Sangue
O fato de ser forasteiro foi insuficiente para que não houvesse tanto de meu sangue nesta terra, quanto desta terra em minhas veias.
Quero a tinta mais vermelha para escrever a minha vida. Sangue! Pois passar por aqui sem ter dado o melhor de mim não me satisfaz.
Eu sinto, assim como sinto o passar suavemente do sangue em minhas veias, sem perceber. Eu sinto, como cada batida do meu coração que segue o ponteiro do relógio. Preciso do brilho, do concreto. Mesmo quando em um escuro total, enxergo a formosa forma que possui; a luz que é só tua e como te destacas no escuro, no horizonte. Às vezes, vai pra um lugar só teu e fica sem dar o ar de sua graça, mas eu sei que está lá, esperando para brilhar. Aparece calma no anoitecer, e vai desaparecendo visualmente quando começa o dia, mas nunca para de brilhar, pois aqui ou em qualquer lugar tens inúmeras pessoas que vivem na noite apenas para te apreciar e tentar entender o porque de tanta beleza.
Minhas palavras, por vezes mascaradas, escondem cicatrizes, e de cada letra, rios de sangue transbordam como cachoeira!
O Show de Horrores está na mídia. O sangue que ela noticía, as mortes que ela documenta, as tragédias que ela leva a público... Tudo poderia ser melhor sem ela.
Meu sangue é imortal, sangue do meu coração puro e leal com a força de um guerreiro apaixonado;
Com palavras honrosa faz sobreviver o sentimento que nunca foi lenda, pois fui carne agora sentimentos;
Vejo a estrada que trilhei entre a tempestade, mas amei meus desafios e não morri, colho agora minhas vitórias;
Nunca consegui fugir de tudo que me envolveu de forma que me fizesse no mais em seu coração;
Se a cor da pele servisse de parâmetro para destinguir quem é melhor. O sangue o suor e a lágrima, não teriam a mesma tonaliddade.
A selva é dos Carnívoros bebedores de sangue... Isto é uma realidade... Só os fortes sobrevivem... Não sejamos os fracos... até os fracos cansam de ser, Welcome to the jungle...
O corpo transpira, o sangue circula, as células dividem-se, multiplicam-se, as pessoas lutam, magoam, choram e sorriem. Eu perco forças, perco esperança, perco a vontade de continuar. Levanto-me, salto, caminho, sonho demasiado alto e caio na profunda realidade. Um mar de incertezas, um mundo de solidão e ódio, um sitio onde ninguém é suficientemente bom para não errar, onde todos são amigos pela frente mas nem todos verdadeiros por trás. Onde todos sorriem com o melhor sorriso e choram no pior ombro. Confiam em quem não devem, e momentos depois têm a vida nas mãos dos outros, quando nunca devia ter saído das nossas.
Na verdade eu penso que o lugar onde se repousa um punhal, o sangue e a luz perfeita no coração, sugere que tudo isso são paixões e uma canção de morte na arte.
O homem leu mas não compreendeu
O quanto pesa o pingo de uma lágrima
Do sangue que escorre
Aos olhos de Deus
Respire fundo
Nas minhas veias corre uma tinta
que imagina
ser sangue
De enxerida, instalou-se em meu coração
e lá dentro pinta e borda
Entre suas obras,
desabotoou meu coração
e aberto,
qualquer um pode ver:
ele transborda
Por mais que eu não queira
ou tente segurar,
tinta escorre pra todo lado
Meu coração, borrado
inventa de querer ver tudo colorido
Se esquece que tinta gruda
Lava,
esfrega:
não sai
Impregna, feito saudade
daquelas que não se consegue arrancar
nem com mil litros de água sanitária
Me faz respirar fundo
e aí
.
.
.
flutuo
.
.
.
mas depois caio
Coração bate forte
no chão
Faz tumtumtumtum
rápido rápido rápido rápido
tumtumtumtum
mal
tumtumtum
consigo
tumtum
falar
ou respirar
Bate:
saudade,
coração
Tinta pinta,
botão não fecha:
tudo de novo
(dessa vez começa colorido)