Saudade da Minha Terra
SONETO
A PONTE DA SAUDADE
Havia uma ponte sobre um rio,
Um rio que cortava uma cidade
A carne que gemia, um calafrio
Na ânsia de sentir uma saudade.
A ponte de tão frágil, caiu na` água
Só mágoa, num suspiro se afogou
Agora se travessa o rio a nado
Corrente dos desejos se quebrou.
As almas traspassadas em dores cruciantes
o rio e a cidade afastados hoje choram
a sorte esquecida, da ponte e dos amantes.
Mas a ponte da esperança não tem chão
na mente dos amantes que se encontram
distante da cidade do desejo e da ilusão.
Dispenso sentir saudade;
Prefiro o amor perto;
Quero andar na cidade;
E ver teu sorriso aberto.
O calor da estação;
Anuncia que virão flores;
Ainda antes do verão;
Florescerão os amores.
Foi com saudades daquela cidade, daquela gente que quase me viu nascer que parti e fui parar no sul do Maranhão.
A cidade tá na mesma e eu volto pro mesmo abraço
Eu sei muito bem o traço da saudade
E quando eu chegar
Me espere em sua porta
E não me deixe ir
Se sabe que eu não volto
Então, o que vai ser?
Saudade
Quando meus ouvidos doem com os ruídos da cidade grande, nasce um desejo de ouvir o balanço do vento, o canto dos pássaros e o caminhar das águas dos rios.
Pra acalmar as tempestades internas do meu coração.
E hoje me invadiu uma estranha saudade, talvez tenha sido o frio que chegou sorteiro a esta cidade, ou talvez seja a distância entre os mares.
Hoje me veio um devaneio ligeiro, era uma lembrança alimentada em meu peito, vazio leito sem um fio de esperança.
Hoje algo me abraçou forte, me levou em reviravoltas a momentos tão curtos, onde vi em relances o brilho infindo do teu sorriso espalhado em teu olhar, revelando a serenidade de uma vida encantada
Àquela quina -
Àquela quina da cidade
onde a mágoa se alevanta
moro eu, mora a saudade
e também Florbela Espanca.
É o nome da Praceta
ali de fronte à minha casa
que um dia foi eleita
pelo nome que hoje abraça.
E porque escuto a condenada
que tanto fala na Praceta?!
Tantos versos pela estrada.
Uma voz que não se deita.
Em Brasília, a cidade moderna,
Onde o concreto é sua marca,
A saudade me visita e me inquieta,
Como em "O Livro do Desassossego" de Pessoa.
As linhas de Niemeyer, a imensidão da Esplanada,
O amor também habita essa capital,
Mas em suas ruas, o coração se despedaça,
Tal qual a "Poesia Completa" de Drummond.
Brasília, lugar de sonhos e utopias,
De uma nação que queria se erguer,
Mas que não conseguiu se livrar
Da solidão, como em "Grande Sertão: Veredas" de Rosa.
Nessa cidade sem passado, sem memória,
O amor persiste, ainda que incerto,
Como em "A Paixão Segundo G.H." de Lispector,
Em busca de um sentido, um destino certo.
Brasília, símbolo da contradição,
Onde a saudade e o amor se encontram,
Como em "O Amor nos Tempos do Cólera" de García Márquez,
Em um labirinto de concreto, onde tudo se transforma e se desfaz.
Brasília, cidade sem passado,
Criada para ser a capital do futuro,
Onde a saudade e a paixão se misturam,
Como em "Cem Anos de Solidão" de Gabriel Garcia Marquez.
Entre o concreto e o vazio,
Surge o amor, como um raio,
Que ilumina a alma e o coração,
Como em "O Amor nos Tempos do Cólera" de Márquez.
A paixão arde, como o sol do cerrado,
Envolvendo os amantes com seu fogo,
Mas também se esconde, como a lua no céu,
Como em "O Labirinto da Saudade" de Eduardo Lourenço.
Brasília, cidade das linhas e curvas,
Onde o passado e o presente se encontram,
E a saudade se torna poesia,
Como em "Fernando Pessoa: Obra Poética" de Pessoa.
O amor e a paixão, a saudade e a reflexão,
Em Brasília, se misturam em um só ser,
Como em "A Insustentável Leveza do Ser" de Milan Kundera,
Nessa cidade que não para de se reinventar.
Em Brasília, cidade única,
No cerrado se ergue a capital,
E no meio do concreto,
A saudade e o amor, em um equilíbrio vital.
Os sociólogos estudam a cidade,
E suas complexas relações,
Mas não podem explicar a poesia,
Que a saudade e o amor trazem às nossas emoções.
Em Brasília, o cerrado é resistência,
E a cidade é uma força em constante movimento,
Assim como o amor e a paixão,
Que se renovam a cada momento.
São as palavras de Gilberto Freyre,
Que ecoam nessa cidade moderna,
Onde o passado se mistura com o presente,
E a saudade é a marca de uma história que ainda governa.
Mas é também em Brasília,
Que o amor e a paixão se mostram mais intensos,
Como em Pierre Bourdieu, que estudou as relações de poder,
E percebeu que o amor é uma das armas dos indivíduos em sua luta pelos seus interesses.
Assim, em Brasília, a saudade e o amor,
São o que fazem a cidade ser única,
E enquanto o cerrado resiste,
E a cidade se reinventa,
O amor e a paixão se fortalecem,
E a saudade se transforma em poesia.
Na volta pra casa, depois da balada
A Lua vem dizer
Que você tá com saudade
Mesmo toda a cidade
Falando que não tá
Eu não quero acreditar
Porque no fundo eu também tô
Madrugada quente, cidade parada, rua sem gente, saudade danada, que não quer me deixar, procurei a lua para conversar.
São as borboletas nas flores que trazem consigo, no ar da manhã, a paz e a saudade
Com suas cores, encantam e iluminam a paisagem, de encontro ao olhar venenoso da cidade.
Como será rever o que ficou pra trás? Os destroços da velha casa onde morei, da cidade que deixei, os familiares e amigos que nunca mais encontrei e os que amo que nunca mais verei. Caminhar nas ruas de outrora e reviver momentos que jamais me esquecerei. Sinceramente eu não sei!
Vamos transformar braços em asas,
o céu alcançar em voos rasantes,
olhar do alto a cidade e suas casas
e alcançar talvez as estrelas mais distantes?
Isso tudo chama-se sonhar,
são momentos que fazem bem
nos ajudando a desestressar
dos problemas que a vida tem
Neusa Marilda Mucci - poetisa
Pra te esquecer mudei de cidade, mudei meu telefone, mudei meu gosto musical, mudei meu cabelo, mudei meus sonhos. Fiz terapia. Agora só me resta um transplante de coração.
- Você pode voltar na cidade em que nasceu;
- Você pode usar algumas roupas de um tempo que passou;
- Você pode até ouvir as marcantes canções daquela época.
Porém, jamais poderá trazer de volta os velhos tempos.
O Tempo que se foi...
SILÊNCIO
Eu conheci o silêncio
O silêncio da cidade
O silêncio da nossa vida
O silêncio da serra, do monte
O silêncio do inferno
O silêncio da escuridão
O silêncio das profundezas
O silêncio do mar e da sua brisa
O silêncio das tempestades
O silêncio dos raios de sol
O silêncio dos teus olhos
O silêncio do nosso quarto
O silêncio da tua rouca voz
O silêncio do nosso tempo
O silêncio das folhas do vento
Eu conheci o nosso amado silêncio.