Sangue

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Vi tanta crueldade ao longo do tempo, e mesmo calejada me comovo ao ver os homens derramando sangue para destruir sonhos.

Itamar Vieira Júnior
Torto arado. São Paulo: Todavia, 2019.

Aprendi com o meu irmão de consideração que não precisa ter o mesmo sangue pra querer guardar a pessoa pra sempre no coração.

⁠Caótico

Agora estou assim,
Vendo o sangue escorrendo carmesim.
Tudo parece tão lento,
No meu caminho á vários contratempos.
Uma maldade que não quero mostrar, malsim,
Quero destruir algo, frenesim
Esse é o meu talento.
O tédio me deixa sonolento,
Mas o caos é tão suculento.

⁠"Agora são tempos de ouro.
Os de sangue vem depois"

Ela Ligou!

⁠Abalo sísmico em escala global,
Super aquecimento do sangue e dos neurônios,
Aceleração de fórmula -1 rasgando as pistas do coração,
Uma mensagem no zap é deixada:
_ Vou te ligar, posso?

⁠A cor da pele não deve ser atributo de julgamento ou indiferença; até porque o sangue e o brilho no olhar é o mesmo para todas as raças e classes sociais.

⁠Como eles podiam saber do preço pago pelos soldados em terror, agonia e derramamento de sangue se nunca estiveram na Normandia, em Bastogne ou em Haguenau?

⁠Sangue preto não estanca em terra branca
Igual lama de mangue

Sangue não cria família, cria parentes. Família são aqueles com quem compartilhamos bons e maus momentos, e ainda assim os amamos no final. São esses que devemos escolher.

⁠O orgulho pelo pertencimento conecta e engaja. Faz as pessoas darem seu sangue pela causa, porque confiam no que você acredita. (Livro "Mentalidade Empreendedora")

⁠Sou sobrinha-neta da Ilusão, tenho marcada em meu sangue a marca amarga da ferradura agalopada do solene marchar da carruagem de meus sonhos, ébrios de tentação. Sou a cria amarga do roubo esperançoso de minhas racionalidades fatais, que enganam, deturpam e profanam a doçura antes presente em meus sonhos. Sou o devaneio solto pelas ruas, a loucura a planar sobre os campos férteis da solidão, sou o resultado infame da mistura sórdida de meus antepassados de terra e vão.
Sou tantas e de tantos, sou tato e pranto, sou cólera e acalanto, não sou nada, nada, mas ainda assim, canto. Canto as lamúrias através de pena e cetim, debruço-me sobre meu viver torpe e vomito palavras pobres em versos e prosas em carmim.
Não domino a poesia, mas a poesia domina-me a mim, quebro meus pudores em mil pedaços de taco, ligo meus temores um a um em mil laços, reconstruo minhas convicções em mais mil espaços e ao final, sobrando-me apenas a dor e o cansaço, enfim me desfaço.

Desvario

⁠Você quer ficar comigo?
O coração palpitava,
O sangue parecia querer
Sair do corpo,
Assim como tudo parecia
Estranho.
E ela respondeu
Em forma de pergunta:
- Hum!... Você é poeta?

Valter Bitencourt Júnior
Passagem: Poesias, 2017.

⁠Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo...(além da
sífilis, é claro)*
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora...

Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto
Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto
Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas o meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa...

Sangue Pútrido

Sangue que percorre minhas artérias
Por quanto tempo andarás por este corpo distorcido?

Quando não estiver mais em minhas entranhas
Causarás dor à minha querida parentela?

Sangue que flui em meus capilares,
O que fazes além de transportar substâncias vitais?

Saber que secar-me de ti trará minha libertação
Deixa-me imperturbado

Vejo olhares mórbidos
Não obstante, vejo olhares famintos por Deus sabe lá o quê

Por toda as partes, há seres buscando uma vida melhor
Cansados da rotina inflamável

O sangue já está a faltar no meu coração
Intensa dor vem-me bem nos átrios
Que já estão, demasiadamente, desgastados pela ansiedade

Infecção na alma deixa-me suscetível à morte
Porta de entrada para tormentos em longa escala

Sinto o sangue escorrer de minhas extremidades
Inspiro o odor característico da podridão
Será que trago comigo devaneios de uma pura solidão?

Termino esta escrita pedindo a Deus
Para que afaste de minha inútil presença
Anjos caídos que estão prontos para declarar minha sentença

Rodrigo A. Silva

Eu sei que o meu sangue é da mesma cor que o dos negros.

"Irmão é um laço sagrado feito de sangue e dado por Deus para toda a vida."

Assim como uma sanguessuga, sedenta por sangue, deve ser o estudante pelo conhecimento.

O comunismo é o sistema da morte. Não existe comunismo sem derramamento de sangue.

Certa vez ouvir dizer que uma pessoa adoeceu por beber vinho demasiadamente.
Será possível o sangue das pessoas virarem vinagre?

Quantos dias faltam?

Para o sangue pulsar;
O ar em meu peito faltar;
Minhas mãos trêmulas, suar...

Quantos dias faltam?
Pouco importa, esse dia há de chegar;
As lágrimas secarão;
Quando depararme com a imensidão;
D'estes olhos da cor do mar;

Quantos dias faltam?
Até lá, vez ou outra, num de repente distraído;
Sua imagem e seu cheiro se fará presente;
E meu juizo é quase consumido;

Quantos dias faltam?
Pouco importa, esse é meu instinto;
Fechar os olhos e te ver num dia lindo;
Quando a contagem cessar e esse dia chegar;
Segurando sua mão, ao seu lado por todos os dias quero estar.