Saudade de um Velho Amigo

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A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparecem.

"Quando jovem, você acha que pode conquistar o mundo, mas a medida que fica mais velho, sente que já não é mais assim. Dia após dia, você comprova que é um escravo do ambiente e do hábito. Em vez disso, deve afirmar, todos os dias: "Sou o conquistador de tudo. Posso morrer, mas morrerei livre, no regaço de Deus. Não ficarei atrás das barras dos maus hábitos e do destino."

A liberdade virá se você meditar todos os dias e fortalecer a força de vontade. Foi você quem criou a prisão. Você forjou as barras e, portanto, é você quem precisa rompê-las. Seja um fugitivo: fuja da prisão da carne. Escape de todas as celas de maus hábitos, apegos, emoções, desejos, vida e morte. As barras da cadeia em que sua alma se encontra prisioneira podem ser serradas com a serra da sabedoria. Quanto mais usar a serra da meditação, mais livre ficará. Nele, saberá que esta vida é como um sonho, é simplesmente uma apresentação teatral."

Velho ditado popular que diz que estudar mata,
e a ignorância da vida a quem?

Eu acredito em Deus, mas não como uma coisa, não como um homem velho no céu. Acho que o que as pessoas chamam Deus é algo que está em todos nós. Creio que Jesus, Maomé e Buda e o que todo mundo disse é verdade. Simplesmente as traduções deram errado.

Quando o assunto é família, no fundo, ainda somos crianças. Não importa o quão velho fiquemos, sempre precisamos de um lugar para chamar de lar. Porque sem as pessoas que você mais ama, você não pode evitar em se sentir sozinho no mundo.

O tempo passou,
Tudo se curou,
Um velho amor,
Uma velha dor,
Cicatrizes e retratos,
Tristezas e infartos
O tempo passou levou tudo com ele.

Em MEU IRMÃO MAIS VELHO, ela diz: “Tiraram-lhes a liberdade de culto, o direito de abrir as portas do templo, para cantar louvores ao Criador, para buscarem junto o consolo da prece em comum, da meditação nas santas promessas, remédio para um coração em pedaços, da Pátria escravizada. Não mais a alegria de contar, à futura geração, a história daquele outro menino, que nasceu numa manjedoura, conversou com doutores, e brincou nas ruas de Nazaré. Que bom lembrar-te Jesus, como meu irmão mais velho. Distribuindo entre nós tão menores a herança tua por direito. (...) Meu irmão, eternamente jovem, infinitamente forte, todo Amor: Obrigado, pela parte na herança, pelo lugar na família, e pelo doce nome de CRISTÃO.

[...] passei o dia andando pelo bairro. Cheguei a pegar meu velho trenó e meu velho cachecol. Há algo de confortável nisso para mim.
Subi a colina onde costumava usar o trenó. Havia muitas crianças ali. Eu fiquei vendo elas voarem. Dar saltos e apostar corridas. E pensei que todas aquelas crianças um dia iam crescer. E todas aquelas crianças iam fazer as coisas que nós fazemos. E todos eles beijarão alguém um dia. Mas agora andar de trenó era o bastante. Acho que seria ótimo se bastasse um trenó, mas não é assim.

Olhos Parados, a Mário Calábria

Ah, ouvir mazurcas de Chopin num velho bar, domingo de manhã!
Depois sair pelas ruas, entrar pelos jardins e falar com as crianças.
Olhas as flores, ver os bondes passarem cheios de gente,
E, encostado no rosto das casas, sorrir…
Saber que o céu está lá em cima.
Saber que os olhos estão perfeitos e que as mãos estão perfeitas.
Saber que os ouvidos estão perfeitos. Passar pela igreja.
Ver as pessoas rindo. Ver os namorados cheios de ilusões.
Sair andando à toa entre as plantas e os animais.
Ver as árvores verdes dos jardins. Lembrar das horas mais apagadas.
Por toda parte sentir o segredo das coisas vivas.
Entrar por caminhos ignorados, sair por caminhos ignorados.
Ver gente diferente de nós nas janelas das casas, nas calçadas, nas quitandas.
Ver gente conversando na esquina, falando de coisas ruidosas.
Ver gente discutindo comércio, futebol e contando anedotas.
Ver homens esquecidos da vida, enchendo as praças, enchendo as travessas.
Olhar, reparar tudo em volta, sem a menor intenção de poesia.
Girar os braços, respirar o ar fresco, lembrar dos parentes.
Lembrar da casa da gente, das irmãs, dos irmãos e dos pais da gente.
Lembrar que estão longe e ter saudades deles…
Lembrar da cidade onde se nasceu, com inocência, e rir sozinho.
Rir de coisas passadas. Ter saudade da pureza.
Lembrar de músicas, de bailes, de namoradas que a gente já teve.
Lembrar de lugares que a gente já andou e de coisas que a gente já viu.
Lembrar de viagens que a gente já fez e de amigos que ficaram longe.
Lembrar dos amigos que estão próximos e das conversas com eles.
Saber que a gente tem amigos de fato!
Tirar uma folha de árvore, ir mastigando, sentir os ventos pelo rosto…
Sentir o sol. Gostar de ver as coisas todas.
Gostar de estar ali caminhando. Gostar de estar assim esquecido.
Gostar desse momento. Gostar dessa emoção tão cheia de riquezas íntimas.
Pensar nos livros que a gente já leu, nas alegrias dos livros lidos.
Pensar nas horas vagas, nas horas passadas lendo as poesias de Anto.
Lembrar dos poetas e imaginar a vida deles muito triste.
Imaginar a cara deles como de anjos. Pensar em Rimbaud,
Na sua fuga, na sua adolescência, nos seus cabelos cor de ouro.
Não ter ideia de voltar para casa. Lembrar que a gente, afinal de contas,
Está vivendo muito bem e é uma criatura até feliz. Ficar admirado.
Descobrir que não nos falta nada. Dar um suspiro bom de alívio,
Olhar com ternura a criação e ver-se pago de tudo.
Descobrir que, afinal de contas, não se possui nenhuma queixa
E que se está sem nenhuma tristeza para dizer no momento.
Lembrar que não sente fome e que os olhos estão perfeitos.
Para falar a verdade, sentir-se quite com a vida.
Lembrar dos amigos. Recordar um por um.
Acompanhá-los na vida.
Como estão longe, meu Deus! Um aqui. Outro lá, tão distantes…
Que fez deste o destino? E daqueles?
Quase vai se esquecendo do rosto de um… Tanto tempo!
Ter vontade de escrever para todos os amigos.
Ter vontade de lhes contar a vida até o momento presente.
Pensar em encontrá-los de novo. Pensar em reuni-los em torno de uma mesa,
Uma mesa qualquer, em um lugar que a gente ainda não escolheu.
Conversar com todos eles. Rir, cantar, recordar os dias idos.
Dar uma olhadela na infância de cada um. Aquele era magro, Venício…
Aquele outro era gordo, Abelardo… Aquele outro era triste.
Ai, não esquecer jamais este último, porque era um menino triste.
Como andarão agora? Naturalmente, mais velhos.
Talvez eu não conhecerei alguns. Naturalmente, mais senhores de si.
Naqueles, naturalmente, para quem o mundo deve ter sido menos bom.
Pensar que eles já vêm. Abrir os braços
Procurar descobrir, no mundo que os envolve,
Alguma voz que tenha acento parecido,
Algum andar que lembre o andar longínquo de algum deles…
Ah como é bom a gente ter infância!
Como é bom a gente ter nascido numa pequena cidade banhada por um rio.
Como é bom a gente ter jogado futebol no Porto de Dona Emília, no Largo da Matriz,
E se lembrar disso agora que já tantos anos são passados.
Como é bom a gente lembrar de tudo isso. Lembrar dos jogos à beira do rio,
Das lavadeiras, dos pescadores e dos meninos do Porto
Como é bom a gente ter tido infância para poder lembrar-se dela
E trazer uma saudade muito esquisita escondida no coração.
Como é bom a gente ter deixado a pequena terra em que nasceu
E ter fugido para uma cidade maior, para conhecer outras vidas.
Como é bom chegar a este ponto de olhar em torno
E se sentir maior e mais orgulhoso porque já conhece outras vidas…
Como é bom se lembrar da viagem, dos primeiros dias na cidade,
Da primeira vez que olhou o mar, da impressão de atordoamento.
Como é bom olhar para aquelas bandas e depois comparar.
Ver que está tão diferente, e que já sabe tantas novidades…
Como é bom ter vindo de tão longe, estar agora caminhando
Pensando e respirando no meio de pessoas desconhecidas
Como é bom achar o mundo esquisito por isso, muito esquisito mesmo.
E depois sorrir levemente para ele com seus mistérios…
Que coisa maravilhosa, exclamar. Que mundo maravilhoso, exclamar.
Como tudo é tão belo e tão cheio de encantos!
Olhar para todos os lados, olhar para as coisas mais pequenas,
E descobrir em todas uma razão de beleza.
Agradecer a Deus, que a gente ainda não sabe amar direito,
A harmonia que a gente sente, vê e ouve.
A beleza que a gente vê saindo das rosas; a dor saindo das feridas.
Agradecer tanta coisa que a gente não pode acreditar que esteja acontecendo.
Lembrar de certas passagens. Fechar os olhos para ver no tempo.
Sentir a claridade do sol, espalmar os dedos, cofiar os bigodes,
Lembrar que tinha saído de casa sem destino, que passara num bar, que ouvira uma mazurca,
E agora estava ali, muito perdidamente lembrando coisas bobas de sua pequena vida.

Manoel de Barros
BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.

Sei que não sou o mocinho do cinema
E nem pareço o Romeu da Julieta
E sempre uso chapéu velho e camiseta
Mas sempre faço valer a pena

Pra ser feliz o amor tem que ser verdadeiro
Felicidade é a chave do segredo
Só com um sorriso ponho cores no seu mundo
Branco e preto.

Essa vida é um jogo que só ganha quem sabe disfarçar o que sente. É aquele velho blefe emocional que acaba definindo quem perde e quem vence.

Tenho a idade de um velho sábio dividido por um homem, um menino e uma criança.

Vão dizer que você não consegue, que é jovem ou velho demais! Vão dizer que você não tem talento, que não é diferente e que faz tudo igual! Vão criar mil desculpas pra te desanimar! Tem gente que se alegra quando vê o outro chorar! Vão fazer de tudo, ou quase tudo pra verem você desisti, mas não desista, acredite em você e não no que falam por ai! Tem gente fraca querendo te enfraquecer, tem muita gente invejosa, falam mal, mas na verdade queriam ser você! Então não pare, não se limite, não alimente essa gente que vive a vida alheia! A vida é sua, o sonho também e se eles são infelizes, cada um merece o que tem!

Quando jovem não tinha tempo para meus pais
Mas amava muito meus avós.
Quando velho meus filhos não tem tempo para mim
Mas sou amado pelos meus netos.

Perguntei ao tempo como se perguntasse a um velho sábio que estava passando: - Tempo, senhor do meu destino, que remédio é esse que dizem que só você tem, o qual pode me curar deste sentimento, deste aperto que tenho dentro de mim e que parece não ter mais fim? - Ele então como um velho sábio que era me respondeu: - Apenas seja paciente comigo e deixa-me passar primeiro!

Sinto sua falta
Não posso esperar tanto tempo assim
O nosso amor é novo
É o velho amor ainda e sempre

Não diga que não vem me ver
de noite eu quero descansar
Ir ao cinema com você
Um filme à toa no Patê

Que culpa a gente tem de ser feliz ?
Que culpa a gente têm, meu bem ?
O mundo bem diante do nariz
Feliz aqui e não além...


Me sinto só, me sinto só
Me sinto tão seu...
Me sinto tão, me sinto só
E sou teu
Me sinto só, me sinto só
Me sinto tão seu
Me sinto tão, me sinto só
E sou teu

Faço tanta coisa
Pensando no momento de te ver
A minha casa sem você é triste
A espera arde sem me aquecer

Não diga que você não volta
Eu não vou conseguir dormir
À noite quero descansar
Sair à toa por aí...



Sinto sua falta
Não posso esperar tanto tempo assim
O nosso amor é novo
É velho amor ainda e sempre

Que culpa a gente têm de ser feliz ?
Eu digo eles ou nós dois
O mundo bem diante do nariz
Feliz agora e não depois...

Quando és jovem, desejas sair de casa;
quando és velho, só desejas voltar a ela.

Epitáfio

Não quero ser apenas uma lembrança como a de uma foto amarelo num velho porta-retratos
O esquecimento me assombra ainda mais que a morte
Mas ter lembrança é ter saudade e traz a tona vários outros sentimentos
Que a minha lembra não seja breve e passageira, e que quando lembrares de mim que.
Tenha boas e belas lembranças e que cada uma delas conforte o seu coração aflito.

Sinto falta do velho, da infancia que se foi, das lembranças que ficaram, das pessoas que partiram e que nunca mais voltarão, pois assim como a morte, o passado não tem retorno.

Se sua coluna é inflexivelmente dura aos 30 anos, você é velho; se ela é completamente flexível aos 60, você é jovem.

Joseph Pilates
O retorno à vida pela Contrologia. In: A Obra Completa de Joseph Pilates. São Paulo: Phorte, 2010.
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