de partir.
Na porta, ao nos despedirmos, alguém intencionalmente sacode a toalha do café, assim as aves também poderão se alimentar com as migalhas dos nossos momentos.
Quando abraço alguém, fecho os olhos e demoro pelo menos uns trinta segundos antes de soltar. Neste tempo, consigo ouvir exatamente cada pulsar do coração. Acredito que cada coração tem um ritmo, como se fosse um timbre vocal. Convido-te a ouvir! Para isso, é preciso que eu saia da superficialidade dos sentidos. No último abraço que dei, pude escutar as palavras mudas de um coração: "Obrigado por estar aqui."
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