Sangue
O verdadeiro ódio, do tipo que faz o sangue ferver só pode existir quando há outros sentimentos por trás dele.
Devorei pulsos em chamas.
Amplamente o rosto envolto por coágulos de sangue luzidio
a trespassarem as veias estanques como a enrolar
as cores existentes
por dentro.
Certo é percorrerem
todo esse ar
que engole o corpo celeste mergulhado
na textura do nosso corpo temporal.
Fico com as mãos
cheias de ossos trancados.
Levanto
a cauda de um espelho
e alongo as vísceras astronómicas,
com bastante força química,
a dilatar numa circulação sanguínea
até a leveza
da garganta se alagar
na sombra líquida
das artérias
contra o alto esquecimento das coisas profundas,
contra os tendões severos a racharem a boca desvairada.
Relembro quando adormecia
sobre todas as
coisas vivas ou mortas
por fora.
Submetia os lábios
a girarem a voz louca
ao lume pedestre
e ardia pelo estremecimento terrível
dos nervos cabeça adentro,
donde múltiplas
estrelas demoníacas
a baterem-se em mim longamente
param, a pouco e pouco, a potência que nunca me sorriu
e vago ou inocente deixo de caber
nos sítios superficiais
à minha volta.
Releio todas as cumplicidades translúcidas
a moverem toda a pele num feixe de pérolas
das salgadas mãos,
aos braços a escorrerem aquele alimento
metidos nas águas sentadas
no túmulo dessas estrelas tubulares.
A destreza deste poema extingue-se quando as unhas
tocarem na carne abaixo, rompendo,
com sinceridade,
a desvastação simbólica
da escrita furibunda
ou silêncio furibundo
a pesar com delicada melancolia.
Ouço o rasgão
do corpo a sangrar
com os tecidos dos versos
a palpitarem porque se nomeiam
e se escrevem dentro
da pulsação ininteligível.
Por cima,
devoro os pulsos em chamas.
Relato de um suicida
A lágrima cai,
e antes mesmo de cair no chão congela,
O sangue flui sobre as minhas veias,
e com ele,toda a dor e todo o sofrimento que me sufocava,
E eu não sei se devo continuar a lutar ou morrer,
com facas trilhei o caminho para a perdição,
e pelo resto da eternidade memórias custarão apagar cenas que quero esquecer,
parado no tempo,
não consigo aceitar,
grito e ninguém escuta,
isso é sem razão,uma prisão,
não há perdão,
Depressivo,o arrependimento vem,e as lágrimas me possuem a tal ponto que sufocam minhas palavras.
e eu não queria presenciar o fim.
POR INSTINTO
Meu coração vai vertendo sangue
Se desmanchando aos farelos
E assim mesmo ainda leva
Uma artilharia de pedras
Que insistem no instinto
Jeito de continuar doendo
Sua munição resiste ao tempo
De plena seca, que se ultrapassa,
Passa rolando, de tocaia
Dos ermos lastros das carcaças
O vento se me insinua em vez:
“Prossegue firme sempre à frente”.
Abandone à claridade da direita
Tome o rumo de Che Guevara
Se embriague com essa marcha
Que parte aguerrida da mecânica dura
Alveje os dizeres: assim seja.
Mas com quem me confundem neste mundo
Para neutralizar a tradição?
Acheguem crias da esperança
Conduzam-me na padiola
Para o recanto da paz que busco
Revelem-me a luz do amor
Desfaçam seus cabelos amarrados
Sobre mim, caso contrário
Não verão em mim nenhuma culpa
Se derem cabo de mim mais cedo.
A realidade ferve o sangue, a ponto de chegar em ebulição, mais atitude que é bom, se solidifica , ao deparamos com ela.
Imaginei-me percorrendo as tuas veias, a navegar junto ao sangue do teu corpo e, aconcorando-me, com emoção, numa das ilhas do arquipélago da tua mente, desembarquei meus sentimentos no cais do teu porto-coração!
É um jogo tão cansativo
Nunca vai parar?
Não sou eu que devo dizer
Isso está no nosso sangue ou está no nosso destino?
E como tudo isso terminará?
Longe dos olhos, longe da mente
Quem nós culparemos por tudo?
Anseio em tocar-te o corpo,
Sentindo teus lábios nos meus,
Meu sangue fervendo,
Coração acelerado,
Respiração ofegante.
O homem foi purificado pelo sangue derramado no calvário, e ganhou a plenitude do amor na cruz redentora.
O julgamento é o mesmo tua hora vai chegar só que ainda prefiro ver tua cabeça cair e o teu sangue jorrar!
Blood is all I see, The words in the mirror are makin' me shiver (Sangue é tudo que vejo, as palavras no espelho me deixam arrepiado)
O sangue corre mais rápido na veia, surge uma tremedeira, olhos passam a brilhar mais intesamente, sorrisos são surgidos por acaso, coração acelera simultaneamente.Amor!
Num passado não tão recente
Teu vermelho era sangue-azul
Num sofrer profundo, inclemente
Hoje é quase todo rubro, até Jesus!
Inebriada, sangue enrubescido em flor
Espalhada, desabrochada, desbocada
A cantar em voz aveludada
Transpirando pingos de amor.
Sem Alma
Quero sumir desse vale estupido e insípido.
E vingar minha morte tomando seu sangue em meio a um devaneio,
Se permaneço neste sofrimento es tu sem alma a culpada,
Há desequilibrar meu corpo em um mar de lágrimas,
Venho sem piedade clamar vingança, para dilapidar teu semblante,
E joga-lo meio ao belicoso buraco de tormentas e temores,
Peço o fenecimento de tuas suplicas e tua fome de pecado.
Nada de engodar com palavras falsas e com ar de vulgaridade,
Quero ser um fleumático sem dores e um rapaz frugal,
Sabes que permanecerás sendo pérfido,
Matando minuto a minuto a quem te ama e te quer bem.
Tenho em mim a arte de conversar e de me posicionar diante das situações. Deculpa, mas ta no sangue!!!
Feche os seus olhos e sinta a sua história, sinta seu coração bombear sangue (vida) nesta trajetória e, sinta sua alma ser tateada pela essência do Existir. Sinta seu espirito sendo fortificado, por extrair força na fraqueza. Sinta a Presença de Deus lhe motivando a viver, a continuar avante, respire fundo, chore compulsivamente, coloque tudo pra fora em oração, alivia a pressão da sua alma, vai! ...vai! vai! você consegue, você tem esse direito, você é humano. E é por isso que o Divino te ama, te entende e escolheu habitar em você. Deus seja louvado, até nas lágrimas de seus filhos que em fé e esperança existem, mesmo sem saber o que será do amanhã, mas aqui, ali e além, acreditam nEle.