Saudade de quem já morreu
A gente lembra e dá uma saudade, né? Foram tantos momentos bons. Tantos risos, lágrimas... Mas só restou mesmo a saudade de tudo que vivemos. Não é uma saudade que dói, que grita. É uma saudade boa.
O amor está no ar, na pele, no olhar
O amor vive, se doa sem mágoas
Cura saudade, enxuga lágrimas
O amor é eterno, é pra ficar.
E o que significa a saudade?
Expressão usada somente na língua portuguesa,
Contudo sentida e sofrida por toda pessoa que sente falta de quem ama.
Será exagero dizer: Vou morrer de saudade de você.
Se realmente algo em nós morre,
Mesmo que seja o brilho no olhar ao não ver a pessoa amada.
Ou morre o paladar que sentia o beijo tão desejado.
Ou o toque do abraça esperado.
Certa estou que hoje vejo que estava errada em minhas vãs filosofias: ao descrever que saudade não era um sentimento razoável e muito menos levaria a morte.
Hoje em meus as palavras, pondo de lado a razão e vivendo a emoção, verifico que morrer de saudade não é uma hipérbole, mas é uma expressão que nos deixa a flor da pele.
Quero tomar todo seu tempo para minha felicidade, em momento algum quero sentir saudade de quem só se fez feliz após me ver junto de si.
Igrejinha do Interior
Saudade...
Das igrejinhas que frequentei quando criança, lá no interior do interior...onde tudo que fazíamos, era "todo mundo junto" .
As festas eram num barracão, no terreno da igreja, os irmãos preparando o fogo a lenha ou carvão, limpando, construindo...as irmãs preparando as comidas, simples, porém deliciosas...as crianças brincando livres pelo quintal.
Não havia luxo, mas era tudo tão lindo...e quando terminávamos de nos alimentar...íamos pro Templo, cantar louvores ao Senhor...o fogo caía, batismo com Espirito Santo, curas e muito poder de Deus !!
Criança, jovem,adulto, idoso, todos a uma só voz cantávamos e nos derramávamos na presença do Senhor...e quando terminava a festa, as pessoas voltavam pra casa...a pé...caminhando quilômetros de distância, dentro do mato, por caminhos que tinham cheiro de terra molhada...pelos igarapés de água cristalina, ouvindo o som da natureza e cantando os hinos da Harpa Cristã.
Pensando bem...aquilo sim, era bonito.
É tão bom quando você finalmente passa a entender a saudade. Quando, por fim, se dá conta de que alguém foi capaz de conquistar aquele tal brilho nos seus olhos, de modo que distância alguma seja capaz de transformar a simples ausência física, em sensação de falta. Porque sentir falta é admitir a vitória do vazio. E a saudade está mais para uma espécie de mensageiro que anuncia a chegada de mais um lote do amor que ficou.
Mas não falo daquela saudade comum. Aquela que bate e instantaneamente causa aperto. Mas sim da saudade que, ás vezes, de tão sorridente que é e como vem, até dormência causa nos braços, de tão duradouros e apertados que se fazem os abraços de reencontro.
Mas no começo não era assim - eu confesso. Odiava as despedidas. Me dava uma certa aflição sentir o chão se afastando dos meus pés, a cada passo que era dado na direção oposta até que meus olhos não mais conseguissem acolher o alvo do meu afeto.
Quando a saudade perde o freio e desce a ladeira sem controle, não é fácil ouvir uma música que conte, mundo afora, o resumo da sua história. Não é fácil parar a vida no meio da noite, na esperança de que em algum ponto entre as tantas estrelas que se apoderam da imensidão do tapete azul-escuro-quase-preto, o rosto dele(a) seja montado tal qual se faz na sua recordação mais recente. Não é fácil acordar no meio da madrugada e ter como único e maior desejo, aquela pessoa ao seu lado, para que, ao menor sinal de um despertar por parte dela, você então possa dizer, entre um afago e outro:
- Está tudo bem, amor! Volte a dormir.
Felizmente eu passei a compreender a brevidade da vida. E assim decidi que, de agora em diante, a saudade e eu seremos como velhos amigos que se visitam com uma certa frequência, só pra conferir se está tudo bem. Porque aquela aflição de antes foi sabiamente substituída pela esperança de um novo olá. Aconchegante e bem quietinho, dentro daquilo que foi descrito por Mario Quintana, como sendo: " ...coração com coração, tudo isso cercado de braço."
Viver A Saudade Boa
Junto do novo dia
brota a velha saudade.
Saudade que se espalha durante a manhã,
escorre pela tarde,
e ao entardecer brilha colorida e roda gigante
da superfície dos olhos ao íntimo do peito,
brincando com os suspiros
e as mais doces lembranças.
Dorme no meu peito, meu bem.
AGORINHA MESMO VI UM VÍDEO QUE ME DEU SAUDADE DA INFÂNCIA DOS MEUS MENINOS QUANDO ERAM PEQUENOS E MINHA TAMBÉM:
TINHA BICICLETA MONARC,MINI CHICLET,CHILETE PING PONG DE TUTTI FRUTTI,BALA SOLFT(A BALINHA PERIGOSA QUE A MINHA IRMÃ ENGASGOU COM ELA),JOGO DE PALITO,REFRIGERANTE BARÉ,MIRINDA,BOLINHA DE GUDE COLORIDAS,VÁRIOS DESENHOS INFANTIL,ETC...MUITO BACANA!!!É BOM DE MAIS VOLTAR NO TEMPO...
O tempo passa, a saudade aumenta, os bons momentos eu até lembro, porém com um certo ressentimento, já que amar hoje está mais difícil que ganhar um aumento
Às vezes, muitas vezes
Eu sinto uma imensa, muito imensa
Muito imensa mesmo
Uma saudade imensa, bem maior
Do que muita gente pensa
E penso nele, penso e me pergunto
Por que é que a gente repete e repete
e repete tantas vezes o mesmo assunto?
Quanta coisa a gente tinha pra dizer
e não disse...
Queria que ele me visse agora
Queria que ele me dissesse
Que sentiu a minha falta
Queria que ligasse pra mim
Qualquer hora dessas
Queria conversar um dia
Sem pressa
Ou gente por perto pra apressar a gente
Um dia o tempo acaba
Um dia um de nós dois se vai
Nunca se sabe
Queria dizer
Pai, meu coração é bem pequeno
Mas você ainda cabe.
"Saudade, de olhar a paisagem em busca das coisas mais simples e logo em seguida encontrá-las;
Saudade do tempo em que era possível expressar tudo o que sentia, sem julgamentos;
Saudade do dia em que me imaginei alcançando o abstrato, permitindo que a minha inocência tomasse conta da minha imaginação, que por sinal era muito fértil;
Ahh, e eu já viajei por tantos lugares e conversei com tanta gente que nem mesmo conhecia;
Demorei anos viajando... Passei por uma tal de infância, onde tudo era mistério e cada descoberta se tornava uma grande aventura; Depois percorri até a adolescência e desenhei vários sonhos, e quase que num piscar de olhos, cheguei num lugar que chamam de fase adulta; Aqui estou eu, parada por um tempo e descobri que já não há tantos mistérios a desvendar, também não há mais tanta verdade nas palavras e encontrar um olhar sincero é raro;
A paisagem já não tem tantas cores assim, mas continua admirável, se você se permitir sugar o que ainda há de bom; E hoje, eu só espero conseguir finalizar a minha trajetória, depois de tantos percursos, chegar então á velhice com aquele gás, deixar toda a bagagem de lado e descobrir o que ainda resta pra poder apreciar o que ficou de bom."
Não importa se a saudade bate com força, nem ligo...que doa, que machuque, te quero em mim, é o que interessa. Prefiro a dor da saudade que o vazio da lembrança.
No amor o impossível é uma invenção dos que não amam, dos que não conhecem a saudade, desejos, vontades...se o não possível existe pra nós, é que não tentamos o possível.