Sangue
Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É de uma solidão assustadora. A única recompensa é aquilo que Laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. Essa expressão é fundamental na minha vida.
Um besouro se agita no sangue do poente.
Estou irresponsável de meu rumo.
Me parece que a hora está mais cega.
Um fim de mar colore os horizontes.
Cheiroso som de asas vem do sul.
Eis varado de abril um martim-pescador!
(Sou pessoa aprovada para nadas?)
Quero apalpar meu ego até gozar em mim.
Ó açucenas arregaçadas.
Estou só e socó.
Você sabe a sensação, quando o seu coração está tão ferido que você consegue sentir o sangue escorrendo?
Queima o sangue um fogo de desejo,
De desejo a alma é ferida,
Dá-me os teus lábios: o teu beijo
É o meu vinho e minha mirra.
Reclina para mim a cabeça
Ternamente, faz que eu durma
Sereno até que sopre um dia alegre
E se dissipe a névoa noturna.
Tudo na vida tem seu lado bom e ruim. Em uma batalha de esqueletos não tem sangue, mas em compensação toda fratura é exposta.
As rosas brancas, agora manchadas de sangue, completando a bela imagem da morte em sua melhor face. O amor. Uma forma de morte. Uma forma de morrer. Uma forma de matar. Mata-se por tão pouco. Morre-se por tão pouco. Por que não por amor? As rosas apodreceram, o sangue secou. Talvez nada tenha restado ali, talvez não para olhos superficiais. Talvez aquele amor nem tivesse existido, talvez não tivesse tido tempo para isso. Mas eles tentaram. Tarde demais, mas tentaram. Como dizem? Nunca é tarde demais.
"Você não precisa ser do mesmo sangue, raça ou espécie pra que esse alguém ser considerado família!"
Aqui se concentrando em representações gráficas de sangue e violência. Criando um interesse na mutilação do corpo humano de forma teatral.
Eu quero ser possuída por você, pelo seu corpo,
pela sua proteção, pelo seu sangue.
Me ama!
Eu quero que você me ame e fique eternamente me amando dentro de mim.
Com sua carne e o seu amor.
Eternamente, infinitamente dentro de mim
me envolvendo, me decifrando, me consumindo, me revelando...
Como uma tarde dentro do elevador, no verão, voltando da praia
e você me abraçou e eu te abracei...
E quanto mais eu me entregava, mais nascia o meu desejo,
Mais sobrava só o desejo, e mais eu te queria sem palavras, sem pensamentos...
A vida inteira resumida só no desejo da tua boca dizendo o meu nome,
Da tua mão conduzindo a minha mão,
Do teu corpo revelando o meu corpo,
Como se o mundo fosse pela primeira vez,
Você o meu ponto de referência nessa cidade...
Impetuosa de escancarar
Carinhosa de inspirar, ela vai te deslumbrar
Sangue quente, ela é atraente
Mulher florescente que vive ousadamente
Ela é persistente e não quer parar...
Irmãos que nascem do mesmo sangue, não podemos escolher, simplesmente acontece. Muitas das vezes, não tem interesse, não gostam, não estão nem aí pra nós. Mas, na vida, encontramos pessoas com muito interesse em nós e em estar conosco, no nosso bem-estar. Pessoas que se dedicam, que retribuem, que interagem, que não medem esforços pra nos ajudar e fazer parte da nossa jornada. A tais pessoas, o coração escolhe pra chamar de irmãos. Quando se partilha a mesma religião, melhor ainda, somos irmãos de fé. Mas, mesmo não partilhando a mesma fé, há as irmãs, os irmãos de caminhada, por empatia e escolha a quem escolhemos amar fraternalmente e a eles nos dedicar vida afora.
Minhas emoções são desenfreadas. Uma loucura. Está
no sangue. Eu compartilho isso com meu pai. E minha mãe também. Não temos o dom da temperança.
"Também no interior do corpo a treva é profunda, e contudo o sangue chega ao coração, o cérebro é cego e pode ver, é surdo e ouve, não tem mãos e alcança, o homem, claro está, é o labirinto de si mesmo"