Saudade
Rasgou suas dores e colocou-as no lixo. Dobrou a saudade e guardou no bolso. Recolheu algumas memórias e lembranças desnecessárias. Esvaziou o interior e o coração. Livrou-se de algumas ilusões e, vestiu-se com o melhor dos sorrisos e saiu viver a vida. Hoje, não se enche mais de expectativas, apenas vive longe das nuvens, com os dois pés no chão.
SAUDADE
É quando,
mesmo estando ao lado de alguém,
sentimos já
MUITA FALTA
de ter esse alguém
bem ali,
do nosso lado.
O simples toque da brisa em sua pele.
E minha saudade tocando te em silencio.
Carla Paslauski Bachmann
Uma taça, um vinho...
Em meio aos lençóis
Fotografias
Lembranças me invadem
Calor doido
Saudade no peito
Judia
Pensamentos
Machuca sem jeito
Destino faz birra
Sorri do meu choro
Lágrimas caem.
No telhado um pássaro
Canta triste minha tristeza
vejo tua voz !
No vento teu cheiro
Traz flores
Chuvas e versos
Músicas
Tocam meu corpo
Marca
Em cada pedaço
Desejos de nós !
11/04/2017
E minha alma reclama...
Pede risos, rosas !
Canta sonhos.
Coração
Saudade; lembra...
Chora
Rola em silêncio
Mergulha no ontem
Volta
Passado chama !
Bate dor
Dói
olhos clamam
Mendiga,
Sente falta
Pede guarida !
Cai em mim
Fica
Me dá cheiros
Canta eu
Tu
É meu segredo
Sagrado
Veneno !
20/04/2017
Sentir saudade é normal. Chorar de vez em quando é normal. Sentir ciúme tolamente é normal. Sorrir com as lembranças é normal. O que não é normal é inventar mil coisas para realizar, tentando não lembrar a pessoa o tempo todo, porque a despedida não foi e o que ficou continua a perdurar.
Medidas do amor
Quanto vale uma saudade?
Quanto vive uma paixão!
Nasce do amor essa maldade
e jaz no encontro do caixão!
Quando cessa esta dor?
Quando acaba o sofrimento?
Se há dor, insiste o amor...
e vive enquanto há pensamento!
Como fugir da solidão?
Como encontrar a paz guarida?
Da união do coração
ao coração que lhe dá vida!
AMOR PRETENDIDO
QUANDO AS LEMBRANÇAS POVOARAM
MINHA IMAGINAÇÃO,
A SAUDADE APERTOU MEU PEITO,
VENDO QUE NÃO TINHA OUTRO JEITO,
DEIXEI TUDO E FUI REVÊ-LA.
MAS, QUANDO LÁ CHEGUEI...
OLHANDO E NÃO A VENDO,
LOGO AMARGUEI
A DOR QUE NÃO MERECI.
CHOREI MUITO...
A VONTADE QUE SENTI
FOI DE MORRER,
SUMIR...
DESAPARECER.
ENQUANTO EU PALMILHAR À TERRA
E A SOLIDÃO PERDURAR,
NÃO PODEREI DESISTIR
DE TÃO GRANDE INTENTO:
MEUS SENTIDOS AINDA A PROCURAM. M' ALMA, SÓ PENSA EM LHE QUERER.
SE EM VÃO,NÃO SEI...
SÓ SEI, QUE A MINHA MAIOR TRISTEZA
FOI UM DIA LHE PERDER.
A MINHA MAIOR ALEGRIA
SERÁ, EM UM BELO DIA,
RECEBER A LINDEZA
DO GRANDE AMOR,
COM CERTEZA,
QUE ELA POR MIM
HÁ DE TER (04/2014).
Lembrei, com saudade, dos Jarlich, três irmãos gêmeos, negociantes estabelecidos, com negócios de jóias, na Rua da Conceição, quase em frente a prefeitura. Se eu não me engano, Crisólita era o nome da loja. Quando eu ia lá com meu avô, era, na época, uma das melhores do ramo da cidade. De origem judaica, esses negociantes, extremamente simpáticos, gozavam de um vasto círculo de amizades grangeadas nos longos anos de comércio que exerceram com muita capacidade. Delicados ao extremo, lembro que, sorridentes, bastava conhecê-los para que uma amizade tivesse início. Sua freguesia era certa no ramo de jóias. Entendidos no assunto, honestíssimos, não eram como donos da H Stern ou Sara Jóias com a família Cabral. Vendiam a prazo, contou uma vez meu avô, muito antes dos serviços de proteção ao crédito (SPC) o que demonstra o alto grau de confiança que depositavam nos fregueses, mais selecionados pelas amizades do que, propriamente, pelas informações que pudessem obter em qualquer ficha cadastral hoje tão prática. A Crisólita, ou melhor, a calçada fronteira à loja, era o ponto obrigatório de todos os amigos e colegas do comércio dos irmãos Jarlich que, ali, às primeiras horas da manhã, iam provocar os parceiros infalíveis, para uma partida de "porrinha" valendo café. Nesses encontros não falava-se em política internacional. Isso porque, os parceiros, sem que houvesse acordo nesse sentido, sabiam que não seria conveniente qualquer comentário ou opinião sobre a luta travada entre árabes e judeus. Ainda mais sabendo que Hajjat e outros patrícios árabes evitavam comentar sobre a luta na qual os judeus levavam nítida vantagem na ocasião. Essa, aliás, é uma das características da comunidade niteroiense no que tange ao relacionamento de estrangeiros lá residentes. Como é natural, todos têm suas religiões, clubes e festejam suas datas festivas tradicionais, mas, uma coisa é certa, jamais deixam de cooperar juntos pelo progresso de Niterói. E, o que é mais importante, o conceito social de todos eles é dos mais respeitáveis e sempre nivelados pelo trabalho honesto e pelas atividades executadas nos clubes de serviços e em obras sociais diversas. Amam suas pátrias de origem, como não podia ser de outro modo, mas, sem dúvida, há em todos eles e em seus descendentes um demonstrável amor por Niterói, onde vivem, crescem e terminam seus dias. Mas, voltando à reunião habitual pela disputa do café, os anos foram passando e consolidando cada vez mais, a amizade entre os componentes da roda, até que, um dia, um dos irmãos gêmeos, o Isaac, morreu. Foi como se num tripé faltasse um dos apoios. Os sobreviventes sentiram demais a perda. Não eram mais os mesmos. Vislumbrava-se, agora, nos seus semblantes, a marca triste das perdas irreparáveis. Não passou muito tempo, Moysés, o segundo irmão, partiu também para o eterno descanso. A ruptura deste vínculo fez desaparecer no sobrevivente o sorriso que, antes, era o traço marcante da sua fisionomia. Taciturno, já não sentia prazer em conversar com os amigos e a impressão que nos dava era o desânimo. Até que um dia, Germano também foi se unir aos irmãos, deixando um vazio imenso na roda que, com o tempo, foi-se desfazendo pelo mesmo motivo, a morte. E lembro o meu avô dizer: "Meu neto, quando você for mais velho, vai começar a ver as pessoas indo embora." E não deu outra. Já um pouco mais velho, fui vendo, ao lado do meu avô, o Serrão, da casa de ferragens, Souza e Carvalho, os banqueiros, Hajjat, da camisaria Sul América; e outros mais, indo embora, até que chegou a hora mais difícil: ver também o meu avô, meu ídolo, partir. Devem estar hoje em qualquer plano do espaço, fechando as mãos com os três fósforos, disputando qualquer coisa sem valor com os irmãos Jarlich, os saudosos companheiros da disputa do cafezinho matinal. Nós, que ficamos apenas com saudades deles, não podemos deixar de reconhecer que, no fundo, a morte não é tão ruim. A chatice dela está no vazio que provoca, quando arrebata, sem apelação, pessoas que amamos. Os Jarlich deixaram saudades. Homens assim fazem falta à comunidade. Eles, sem dúvida, contribuíram para o progresso de Niterói. Sua loja primava pelo bom gosto. No gênero, em certa época, foi das melhores em instalação, e, inegavelmente, é uma forma eficaz de ajudar uma cidade, dando-lhe vida, através de um estabelecimento comercial bem montado e sortido. Niterói que possui, hoje, nesse gênero de comércio, vistosas e excelentes lojas, que tanto contribuem para o seu progresso como a Gran jóias, dirigida pelo Antônio, a Garbier, da propriedade do Alberto, a Jóia Niterói Ltda, sob a direção do Salomão, não pode esquecer dos irmãos Jarlich que alinhavam a competência comercial ao bom gosto uma excepcional capacidade de fazer amigos. Mas uma amizade que, sem dúvida, passava longe da amizade desses novos empresários de jóias com a família Cabral. Saudades dos irmãos Jarlich.
Quando a saudade está quase indo embora, a lembrança grita chamando-a, e convidando-a a ficar mais um pouco.
Alegro a saudade que virá, com a triste
nota do pesar olhando a partida do poeta, que era tudo que ainda resta.
"De tudo que nos resta as lembranças e a saudade pode ser um elemento que exprime realmente o quanto valeu a penas estarmos junto, pois não importa as distâncias para dizer que realmente valeu apena e foi assim mais na mesma proporção que o tempo nos uniu parece ter nos afastado, mais com uma diferença. Podemos dizer que temos amigos (as)a distância mais que na sensação obstinada dos pensamentos e anseios os trazem para bem perto".
Saudades
Sinto falta
Falta algo
Algo especial
Especial é o q sinto
Por você
Saudades
Das nossas felicidades
Contar as novidades
Fazer tuas vontades
Vontade
De ver tuas covinhas
Que são minhas
Saudade
Querendo te abraçar
Acariciar
Apertar
Amar
Saudades
Da minha namorada
Da minha amada
Apaixonada
Sem Amarras
Onde tu andas
Não deixas pegadas
Não queres ninguém te seguindo
Se a saudade apertar
Podes até pensar
Em um dia voltar
Não tens amarras
Medo de se entregar
Já teve nos olhos as lágrimas
Sofrimento sem cessar.