Saudade de Alguém que Partiu Faleceu
PERNAS PRA QUE TE QUERO
(Cântico)
Pernas, pra que te quero?
Velozes, inquietas, entrelaçadas;
Presas a mim, abertas - descobertas.
Cruzadas - Ah, nó sem fim....
Brancas, vermelhas - Floridas com curvas.
Torneadas, desmaiadas - sobre a cama.
Enforcam-me, mordo, tiro o laço,
Escorrego, abraço - mergulho no abismo.
Sanha a boca, abrocham os lábios.
Desabrocha a fenda, floresce; adormece,
Arrepia os espinhos, fere-me o peito.
Devoro caminhos, me perco nas coxas.
Me encontro, na fonte da vida,
Entrando e saindo; salivando palavras.
Murmuro desejos, doces desejos!
Azedam os beijos agridoce sabor.
Da gruta à floresta, bosque sombrio,
Denso nevoeiro: noturnos silêncios,
Doloridas saudades. Orvalhadas contínuas,
Jorram - luminosas tempestades!
(Lamento)
Pernas, pra que te quero?
Trêmulas, frias e assombrosas.
Se não, para fugir do mundo!
Pernas, assim me perco. Morro!
Fecha-se o cerco, murcham os lírios,
Feneço nos campos...
Pernas, abram-se a mim, perto do fim.
Ainda não acabei. Pernas, escorrem de ti
O sol das manhãs, tardes afins.
Pernas, este canto se encerra,
Com versos floridos, umedecidos,
Por nectários desejos....
Estranho, não é? Você conhece pessoas novas, elas se tornam importantes pra você, e quando você percebe elas já são antigas na sua vida. A vida te junta às pessoas, e consquentemente você se apega. Mas de repente, a mesma coisa que te juntou às pessoas, decide te separar delas. Vai contra a sua vontade, contra os seus desejos, mas você não pode fazer nada, a não ser aceitar e sentir falta de tudo."
Eu realmente gosto muito de ti, mas prefiro não levar isso à diante, você não merece ser usado como curativo para feridas antigas
Lembranças são como passaportes que nos permitem viajar na máquina do tempo para reencontrar pessoas e reviver momentos. Na bagagem, levamos a mesma saudade.
No estado decadente que eu tô
A tristeza decora essa casa
Eu sei que ninguém morre de amor
Mas cachaça e saudade mata
Já memorizei o seu corpo todo
Pro caso da gente não se ver de novo
Doa a quem doer, essa é a verdade
Entre nós dois não cabe saudade
- Eu amo arte.
- Sério? E qual a sua pintura favorita?
- Os seus olhos. Eles me transmitem uma paz que nenhum pôr do sol consegue expressar.
Se fosse questão de escolha a minha seria sempre estar ao seu lado...
Mas verdade , você Tem todo o direito de ir em frente e ser feliz, mesmo assim obrigado por transformar a minha medíocre existência, no melhor momento que eu já vivi em toda a minha vida
Ouvi você dizer que me ama nao tem preço, saber que se tornou recíproco tudo o que eu sentia por você foi maravilhoso...
Mas já sei que mais uma vez terei que caminhar sozinho no caminho aonde fui lançado...
Sonhar sozinho, acreditar sozinho, esperar sozinho, chorar sozinho, acho que já acostumei e nao te culpo por nada, voce fez a sua parte...
Por mais que eu sinta dor ainda tenho convicção do que quero, e acredito que esse sentimento foi Deus que colocou aqui dentro de mim e nunca será passageiro...
Eu te amo, e pra sempre vou te amar...
A morte para muitos significa o fim de tudo. Mas, para os que perdem a quem tanto se ama, é apenas o começo de um amor incondicional, de uma saudade incontrolável, de uma alegria nas lembranças do passado, uma esperança de reencontro. Amor sem medida, um amor além da vida.
Sobre os velhos amigos
Muito mais que qualquer nostalgia barata de um reencontro despretensioso ou a simpatia de uma rápida conversa diplomática, são as lembranças que tenho a respeito de quem passou por minha vida: os velhos amigos. Eles são cicatrizes benignas feitas por pessoas que, usufruindo de toda a liberdade que têm, deixaram com que a intersecção de nossas histórias existisse.
E eu quero lhe chamar a atenção aqui porque, quando digo história, estou falando do acumulado de experiências, acúmulo de encontros e desencontros da vida colecionados em um indivíduo, de forma que seu caráter, personalidade, espiritualidade e ideologia se fazem frutos desta dita história.
As sobreposições que sofri pelos meus velhos amigos me permite ver, talvez só aqui na frente olhando para as fotos, que a vida foi boa de ser vivida com eles; me permite ver que, como diria Spinoza, o encontro fraterno de nossas almas gerou ganho potência, o que ele mesmo traduz como felicidade.
Aos meus antigos amigos dos enes lugares pelos quais passei, a cada um deles, eu sinto a falta de vocês. Obrigado por permitirem o nosso encontro. Com vocês eu ganhei potência, eu palpei a felicidade. Com vocês vivi momentos dos quais não queria que acabassem e compartilhei lugares dos quais não queria sair.
Memória da Casa (Fernando de Oliveira e Walmir Palma)
Não está no portão
a memória da casa,
nem está no porão,
onde tudo se guarda.
Se talvez no jardim
mora alguma lembrança,
erram doces ausências:
borboletas, crianças.
A memória da casa
jaz além da estrutura,
das paredes caiadas,
assoalho, nervuras.
Vejo outrora na alcova
afogada em cortinas
o rubor de uma rosa
e uma linda menina.
Onde foi essa alcova,
em que tempo se deu,
como entrou nessa história,
em que vão se perdeu?
Essa casa são muitas,
uma só todas elas;
o morar é a casa
com varandas, janelas.
As memórias são tantas,
tantos são os lugares
onde pousam lembranças
nesse lar, nesses lares...
Hoje seria seu aniversário, um dia que você amava e esperava ansioso sempre. Dia de comemorações com os amigos, de violão e risadas. Eu ainda lembro do último, perfeitamente! No sítio, rodeado de pessoas que te adoravam, muita música. Lembro da camiseta vermelha que te dei, de te chamar no quarto, entregar o presente e duas cartinhas, uma minha e outra em nome do meu irmão, escrita por minha mãe. Ambas inconscientemente com tom de despedida, de agradecimento, com pedidos para aproveitarmos mais tempos juntos. Te vi chorar, pela primeira vez. Um abraço profundo... gostoso... Queria poder te abraçar assim hoje, dizer parabéns, desejar muitos e muitos anos de vida ao meu lado. É triste não podermos comemorar mais um ano de vida, mas não deixa de ser um dia especial, não só pelas lembranças, mas também porque foi o dia em que nasceu o meu anjo. Te amo, pai! O dia 09/11 será eternamente o seu dia!
Você é a coisa mais pura do mundo e, seguindo a teoria dos multiversos, de todos os infinitos universos paralelos que existirem, também. Nada, absolutamente nada, pode ser comparado com tua luz, com teu amor, com a paz que você transmite. Nada pode ser mais lindo que teu sorriso, que teus olhos, que teu nariz, que tua boca, que teus cabelos, que você. Nada pode ser mais melódico, mais doce, mais harmônico que tua voz. Teu jeitinho falando chega a ser quase um encanto de sereia, sabe? Que a gente vai ouvindo e ouvindo, e quando se dá conta, não consegue mais voltar.
Desculpa se te magoei, desculpa se me magoei, mas me desculpe principalmente por não me arrepender de nada. Não me arrependo dos sorrisos que me roubou, das confusões mentais que me causou, das confissões que a ti fiz, dos ciúmes que nunca te confessei, das brigas terminadas em beijos, das brigas terminadas em lágrimas.
Me perdoe por não querer voltar no tempo e concertar, me perdoe se não mudaria uma vírgula. Me perdoe se eu tinha mais dúvidas que respostas. Me perdoe por sem querer me apaixonar. Na verdade, quer saber? Não, não me perdoe por nada. Não perdoe os beijos que eu te dei, não perdoe as palavras a ti atiradas, não me perdoe pelas músicas compartilhadas, não perdoe as conversas terminadas no ritmo do nosso sono, não perdoe os nossos momentos a frente do mar trocando sorrisos, não perdoe nossos olhares confidentes e jamais me perdoe por aparecer, por sumir, por simplesmente me fazer presente. Não perdoe as críticas que a ti fiz. Não, não perdoe, pois não me arrependo. Tudo que fiz estava sã, tudo que demonstrei estava ciente das consequências, tudo que falei estava perfeitamente concentrada em teus olhos para proferir todas as palavras que saíram de minha boca, todos os beijos que te dei foram perfeitamente doces e acompanhados do consenso, então, porque me arrepender dos 5 segundos mais duradouros dessa nossa história?
Me desculpa, mas de alguma forma eu achei que precisava te dar uma explicação, eu fui embora da sua vida e você já deve ter percebido (espero que sim). Escrevi para te dizer que o amor que um dia eu senti, fez as malas, pegou uma carona até a estação e entrou no primeiro ônibus que viu pela frente, sem sequer ler o destino. O amor foi embora, eu meio que mandei ele ir, a gente brigava sempre e a convivência já não estava fácil, mas não posso mentir que me doeu, eu até sai na porta, o vi pegar uma carona e desaparecer no horizonte. É isso. O amor acabou. No dia em que ele foi embora, eu acordei mais cedo, troquei as cortinas e os tapetes, pra disfarçar todo o estrago que ele tinha feito, coloquei uma musica calma para tocar, comecei a ler um ou dois livros, adotei um cachorrinho abandonado, voltei a ver desenhos e tomar sorvete. No dia em que ele foi embora, nem doeu tanto, a vida não estava fácil junto dele, eu cantava mais sozinho que cantor solo uma musica pra dois, as brigas eram inevitáveis, a gente sempre quebrava muita coisa e num dia desses eu acabei por me quebrar também, mais ele se foi e agora canto sozinho e sem plateia, em cacos espalhados pelo chão do quarto. No dia em que ele foi embora, agradeci a Deus pela paz, alguns minutos depois culpei o senhor por tanta solidão, era ruim com ele e é pior sem ele agora, decidi guardar as fotos numa caixa em cima do guarda-roupa e quis me guardar junto delas naquela caixa para ver se voltava naquele tempo, o amor foi embora e levou tudo o que tinha, levou parte de mim também. Sempre sobra comida, com ele aprendi a cozinhar pra dois e agora sobra arroz, feijão, beijos, abraços e lagrimas. No dia em que ele foi embora, fiquei sem saber o que fazer, o tempo não passava ou quem sabe o dia dobrou de tempo, e mesmo sabendo toda a dor que ele causava eu o quis de volta, os socos na boca do estomago e os nós na garganta e os cortes na alma nem doíam tanto, dói mais essa solidão que ficou depois que ele foi embora, a TV perdeu a imagem e o som, a agenda de contatos estava cheia de nomes e vazia de corações amigos, a internet caiu e ar ficou emperrado no mínimo ou talvez fosse toda a minha frieza se manifestando. No dia em que ele foi embora, eu aprendi a dor de desejar que não fosse mais do que um pesadelo, pobrezinho, amarrou uma trouxinha nas costas e seguiu sem olhar pra trás, talvez quisesse evitar meus olhos cheios de água que pediam perdão, minha boca num sorriso forçado que por dentro era ilusão, minhas pernas bambas que me impediam de dar um passo sequer para mudar alguma coisa, o amor não olhou pra trás, ainda bem, ele tinha o dom de me ver por dentro e naquele momento eu era ruína, poesia sem rima, canção sem som, eu era fim e ele era a continuação, a minha reticencias que foi embora e me deixou em ponto final. No dia em que ele foi embora, todo o tesouro do mundo seria dado em troca para que ele voltasse, mais eu não tenho muito, só umas moedas no bolso e muito vazio no coração, o mais triste de tudo talvez seja isso, o amor foi embora e não deixou lembranças. Alguém, não me lembro quem, disse que o viu embarcar em um ônibus diferente, daqueles que não levam gente e não tem destino final. Se um dia você o ver, perambulando por ai, me faça um favor. Diga que o quero de volta, porque o amor foi embora mais eu ainda o amo muito.