Sangue
Vi tanta crueldade ao longo do tempo, e mesmo calejada me comovo ao ver os homens derramando sangue para destruir sonhos.
Aprendi com o meu irmão de consideração que não precisa ter o mesmo sangue pra querer guardar a pessoa pra sempre no coração.
Caótico
Agora estou assim,
Vendo o sangue escorrendo carmesim.
Tudo parece tão lento,
No meu caminho á vários contratempos.
Uma maldade que não quero mostrar, malsim,
Quero destruir algo, frenesim
Esse é o meu talento.
O tédio me deixa sonolento,
Mas o caos é tão suculento.
Ela Ligou!
Abalo sísmico em escala global,
Super aquecimento do sangue e dos neurônios,
Aceleração de fórmula -1 rasgando as pistas do coração,
Uma mensagem no zap é deixada:
_ Vou te ligar, posso?
A cor da pele não deve ser atributo de julgamento ou indiferença; até porque o sangue e o brilho no olhar é o mesmo para todas as raças e classes sociais.
Como eles podiam saber do preço pago pelos soldados em terror, agonia e derramamento de sangue se nunca estiveram na Normandia, em Bastogne ou em Haguenau?
Sangue não cria família, cria parentes. Família são aqueles com quem compartilhamos bons e maus momentos, e ainda assim os amamos no final. São esses que devemos escolher.
O orgulho pelo pertencimento conecta e engaja. Faz as pessoas darem seu sangue pela causa, porque confiam no que você acredita. (Livro "Mentalidade Empreendedora")
Sou sobrinha-neta da Ilusão, tenho marcada em meu sangue a marca amarga da ferradura agalopada do solene marchar da carruagem de meus sonhos, ébrios de tentação. Sou a cria amarga do roubo esperançoso de minhas racionalidades fatais, que enganam, deturpam e profanam a doçura antes presente em meus sonhos. Sou o devaneio solto pelas ruas, a loucura a planar sobre os campos férteis da solidão, sou o resultado infame da mistura sórdida de meus antepassados de terra e vão.
Sou tantas e de tantos, sou tato e pranto, sou cólera e acalanto, não sou nada, nada, mas ainda assim, canto. Canto as lamúrias através de pena e cetim, debruço-me sobre meu viver torpe e vomito palavras pobres em versos e prosas em carmim.
Não domino a poesia, mas a poesia domina-me a mim, quebro meus pudores em mil pedaços de taco, ligo meus temores um a um em mil laços, reconstruo minhas convicções em mais mil espaços e ao final, sobrando-me apenas a dor e o cansaço, enfim me desfaço.
Desvario
Você quer ficar comigo?
O coração palpitava,
O sangue parecia querer
Sair do corpo,
Assim como tudo parecia
Estranho.
E ela respondeu
Em forma de pergunta:
- Hum!... Você é poeta?
Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo...(além da
sífilis, é claro)*
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora...
Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto
Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto
Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas o meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa...
Sangue Pútrido
Sangue que percorre minhas artérias
Por quanto tempo andarás por este corpo distorcido?
Quando não estiver mais em minhas entranhas
Causarás dor à minha querida parentela?
Sangue que flui em meus capilares,
O que fazes além de transportar substâncias vitais?
Saber que secar-me de ti trará minha libertação
Deixa-me imperturbado
Vejo olhares mórbidos
Não obstante, vejo olhares famintos por Deus sabe lá o quê
Por toda as partes, há seres buscando uma vida melhor
Cansados da rotina inflamável
O sangue já está a faltar no meu coração
Intensa dor vem-me bem nos átrios
Que já estão, demasiadamente, desgastados pela ansiedade
Infecção na alma deixa-me suscetível à morte
Porta de entrada para tormentos em longa escala
Sinto o sangue escorrer de minhas extremidades
Inspiro o odor característico da podridão
Será que trago comigo devaneios de uma pura solidão?
Termino esta escrita pedindo a Deus
Para que afaste de minha inútil presença
Anjos caídos que estão prontos para declarar minha sentença
Rodrigo A. Silva
Certa vez ouvir dizer que uma pessoa adoeceu por beber vinho demasiadamente.
Será possível o sangue das pessoas virarem vinagre?
Quantos dias faltam?
Para o sangue pulsar;
O ar em meu peito faltar;
Minhas mãos trêmulas, suar...
Quantos dias faltam?
Pouco importa, esse dia há de chegar;
As lágrimas secarão;
Quando depararme com a imensidão;
D'estes olhos da cor do mar;
Quantos dias faltam?
Até lá, vez ou outra, num de repente distraído;
Sua imagem e seu cheiro se fará presente;
E meu juizo é quase consumido;
Quantos dias faltam?
Pouco importa, esse é meu instinto;
Fechar os olhos e te ver num dia lindo;
Quando a contagem cessar e esse dia chegar;
Segurando sua mão, ao seu lado por todos os dias quero estar.