Sangue
Das Biografias (1)
em negro
teceram-me a pele.
enormes correntes
amarram-me ao tronco
de uma Nova África.
carrego comigo
a sombra de longos muros
tentando impedir
que meus pés
cheguem ao final
dos caminhos.
mas o meu sangue
está cada vez mais forte,
tão forte quanto as imensas pedras
que os meus avós carregaram
para edificar os palácios dos reis.
Todos querem liberdade
mas quem por ela trabalha? (...)
(o humano resgate custa
pesadas carnificinas!
Quem morre, para dar a vida?
Quem quer arriscar seu sangue?)
Senhor, tatua as suas palavras no corpo da minha alma; para que eu não venha me esquecer delas no momento oportuno.
"Vc nasceu de uma família cheia de problemas, com pai, mãe, avós e tios cada um com suas dores, mas que sempre buscou fazer o seu melhor, para ver vc e os seus felizes. Hoje você cresceu consegue ver os pontos positivos e negativos de cada um, escolha os positivos, os defenda os proteja, pq vc sempre foi muito amado, por todos a sua maneira. Se não enxergas isso, pare, vire se olhe para seu passado e veja se tem um familiar que olhou pra vc, sorriu ou perguntou "Você esta bem?"entao vale a pena continuar amando e protegendo o seu sangue."
A minha inspiração é parte do que sinto a partir daquilo que ouço e também do que vejo, dito poeticamente em poesia através de alguns versos e a tua identificação com muita maestria vem para somar e assim, permití-los fluir como correntes de sangue por um organismo vivo, constituído ricamente de palavras e sentimentos, portanto, cada trecho adquire mais sentido, um acréscimo cativante que é muito significativo.
Nossa condição de pecadores não é porque pecamos, mas porque depois da queda, todos nasceram pecadores! Pecamos porque nascemos pecadores! Romanos 3.23; Romanos 5.12.
A noite não era mais escura. Seus olhos tudo viam. Enxergava mais longe, ouvia sons distantes. O olfato. Talvez fosse esse o sentido mais modificado. Lembrava-se da primeira vez que o cheiro de sangue o encheu de gana.
EU NÃO CONHEÇO VOCÊ,
não sei
o seu sobrenome,
se você tem
irmãos
ou irmãs
ou pais
ou primos
que são tipo
irmãos
e irmãs
e tias
e tios
que são tipo
mães
e pais,
mas se o sangue
dentro de você corre dentro
de outra pessoa,
você nunca vai querer
ver esse sangue correr
fora deles.
Tem pessoas que são nobres... Mas bens não o tornam um nobre, pois será somente mais um rico. Um nobre se faz com essência que vem de Deus, carisma, verdade, educação, sutileza e a calma no falar e agir e demonstra talento para resolver conflitos e dar respostas sem mostrar vaidade ou arrogância, e o "sangue azul" aparece como trata as demais pessoas e sem interesse capital. Tem personalidade diferenciada, são livres, leves e sorriem sempre. Um nobre fala e escreve a verdade e sabe escutar e dar direções e luz... Sabe quem te faz nobre? Deus...
Vísceras, névoas, como a chuva que quando cai o tempo escurece, a carne sangra com um corte vertical, expondo a púrpura vermelha que é um grito do meu ser.
Serei feliz? Serei luz? Serei um anjo torpe? Ou só uma poça de sangue ?
ORAÇÃO DO DIA
"Que o Senhor tire de mim o que não sou, para colocar em mim, o que Ele é, a fim de que assim, seja eu um alguém de verdade. Que Cristo me mergulhe no mar vermelho do seu sangue, para que as minhas vitórias sejam um caminho aberto".
Gleydson Sampaio das Neves.
Debaixo das minhas pulseiras há marcas e elas exibem minhas tristezas, fraquezas vulgares como um grumo de algodão que as limpam mas não as secam.
De onde eu venho,o chão não floresce,o mundo não é lindo,as estrelas não brilham e a única cor que predomina é o vermelho do sangue escorrendo pelo chão...
Independência. 12/07/2018
Foi pela liberdade
Que a rebeldia surgiu,
Um selo marcado nesta cidade
onde a escravidão sucumbiu.
Uma história escrita com sangue
A memória dos negros quilombolas.
Um batalhão com Machim e cassetete
De armadura negra, tatuada e reluzente.
A independência se constrói
Gritos de liberdade arrastados pelo vento,
Das cinzas, nasce a esperança do povo
Robusto, vitalício, uma nação de heróis.
Com gritos e dor, se faz a história
História de uma povo sofredor,
Cada tiro, um machina sem dó
Espalha sangue, deixa macha na mata.
Ainda hoje ouvisse gritos lânguidos
Gritos e gritas, gritos de liberdade.
Autores: Ezequiel Barros / Lisinaite Vaz
Estilo: Ezbnd/ideias.
Eclipse.
Fiquei ali sentado, debaixo do pé de baru. O sol havia sumido na anágua negra da noite. Ficavam para trás, esquecidas, algumas flamas avivadas dos seus cabelos de fogo. Firmei que ela vinha de lá do alto do guarirobal do compadre Amâncio. Nada. Noite feita avistei uma estrela rutilante. Atinei: lá'em vem ela amarrada na linha do imaginado. E nada. Virei as costas e fui guarnir os cochos. O tuivú dum curiango me fez torcer de volta os meus olhos. Estrela não: era a dita. Mirei com ciência e entendi um cutelo fino. Retardei o meu olhar já concluindo: a coisa demora, dá tempo de tudo. Quando atravessei o mata-burros ela era uma goiaba mordida. A volta pra cidade não teve outro pensar. O granulado da poeira foi avermelhando mais e mais a tal lua-de-sangue, refletindo nostalgias no para-brisas da D-20.
Não existe nada mais gratificante e de que eu tenha mais orgulho do que eu ser a filha do pai. Não é apenas o seu sangue que eu carrego nas veias, que me dá vida e me faz feliz, mas toda a beleza e bênção de ter tido um pai pra contar, pra escutar, pra me educar e amar. Você foi, você é e sempre será o meu pai; esteja onde estiver. E que sorte a do céu ter o senhor, meu pai, por aí!
Em vidro, guardo tudo
Transparente são os limites
Quebro e corto-me sem receio
Deixando por onde passo
Com viscoso sangue carmim
Manchas do que eu sou