Santa
já fui louca
já fui menina
já fui santa
já fui traquina
já fui alvorada
já fui penar
já fui estrada
já fui alienar
já fui esquina
já fui caminho
já fui adrenalina
já fui sozinho
já fui escuridão
já fui laço
já fui imensidão
já fui descompasso
já fui ousadia
já fui palhaço
já fui fantasia
já fui cansaço
já alento
já fui dor
já fui vento
já fui desamor
já fui presença
já fui saudade
já fui crença
já fui vontade
já fui deserto
já fui mar
já fui incerto
já fui amar
já fui calmaria
já fui ilusão
já fui poesia
já fui trovão
já fui festim
já fui contramão
já fui sim
já fui não
já fui tudo que pude ser
já quis ter e não poder ver
já quis sentir e não poder amanhecer
já vi o céu esmorecer
hoje apenas vivo
e respiro o ar do que apenas
posso ler.
Aos "santos", uma belíssima Sexta-feira Santa! Só não encham a cara de cachaça e usem a data como desculpa!
Este é o Deus que me encanta,
Se faz presente em todo lugar,
Ele esta na sublime Hóstia Santa,
Este é o Deus que nos faz amar!
Divino Deus presenciou se em Jesus,
no monte tabor, na transfiguração
Em Cristo brilhou uma forte luz,
E hoje Deus brilha no meu coração,
Deus está na inspiração da poesia,
Do poeta que a Deus nos faz chegar,
E nos faz expressar tanta alegria,
De saber que Deus conosco está!
A existência parece bastante santa por si mesma para justificar por acréscimo uma imensidade de sofrimento.
Ah, foi rompida a taça dourada! Teu espírito escapou eternamente! Que dobre o sino! Uma santa alma já cruza o rio Estígio! E tu, Guy de Vere, não vertes lágrimas? Chores agora ou nunca mais!
Veja, no terrível esquife jaz teu amor, Lenora! Leiam-se os ritos funerários e o canto derradeiro, Um hino à mais nobre rainha, a mais jovem a partir, Que duplamente morreu, ainda tão jovem ao sumir.
Infelizmente tem muita gente por ai pagando de santa e desfilando sorrisos quando na verdade o coração tah cheio de amargura, cheio de ressentimentos, ódio e maldade!
O grito, do Ipiranga ao Santa Rita...
Às Margens do Ipiranga, D. Pedro recebe uma carta vinda de Portugal onde, Segundo ela, as Cortes de Lisboa, baseadas "no despropósito e no despotismo" buscavam impor ao Brasil "um sistema de anarquia e escravidão. No dia sete de setembro, o príncipe recebeu as cartas às margens do Ipiranga e concluiu que era a hora de romper com a metrópole. Depois de ler, amassar e pisotear as cartas, D.Pedro montou "sua bela besta baia", cavalgou até o topo da colina e gritou à guarda de honra:
- Amigos, as cortes de Lisboa nos oprimem e querem nos escravizar... Deste dia em diante, nossas relações estão rompidas.
Após arrancar a insígnia portuguesa de seu uniforme, o príncipe sacou a espada e gritou: - Por meu sangue, por minha honra e por Deus: farei do Brasil um país livre.
Em seguida, erguendo-se nos estribos e alçando a espada, afirmou:
"Brasileiros, de hoje em diante nosso lema será: Independência ou morte". Eram 4 horas da tarde de 7 de setembro de 1822.
Desde esta data, 1822, quando se deu o grito de Independência, nosso país, passo a passo, foi jogado em um lamaçal de erros e podridão. As sentenças proferidas, onde se apoiara, são dignas de nota. POR MEU SANGUE. Nosso pais está hoje submerso num mar de sangue, onde notamos uma completa desvalorização da vida. Pessoas se matam e morrem por absolutamente nada. Numa saída de uma festa, em um jogo de futebol, dentro de um ônibus, no trânsito. Basta uma frase mal posta e, de repente, surge a fúria, a agressão. Nem mesmo a sacracidade familiar escapou desta violência. POR MINHA HONRA. Onde está a honra deste país? A começar pelas nossas autoridades? Onde as pessoas trabalhadoras não conseguem um lugar para descansarem suas cabeças. Quando compram algum bem, à preço de suor, mal conseguem pagar os impostos do que adquiriu. Ligamos a televisão e vemos representante deste mesmo povo morando em um castelo! Os magnatas de colarinho branco tiram dinheiro de velhos e crianças e não vão presos. E quando são aprisionados, contratam um bom psicólogo, psiquiatra, neurologista, e providencia-se um laudo de insanidade mental. Pronto! Estão em seus castelos e com tudo que subtraíram. Há certas castas de políticos e poderosos que compram pessoas ou as pressionam para que se vendam por mil tijolos, um uniforme do time da vila, um piso, uma laje, até mesmo por uma cesta básica.
EU FAREI DO BRASIL UM PAIS LIVRE. Liberdade é uma grande utopia neste país. A cada dia que passa, descubro que somos escravos do analfabetismo, somos escravos da fome e do trabalho explorativo de menores, somos escravos da burocracia do sistema, somos escravos dos traficantes e ladrões, somos escravos de uma minoria que tem dinheiro e poder, somos escravos dos que detém o saber, somos escravos das pseudo-religiões que tentam nos vender um pedacinho do céu, somos escravos de hospitais e postos de saúde que, às vezes, nos tratam como subprodutos, como escória social, que nos consideram como estatística. O último, a quem D. Pedro pediu ajuda foi POR DEUS. Talvez a única frase que podemos ter esperança de D. Pedro, seja esta mesmo! Do jeito que as coisas andam, só mesmo por Deus. Fico preocupado quando vejo um maluco com sua espada desembainhada perto de algum rio montado em seu animal, mesmo que seja às margens do Ribeirão Santa Rita.
A igreja católica perde espaço, porque perdeu sua princiapal refinaria de mentes. A santa inquisição.
SOBRE ERIBERTO E SEU CÃOZINHO
Nesta semana santa, comovi-me diante de um catador de papel e morador de rua. Ele passa todos os dias em frente ao meu trabalho. Detalhe: sempre acompanhado de seu fiel e magérrimo cãozinho.
Eriberto, disse-me que não aceitou a oferta generosa de uma ONG que queria lhe dar um abrigo com dignidade. Razão de não ter aceito a generosidade: “ Eles me disseram que eu não poderia levar o Piloto para morar comigo”.
Vendo esta cumplicidade existencial entre o pequeno animal e seu dono entendi um pouco mais o poema do Drumond:
Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida
Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas ainda tens um cão...
Interpretei a cena que vi como sendo mais uma lição de que nosso olhar não deve focar as nossas vias-sacras e sim as ressurreições constantes que a vida nos oferece. Noites que se transformam em manhãs, invernos que se tornam primaveras, lagartas que se metamorfoseiam em borboletas...Ou um cãozinho, com seu olhar de amigo, que nos comprova o valor da lealdade".
(Dedicado a Rita que sabe cuidar bem do seu cãozinho)
Eu estive na Bahia
terra santa de Caetano
do Soteropolitano
onde o canto é poesia
do batuque da folia
do sabor do acarajé
deste povo abençoado
do museu de Jorge Amado
ouvi o som candomblé.
Que bela é a santa pureza! Mas não é santa nem agradável a Deus, se a separamos da caridade. A caridade é a semente que crescerá e dará frutos saborosíssimos com a rega que é a pureza. Sem caridade, a pureza é infecunda, e as suas águas estéreis convertem as almas num lamaçal, num charco imundo, donde saem baforadas de soberba. [16]
A caridade teologal surge-nos, sem dúvida, como a mais alta das virtudes. Mas a castidade é o meio "sine qua non", uma condição imprescindível para se atingir o diálogo íntimo com Deus. E quando não é observada, quando não se luta, acaba-se cego; não se vê nada, porque o homem animal não pode perceber as coisas que são do Espírito de Deus.
Nós queremos olhar com olhos limpos, animados pela pregação do Mestre: "Bem-aventurados os que têm o coração puro, porque verão a Deus." A Igreja apresentou sempre estas palavras como um convite à castidade. Guardam um coração sadio, escreve São João Crisóstomo, "os que possuem uma consciência completamente limpa ou os que amam a castidade." Nenhuma virtude é tão necessária como esta para ver a Deus.