Sapatos
A esperança mora no presente, os sonhos um pouquinho à frente. É necessário calçar os ágeis sapatos da fé e andar a passos largos para alcançá-lo.
Nem todas as princesas usam vestidos chiques, coroas e sapatos de cristal. Algumas preferem usar seu All Star, com sua camiseta preferida do Star Wars e seus fones de ouvido.
Nos caminhos que percorremos, vimos muitos troféus perdidos. Muitas conquistas frustradas, sapatos de corrida sem cadarços e apenas sandálias novas. Vidas cheias de vácuo e a abundantes em emoticons.
O que torna a vida bela é que quem usa os sapatos novos pode não saber dar os passos mais corretos; aqueles que usam as melhores roupas podem não ter os corpos mais apreciados; os que moram nas grandes mansões nem sempre habitam sob a PAZ; e os que desfilam em carros novos podem apenas estar procurando um alívio para alguma dor.
O que torna a vida bela é que os mais bonitos podem se sentir feios, desprovidos de beleza, desagradáveis e indesejados; os que são fortes e fisicamente fortalecidos podem chorar diariamente, como se fossem crianças indefesas; e os que trafegam adornados por muitas joias podem ter um coração feio e incapaz de amar a si mesmo.
O que torna a vida bela é que ela não precisa de coisas caras para ficar bem. Muitas vezes, um abraço basta e um sorriso satisfaz; um afago sincero de alguém querido pode produzir muitos dias de alegria e uma boa amizade pode gerar prazer por toda a eternidade.
O que torna a vida bela não é a beleza do ouro, nem a atratividade das pedras preciosas. Pode ser apenas o brilho de um raio de sol que se choca com a água do mar, num lindo amanhecer; pode ser a brisa que suavemente acaricia o rosto de quem se deixa por ela tocar; pode até ser a flor, a singela flor que nasce no alto de uma rocha, sem terra, sem água e sem qualquer sentido para ela está ali.
O que torna a vida bela é a atitude de quem se doa; são os braços de quem ajuda; é o apoio do solidário; é a comida pouca que alguém divide; é o compartilhar do escasso agasalho; é a água que sacia a sede; é o pão que mata a fome; é a forma voluntária de servir àqueles que necessitam de cuidado.
O que torna a vida bela é poder contemplar as estrelas que brilham gratuitamente adornando o espaço escuro e infinito; é a cachoeira que se derrama sobre as rochas, refrescando uma imensidão e embelezando a paisagem ofertada para todos; é o cantar dos muitos pássaros em um grande espetáculo musical acessível para o mundo inteiro.
O que torna a vida bela é a capacidade que você tem de ser belo sem gastar dinheiro, sem se maquiar e sem mudar a forma natural de tudo que realmente é. É a possibilidade de poder aceitar tudo que existe, sabendo que todos têm o mesmo direito e que são igualmente dignos de tudo que a natureza oferta.
O que torna a vida bela é a capacidade que ela tem de se autoreciclar, de se reerguer, de evoluir diariamente em busca de algo melhor.
O que torna a vida bela é o fato de poder acontecer igualmente para todos e que as diferenças estão nos acessórios, que não mudam em nada o que a própria vida é em sua essência.
O que torna a vida bela é que não há anel bonito sem dedo para usá-lo, nem piscina bela sem gente para nela se banhar, nem jardim valioso sem pessoas para passearem por ele.
O que torna a vida bela é ela própria quando valorizada, cuidada e priorizada.
A bagagem esta pesada? Jogue fora aqueles sapatos que mesmo bonitos te machucam, aquelas calças que mesmo lindas te sufocam... No final vai se sentir leve e feliz...
A fome
"Calça-me os sapatos. Os únicos que tenho.
Calça-me depressa que o vento não espera.
Toquinho disse: Menininha você vai sofrer uma desilusão.
A aquarela é o que quero, sonhando acordada com cores e sabores da vida bela.
Ficaria assim, sempre assim, sem crescer, mas já estou sofrendo com o bicho-papão sem nem mesmo entender.
Pensei que fosse um monstro tão grande quanto o tal de arranha-céu, mas minha professora disse que ele é ubíquo.
Calça-me os sapatos, porque economizo forças de barriga vazia.
Meus sapatos vermelhos não são como os de Oz.
Calça-me, por favor, dá-me essa graça do seu amor e deixa-me fingir que essa noite em casa tem pão."
Desejo que sejamos mais como as crianças, que não espera por muito, que fazem de caixas de sapatos vazias carrinhos, de espanador velho bonecas, o segredo da vida não é ter o melhor é fazer o melhor com que se tem.
Uma vez eu te pedi
um par de sapatos marrons
que você não podia comprar
eram os sapatos dos meus sonhos
mas nem tudo estava acabado
voltando pra casa eu ainda tinha
você sempre aqui, ao meu lado
o chão da cozinha, de jornais forrado
pra meus pés descalços
não pisarem chão gelado
apesar dos percalços da vida
a vida, que hoje analisando
faz todo sentido
um dia os sapatos marrons
estavam nos jornais e nos meus pés
eu chutei todas as pedras que pude
mãe, me perdoe se falhei
na infância, hoje em dia
ou talvez na juventude
viveria tudo de novo com você
os tempos ruins
hoje lembrando, foram tempos
muito bons
enfrentaria o mundo de novo
com meus velhos sapatos marrons.
Amei esse passo estranho que abraço, na
prece, que envolta comigo permanece.
Calcei meus sapatos, andei com as estrelas,
defendi a imagem sonhada, olvidada e –
vivi.
In”Além dos Fragmentos”
Se você pisar no barro e imediatamente tentar limpar os sapatos, dificilmente o barro sairá. Por outro lado, se você esperar o barro secar, basta flexionar os solados que o barro sairá sozinho. Com os problemas da vida, nós também devemos ser assim. Tá difícil? Espera o barro secar.
500 mulheres no interior de uma loja de bolsas e sapatos e portando um cartão de crédito sem limites, não produzem maior felicidade do que eu quando me deparo com um único livro!
Constatação
Chove nos edifícios, nas árvores e nos sapatos.
Um silêncio mudo invade meu olhar distante.
Sou aquele que espera a resposta do vento
e acredita explodir todos os porquês.
Não mendigo razão, nem uso maquiagens no coração...
O que fascina meu olhar é o inesperado,
a ausência de regras descoloridas.
Abro a porta, castro a covardia,
saio sem capa de chuva pela tempestade da incompreensão.
Gosto dos pingos da chuva acariciando minha nuca,
beijando minha face...
Busco a sensação peculiar
que a naturalidade pode oferecer aos lábios sem prisão,
sem cortes, sem escudos, sem perfeição.
Sou lagarto se adaptando ao clima da vegetação.
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