Saudade da Viagem
Depois de uma longa viagem, passando por caminhos tortuosos, naquela ansiedade de chegar, de encontrar uma cama quentinha, um colo macio, uma comidinha preparada exclusivamente para mim...
Depois de horas e horas na estrada, com o coração acelerado e as vistas cansadas de paisagens vencidas, enfim, eu chego.
Ela já espera no portão, naquele hábito de sempre, de se jogar sobre a moto e de beijar-me desesperadamente.
Aquela sua alegria de visita inesperada, de oportunidade rara, de quem demora para aparecer é uma coisa encantadora.
Certamente o dia será de festa, ou melhor, a noite porque a saudade há muito tempo tem ficado na espreita, pelo portão...
E agora, ali pertinho, no aconchego de meus braços, ela sorrir satisfeita, não apenas pela noite, mas pela eternidade daquele instante que já tinha virando saudade antes mesmo de acontecer...
Algumas pessoas não chegam em nossa vida, elas retornam de uma viagem onde apenas os corpos se separaram, as conversas silenciaram, mas o coração continuou a encontrar na saudade quem a gente sempre soube que ia voltar.
Quando ouvimos música ficamos com saudade de fatos que já vivemos ou de algo que nunca teremos, viajamos para lugares inatingíveis e regredimos ao passado distante na mesma velocidade, sentimos cheiro, gosto e sensações já vívidas ou sonhadas,
viajamos para todas direções e situações!
Saudades de todas as paisagens que ainda não vimos e de todos os lugares que ainda vamos conhecer. Lembranças de tudo o que já fizemos juntos, aumenta vontade de viajar o mundo com você.
Eu aqui morro de saudade de casa e do Brasil. Essa vida de “casada com diplomata” é o primeiro destino que eu tenho. Isso não se chama viajar: viajar é ir e voltar quando se quer, é poder andar. Mas viajar como eu viajarei é ruim: é cumprir pena em vários lugares. As impressões, depois de um ano num lugar terminam matando as primeiras impressões.
Hoje sonhei com você,
Vi seu sorriso e seu olhar.
Em um momento parecia ser tão real.
Seus olhos cheios de amor,
Contagiavam meu coração.
Senti meu coração tocar uma linda melodia de amor para você.
Ah! Saudade, nos faz viajar,
E sentir leve e feliz.
A um amigo falecido (Gabriel Myslinsky)
Pensar em você de um outro lado da vida me entristece a alma e me faz viajar em pensamentos, buscando você em qualquer canto.
Viagens pra que te quero!
Em cada porto algo novo se apresenta
um cais de saudade,
pedra sobre o mar
cheiro de marés que se repetem
no vai e vem de diferentes ondas.
O mar com seus bateis,
místico ao por do sol
ou nas noites lunares.
Em mim, embrenha-se o desejo de aventurar-se.
Sobre trilhos viajo nas probabilidades
prados, paisagens,
janelas para o extraordinário.
Descortinam-se as possibilidades...
Comboios sempre partindo,
pessoas sempre chegando,
meu coração serpenteia e,
em cada estação
se deixa ficar, resolve partir
inquieta_mente!
Do alto, as cidades parecem brinquedos
e as nuvens
desejos infantis de algodão doce,
alvas, sensoriais, inalcançáveis.
A nossa pequenez agiganta-se!
Através do vidro nos debruçamos para o infinito.
Somos tão efêmeros!
O escuro asfalto abocanha
minhas fantasias.
O velocímetro mede os quilômetros .
Quais caminhos nos levarão ao destino?
As curvas sinuosas abraçam a paisagem
E meus olhos vagam desassossegados.
Esta mesma estrada foi percorrida tantas vezes.
Somos meros viajantes.
Em cada canto apalpo a cultura
Os olhos enchem-se e guardam
o encanto.
Por esse Brasil afora
junto os meus vitrais, colores, fotos, impressões.
Toco a madona, viajo em telas,
vivo malabares.
Sob os dedos recrio a sabedoria
da minha gente.
Cultura, fé, beleza
ciência
aprendizagens sem fronteiras
Muitas são as possibilidades!
Em cada viagem deparamos com o inusitado
Um dia, hei de partir para longe, muito longe, onde a saudade faz morada. Quando me inebriar de lá, volto correndo para ver os meus. Pois, sem eles não sou ninguém, além de um viajante sem rumo, sem nau, sem bandeira, sem nada...
Me desconectei,
da chapada eu voltei.
Um tanto realizado,
Com a saudade ao meu lado.
Não foi uma despedida,
minha volta eu sei que é
garantida.
Voltar, pra ficar, quem sabe...
Me banhar, no luar, uma
eternidade, à vontade.
Aí sim, de volta, conectado,
Chapando na chapada,
despreocupado...
Camping nos terreiros,
Da Chapada dos Veadeiros.
(DaMatta)
Imaginando você
De Elvis Vieira
Imagino você...
Chegando imponente,
com um brilho reluzente
e um sonido potente.
Na plataforma...
O povo contente,
aguardando ansiosamente,
seu aparecer surpreendente.
Com tamanha nostalgia,
imagino você noite e dia,
pensando como seria,
tua bela fotografia...
E embora pareça bobagem,
trago na mente sua imagem,
idealizando sua passagem,
por uma emocionante viagem...
Me doeu anunciar a minha hora de partir.
Vem você me abracar. Atrasa e dificulta o penoso trabalho. Sair do seu abraco, é como deixar éden por um fútil compromisso. A minha magna reunião acontece quando reunimos braços olhar e coração. Eu tinha compromissos. Mas por favor, não me largue jamais. Porque mesmo que eu saia, meu pensamento aqui jaz. Eu tenho que partir. Construir a estância de nosso futuro. Mas por favor, me segure um pouco mais. Pode ficar comigo. Os minutos a mais eu desconto correndo de volta. Uso de todo seu calor, combustão para meu gás.
A tarde se vai,
e que não tarde !
mas enquanto ela cai
a nostalgia nos invade,
vem a noite sussurrando
nos ermos de sua escuridão,
todo tipo de saudade,
que sabe, temos no coração
Saudade de todo tipo,
do tempo bom ou de anseio,
dos que se foram para o céu,
lugares, passeios, amores,
de tudo que já vivemos
e até do que não veio
Tchau, disse ela da janela do ônibus, mal sabia que seria a ultima vez por toda a eternidade que aquelas palavras ecoariam. Isso não se daria pelo fim trágico de vidas, mas sim, pelo fim mágico do seu eu interior, a viagem a fez tornar-se outra pessoa, com outras perspectivas e olhares.
Tchau, ela disse da janela do ônibus para seu antigo reflexo, para seu antigo olhar, para sua antiga vida. E as gotas de chuva no vidro, misturaram-se a lagrimas de alegria e saudade, e assim ela adormeceu para nunca mais acordar.
►Não Vá, Por Favor
Eu já não te falei,
Que por ti me apaixonei?
Eu já te contei,
Que já madruguei,
Quando pensei em você
Eu também já sonhei
E já te confessei,
O quanto você me faz bem
Estou aqui te pedindo,
Estou declarando como me sinto
Não quero que você vá para o Rio
Fique comigo, mas não vou te impedir
Se deseja tanto ir,
Saiba que estarei aqui
Ficarei a sua espera,
Mas estarei com pressa
Um textinho só para te mostrar
Uma dedicatória só para reforçar,
Que te amo, e para sempre irei te amar
E já estou louco para tu voltar
Mesmo que ainda não tenha ido
Ó momento terrível, está previsto
Sem conversar contigo
O sábado irá se tornar um dia sem brilho
O domingo será para refletir,
O que estarei sentindo.
Sem você eu me sinto preso em uma cúpula
De culpa, não sua, me escuta
Leia essas palavras que serão inclusas
Eu sentirei uma solidão súbita,
Me lembrando de suas mãos por baixo da minha blusa
Ficarei inapto ao trabalho
Quero saber se você estará do meu lado
Você sabe bem que fui enfeitiçado,
Que fui induzido a te amar até nos feriados
E eu sei, você só vai fazer uma pequena viagem
Sei que vai voltar mais cedo ou mais tarde
Escrevo apenas te mostrando o tamanho da minha vontade
Que minha felicidade se apresenta apenas com você, amor
Sei que te verei daqui a duas ou três semanas,
Mas eu te peço,
Não vá, por favor.
►Filho De Minas
De Minas Gerais para Goiás
Na mala, recordações da mãe e do pai
Várias pessoas lendo seus jornais
E do lado de fora, campos rurais
As paisagens entram e saem
Os olhos lacrimejam pela saudade do café da tarde
Os amigos e amigas que deixará para trás
Despedindo do pão de queijo e dos festivais
Das mineiras se suas belezas naturais.
O relógio do seu avô, que já não mais funciona
Mas ele serve muito bem como uma bela lembrança
Em um guardanapo, embrulhado, uma broa e um recado de abraços
O coração apertado, temendo o novo mundo
Medo, sozinho, com os chinelos sujos
Porém, com a simplicidade de poucos,
E o sonho de muitos.
Em retrato, guarda o sorriso de Fátima
O espírito de liderança de Ana, feito Átila
Sem mencionar a bela Larissa e sua pele branca
Sentirá falta também dos conselhos da dona Antônia
Mas se lembrará de todas elas ao olhar a imagem da Santa,
Que fora dada pela tia Ângela.
A palha de seu chapéu lhe serve como distração
Ao sair da estação, roupas belas esbanjam em sua visão
Não seria fácil viver na cidade, com pessoa de outra classe.
Pobre Pedro, filho de um simples lavrador
Teu pai era um bom senhor, era trabalhador
Mas Pedro? Coitado, frágil, porém sonhador.
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