Sangue
Com o passar dos dias me sinto escalando o mundo, o sangue ferve em minha veia. E todo o sentimento se transforma em garra, luta, fé e força.
Eu tive muita sorte. O hospital só tinha uma unidade de sangue, então eu tenho alguns O negativos, alguns A’s, e o meu favorito: B positivo.
Tela
Comecei a pintar teu rosto
Na tela do meu pensamento
Meu sangue servia de tinta
Porém o tom vermelho forte
Não conseguiu esconder
A maldade que nele existia.
Cada traço teu pintado
Mostrava a imaturidade na testa
A traição nos olhos
A mentira na boca...
Depois da tela pronta
Olhei de outro ângulo
Sorri...
Ele não foi suficientemente amado.
Riso Neves
Escrevi seu nome na areia
O sangue que corre em mim sai da tua veia
Veja só você é a única que não me dá valor
Então por que será que este valor é o que eu ainda quero ter
Tenho tudo nas mãos, mas não tenho nada.
Então melhor ter nada e lutar pelo que eu quiser
Eu destilei meu sangue em algo forte pra que eu pudesse me sentir melhor. Mas do contrário eu me senti pior. E usei deste artifício pra ocultar a dor, por ter perdido um quase amor.
Meu corpo percebe sua presença antes dos meus olhos chegarem até você. Sei disso porque meu sangue ferve sob a minha pele de uma forma absurdamente assustadora quando você esta por perto, queimando demasiadamente cada centímetro do meu corpo. e não é só mais o coração que eu sinto bater nesse momento. Por mais inteligente que eu possa parecer ser, não me vem nada à cabeça que possa fazer você mostrar aquele seu sorriso tão lindo e rasgado, resplandecente ao sol, que me deixa incondicionalmente retardada a ponto de te olhar tão boba como se nada mais existisse naquele instante.
A poesia pode até manchar de sangue amarelo o quarto da Condessa que não existe. Que importa, pois? Tudo passa a existir, apenas por ter sonhado inventar.
Um cavaleiro não é elevado pelo
sangue inimigo que trás na espada,
mas sim pela caridade e compaixão
que afugenta a imagem sanguinária
de diante dos olhos daqueles que
dependem de sua proteção...
Medo
A morte em seus olhos
Em suas veias sangue frio
Silencio amedrontado
E seu quarto está vazio
Sozinha em pensamentos
Lhe provocam arrepios
Olhos arregalados
Criança assustada
De baixo das cobertas
A porta está trancada
Encontra uma lanterna
Mais está sem bateria
Respirava profundo
e nada ouvia
Ainda a procura
Ascende uma vela
Vê sombras no escuro
Atrás da janela
Medo real?
Engano ou ilusão?
Chorava na cama
Em meio a escuridão
Lagrimas inevitáveis
Pingavam no chão
O barulho ecoava
Piorando a sensação
Criança fraca
Não era nenhum exemplo
A janela rangia, batia
Com o vento
O escuro a prendia
Em noites condenadas
Lhe perseguia lhe encolhia
Fazia ameaças
Cobria a cabeça
Com lençóis encharcados
De lagrimas de medo
Pesadelos, assombrados
Mantia a cabeça coberta
Com medo do que podia ver
Não sabia se gritava
Não há nada que podia fazer
Criança medrosa
Não é o que queria ser
Mas continuava imóvel
Esperando amanhecer
A noite ia passando
E a criança cansada
Agora via a luz do dia
Pois amanhecia acordada
Falça felicidade
Era só o que podia ter
Acabava com o noite
Após escurecer
Só queria sair correndo
De lá poder fugir
Para onde não houvesse medo
Nenhum medo pudesse sentir
Mais em parte alguma
havia lugar seguro
Era um mundo de fantasmas
De terror
Um mundo escuro
Escuro imortal
Onde não existe vida bela
Não estava no quarto
Estava dentro dela
Medo cruel
Que a acompanharia
Pois se o medo não vencesse
Ele jamais a deixaria.
DEUSES OU HOMENS
Deuses ou homens
Que podem ser de ouro, prata ou lata!
Muitas vezes, sangue visceral.
Outras vezes, equívoco total!
Creia no que quiser crer.
Veja o que quiser ver.
Só não esqueça de olhar as estrelas
E delas vislumbrar que o mundo
Gira sem parar, redoma e fortaleza,
No trâmite natural dos mistérios
E estes sim, transformam com sutileza,
Banalidades em casos sérios!
Uma casa para morar,um doce lar para eu viver
Um lençol para eu me embrulhar, teu sangue para me aquecer
Teu coração para me bombear, tua mente para me entender.
Corre-me no sangue
a tua voz ardente
som de terra
queimada
a golpes de tempo
Corre-me no corpo
a força do lume
aceso
na seda breve dos teus dedos
descuidados
“Sangue que escorre na pele,
Como lágrimas que afogam,
Sonhos que se prorrogam,
Incógnitas do meu ser.”