Salto
“Um bom sapato de salto é como um carrão esporte ou uma obra de arte divina: você não precisa daquilo, mas cobiça com todas as suas forças, idolatra e simplesmente tem que ter.”
O salto me faz parecer alta, mas continuo baixa, ainda sou baixa. Me dá uma vontade irracional de ligar para você e dizer que olha, estou dançando conforme a vida. A maquiagem consegue finalmente disfarçar as minhas olheiras, e o meu luto.
Sabe quando você está de salto alto e mesmo com o pé doendo, você continua andando normalmente como se estivesse tudo bem? Pois é, estou fazendo o mesmo com a dor do meu coração estilhaçado.
É aceitável chorar se sua unha quebrar, seu cabelo cair, sua roupa rasgar, seu salto quebrar.
Mas por homem? Nem pensar amiguinha.
UM SALTO NO ESCURO
(Sobre as recentes descobertas de mortos não descobertos.
Publicado no Recanto das Letras, em 05/12/2013)
Mãos para trás,
pulsos apertados em algemas de gesso.
Frio estomacal,
qual paraquedista neófito.
. . .
Impelido sem oferecer resistência,
flutuei no ar.
Torturante giro no escurejar das trevas.
. . .
Enfim, sós !
Eu, em descenso na vertical,
e o meu algoz,
que seguiu planeando na horizontal.
Formaram uma cruz nossas coordenadas.
. . .
Ninguém escutou meu derradeiro grito,
disperso no silêncio do infinito:
. . .“Independência ou Morte ! . . .”
. . .
Morte?
Indolência. . . Languidez. . . Talvez ! . . .
Corpo e alma na última descida da vida.
. . .
Foi o meu pensar
no ligeiro instante
antes
do mergulhar profundo
num ondeado e gélido mar bravio.
. . .
A escuridão das águas,
a mesma do noturno céu nublado,
a mesma dos pensares militares,
subordinados.
. . .
Imaginei-me sobrenadando
em lágrimas derramadas
de tantas mães e irmãos
em esperas vãs.
. . .
Por certo,
meu corpo leve, a uma peso atado,
não ousou vaguear
nas vagas do revoltoso mar.
. . .
Fato consumado
? ! . . .
Virei marisco,
que ainda agoniza
entre ideológicas forças antagônicas.
O silêncio é um espaço a ser preenchido, é um salto para enfeitar o momento, alicerçando frases e versos que irão nascer. No silêncio, há uma cumplicidade e paquera pela vida, onde não há pressa, apenas palavras contidas de um sentimento bonito e infinito.Acolhendo a beleza do universo, faço-te um verso.
O sapato de salto alto é um tipo de calçado maquiavelicamente concebido para deixar sempre na moda as botinhas imobilizadoras, as botinhas ortopédicas, as botinhas de gesso e afins.
Prefiro a luz da vela a luz da luminária.
Vejo teu salto no canto do quarto.
Pés pequeninos sustentam a leveza do teu ser.
Tua fotografia imóvel, mas de olhar sereno
Passa-me a tranquilidade de um anjo enamorado.
Transporto-me para além da obra,
Onde cada pincelada lembra-me a suavidade de tuas carícias.
Teu semblante ao dormir tem a pureza dos inocentes,
Um brilho que me atrai como a um inseto ávido por luz.
“O medo é como
um sopro que nos
leva à beira de
um precipício.
A coragem é como
um salto que nos
leva a vencer.
Na vida muitas
vezes necessitamos
de um salto sem temer,
não importa a
altura do precipício.
Reflexões Chá da Vida. 508”
EU POR MIM...
Entre um pouso e um salto, um exagero de quimera aqui outro acolá, fui decifrando vontades, poetizando olhares, fazendo correr alto meus passos sobre céu de arado, sem jamais exilar por entre as nuvens minhas prenhes e perenes verdades.
Dancei bailados de alquimia que misturam os sonhos e os rumos, fiz nascer deles o chão que me sustém, embora o canto que ribalta o manto nem sempre me tenha sido de gentilezas e de sorrisos. Embora o horizonte de reverente poente que se quis ver, nem sempre tenha estado ao alcance do enquadrado das janelas através da quais ousei olhar.
Arte inacabada, não sacra, não casta, rabiscada pelas trilhas que andei, moldurada pelos versos que cantei, forjada em berço e preço pelas óperas ruidosas que encenei. Por vezes vulto e sombra para uns, àqueles os quais a retina que olha do centro do peito, não me foi possível atravessar. Mas o tanto maior de mim é alma sentida, é emoção alcançada, existência sem baço e névoa conhecida. Assim traduzo-me. Assim entalho-me no tronco cru e maciço das árvores que eternizam quem por elas passou e por ter algo a dizer, parou.
Por estes tantos andos e desandos de instintivos e dementados quereres, dizeres lavados de mim, em êxtase de crenças, em avidez de sonhos, sem mistérios e anteontens largados...
Que nestes, chegue sempre soberano e ímpero o TEMPO, maestro e juiz da vida. Tempo de aquietar as pressas permitidas e permissivas que, em cegueira luzidia, inundam e, por vezes, afundam. Tempo grato, polissêmico tempo que coaduna-se com as costuras consolantes, fiéis e pacientes a remendar e a refazer os rasgos e os vagos que pelas esquinas da alma vai se deixando ficar.
Pelo dito que sou, não sei se livre ou condenada estou, mas se nada mesmo ainda assim, fizer sentido, que eu NUNCA deixe de, incorruptivelmente, FLUIR. Que a emoção seja sempre dilúvio, redenção calçada de rosas e prosa em mim.
( Lu Menezes )
#Copa do mundo- Trocar chuteira por salto alto é como uma gripe que contamina as seleções mundiais, e sempre afeta com força os que não se imunizam devidamente
De mim o recalque passa longe
Na inveja meu salto pisa
Se não quer me ver feliz vai embora para a torre de pisa.
Estive tão triste nessa ultima hora que qualquer convite para um salto eu topava um fuga
Qualquer saída
Mais não veio nada.
E o álcool não ameniza a depressão
Estou só mesmo rodeado de pessoas são vozes e palavras que não levam a nada e não chegam perto do nada que sou. Viver virou um grande desafio .
Tudo que quero é o fim... paulorockcesar
Para de esperar que alguém crie seu caminho para o sucesso!
Toma o salto da FÉ
e crie seu próprio sucesso!