Sapato
Não sei se existe alma gêmea
Mas cada pé tem seu sapato
Nossas semelhanças se completam
Nossas diferenças se encaixam
Não que eu tenha escolhido viver contigo
Mas a vida me mostrou que esse é meu destino
Até tentei fugir
Rodei, me perdi e voltei pro mesmo caminho
Brigas, ciúmes, opositores
Nem sempre tudo são flores
Tudo sempre conspirou pra dar errado
Nossa Caminhada tem muitas cicatrizes, muitas dores
Por muitas vezes quis virar o jogo
Esquecer esse sentimento louco
Me Jogar mundo a fora
Te odiei pra depois te amar em dobro
Será pra sempre? Não sei, quem se ilude?
Deus é quem assume
Mas plagiando o poeta
"Que Seja Eterno Enquanto Dure"
ARRAIÁ DA CONQUISTA
Comprei uma saia rodada
feita de renda e chitão!
Sapato preto lustrado
e um broche de coração.
Fiz tranças nos meus cabelos
e prendi com laço de fita!
Pus perfume adocicado
pra ficar bem mais bonita!
Nas bochechas, blush vermelho
pro sorriso destacar.
Nos olhos, um azul celeste
pra bem verem meu olhar!
Coloquei meia comprida
que vai até os joelhos.
Cada coisa que eu punha
corria até o espelho.
Pra combinar com a saia,
uma blusa de babado!
Tudo muito colorido
e muito bem ajeitado.
E depois de tudo pronto
fui pra igreja rezar,
e pedir pra Santo Antônio
um namorado me arranjar!
Conheço gente assim:
Tênis/sapato no pé: R$ 699,00
Camisa: R$ 200,00
Cordão no Pescoço: R$ 800,00
"Telefone" nas mãos: R$ 2.500,00
Cérebro: R$ 0,01
Humildade: R$ 0,04
Postura: R$ 0,10
Carisma: R$ 0,17
Cultura: R$ 0,00
Ninguém é o que veste, muito menos o que tem!
Já não peço que tire os sapato ao entrar na minha vida, tire as máscaras e será suficiente... Grato!!!
Engraçado, ontem minha preocupação era que roupa, sapato usar em uma festa.
Dias antes estava pensando em o que mudar no meu cabelo.
Sabe a gente pensa nessas coisas, para não pensar, pelo menos não muito, naquilo que está fora de alcance, naquilo que não depende de nós.
Por que pareça fútil ou não, escolher minha aparência ainda me mostra que posso mudar não só ela mas tudo o que depende de mim.
Idiossincrasias
A forma como visto meu sapato
como sempre prefiro um casaco preto
o jeans surrado, sempre o mais confortável
as músicas que fazem minha cabeça
e me fazem sorrir já pelo amanhecer
os fones sempre nos ouvidos
uma batida compassada
uma guitarra arrebatadora
uma voz altissonante
meu cabelo desgrenhado - minha vaidade
As frases impactantes
que tenho sempre na ponta da língua
as ruas por onde andei e sempre retorno
as arvores que admiro e desenho
a sombra projetada pelo vôo do pássaro
sobre as pedras - a sombra que eu queria poder pintar num quadro com cuidado e elegância
Meu cérebro, meu intelecto
as memórias que retenho e sempre visito
dia após dia beijo a boca das mulheres
que amei um dia
uma a uma, beijo sobre beijo, beijo e mais beijo, infinitas camadas sobrepostas de beijos
Céus como eu amo os lábios femininos!
as palavras que elas usam para me ferir
ou me conquistar ainda mais
a forma como conseguem tudo de mim
com apenas um toque ou um olhar meigo
A curva do amanhã, o horizonte resplandecendo
a sepultura que jamais me assusta
meu epitáfio já escrito e corrigido
a esperança - minha mão sendo segurada no escuro pela fé
As brigas e as discussões com meu pai
as brigas um pouco mais suaves com a minha mãe
as brigas com meus irmãos e amigos
o arrependimento instantes depois
As palavras que li nos livros
dos clássicos aos best sellers
a ordem enlouquecedora das palavras no dicionário
os poemas, eternos poemas
de todos os grandes poetas
Meus passos sorrateiros pelas avenidas da morte
- sou amigo do abismo a tempos
meus vicios, minhas loucuras
minha vida enigmática
como um conto de Jorge Luis Borges
Minha vontade de escrever sem parar
rasgando a carcaça do tempo
cuspindo sobre tudo que se diz beleza e não é
Eu, minhas idiossincrasias
meu modo de pensar e agir
de repensar e desistir ou prosseguir
Minhas indagações filosóficas e teológicas
meu estoicismo misturado com epicurismo
meu cristianismo livre, solto, despojado
minha profunda admiração pelo eclesiastes
Meus dias cinzentos, azuis
as manhas cheias de sol e sentio
as tardes sempre sonolentas
as noites sedutoras, enluaradas
O perfume das primeiras flores da primavera
a possibilidade de visitar a praia no verão
o outono camaleônico e amarelecido
a pressa de me abrigar do frio do inverno - a gripe
Novamente a presença da morte
e do amor
binomia que me intriga
o que é melhor inexistir ou amar e ser amado?
na morte não existe sofrimento
no amor o sofrimento é presença constante
não amar é não viver
Não disse tudo, sempre fica algo por dizer
que se dane! Tudo é devaneio, palimpsesto de sonhos, pesadelos, delírios.
Lá no céu distante
Uma nuvem se desfaz
Então a chuva cai
E molha meu rosto
E molha meu sapato
E molha até um papel que havia no meu bolso com o número do celular da mulher que conheci ainda pouco, quando o tempo ainda estava bom e a chuva parecia ser algo impossível!
Às vezes insistir em algo na vida que nunca dá certo, é como tentar usar um sapato que não te serve mais. Você fica cansada, irritada. Às vezes a gente têm que começar a compreender o que você realmente têm que fazer, e o que você têm que esquecer. Quando algo dá sempre errado, não insista nesse caminho, olhe dos lados, siga adiante... mas, nunca para trás.
Borracha Concreta
Amor com
sapato ralo,
nós no ato
juntos de cadarço molhado,
minguado lá atrás do solado
de aço. Intenso amor barato
no aro que eu fico cruzado e
excitado pelos pés com o tato
Tive um sapato com muito brilho, o brilho acabou.A sola gastou, e eu continuo, não com o brilho, nem com a sola.....mas continuo.....
Faça-me de gato e sapato e me iluda para que você consiga fazer que eu acredite que estou doente de amor por você nas entrelinhas do coração... Que afirmarei cada verdade direcionada a você;