Sal
Sabor de sal...
Um cheiro de verão,
Mornas tardes, sentimentos na mão.
São dias lindos... Inesquecíveis tardes em familia.
Onde o Sol se despede com preguiça... E faz manhã...
Tardes, frescas tardes...
Onde a felicidade tem um sabor de sal,
Um marinho sabor...
Um gosto temperado,
Comum... Nas tardes de sal...
Que já anunciam o verão.
Minha verde mata tinge-se de azul,
O meu entardecer fica dourado como o Sol que aqui mora....
Caminho sem pressa nas minhas memórias,
Tudo é sentimento...
E me banho nos sonhos da minha lagoa de águas claras... Tão azuis...
Belo poema tingido, me banho...
Medito; pergunto; insisto... Permaneço e suspiro...
Adentro a mata, os rumos dos meus secretos sonhos, não há como fugir,
Não sei mentir. Lá fora há um mundo que desconheço,
Minha paz mora neste regaço de poesia,
Sou feliz, desfruto da mais pura paz...
A Lua faz poesia, meu coração cita os versos...
Rezo, rezo por ti, por mim...
E o amor me toma nos braços da saudade...
E ternamente choro... E adormeço...
E sonho...
Com o verão que logo vem...
(Ednar Andrade).
Para mim, a vida precisa ter cheiro, som, sabor. Nada sem sal. Nada que não perfume o ambiente. Nada sem flor. Adoro preto e branco, mas preciso de uma cor, nem que seja nas unhas. Não vivo sem perfume. E preciso do gosto pelas pequenas e quase inocentes alegrias diárias."
Ela brinca com garçom, canta o marinheiro
Pede tequila, sal e gomos de laranja
Fica descalça, faz piada sobre o cozinheiro
Acende mais um cigarro, ri e canta
Alguém diz
Chante une chanson d'amour...
Vem sempre aqui?
Quase nunca
Gosta de Yoni?
Gosto de sunga
Rimas horrorosas
para uma noite de chuva, não acha?
Você quer?
Mais rimas horrorosas?
Des mains sur le corps?
Só se for com g-spot.
Ma maison ou dans votre?
Sans amour?
É melhor assim.
“Ciúmes é como sal, na quantidade certa traz um tempero gostoso para o relacionamento, mas quando passa dos limites, estraga a comida!”
Certa vez numa dessas manhãs sem sal de domingo me deparei nostálgico.Lembrei da minha infancia, sem cor nem muitos amigos.O menino franzino, digno de pena no maximo.Sempre tentado chamar a atenção de alguém que chamase a atenção.Sei lá.Acho que talvez seja essas coisas bobas que crianças criam no seu mundo de fantasias.Dai eu cresci, pelo menos fisicamente, porem a essencia ainda continuava a velha criança boba que insiste em atuar como o centro de sua utópia.Uns dizem que coisa da astrologia ou dizem que sou meio bipolar, outras dizem que sou maluco, outras. são meus fiéis seguidores que isistem em manter de pé o rotulo de 'Digno de pena'.Coitado pensam eles.Eu apenas me considero um menino perdido no deserto, cercado de miragens e sonhos.Um menino feito de lendas, mitos, e carde...
em A Carta de Dionisio
Diálogo com Fernando Pessoa.
Mote
Quanto do sal que há no mar
São lágrimas de Portugal?
Voltas
Pessoa li o teu versar
Da quantidade de sal
Que há nas águas do mar.
Um pouco era natural
Um pouco era lacrimejar.
Era dor, saudade e tal.
Quanto do sal que há no mar
São lágrimas de Portugal?
Porque é preciso lembrar
Do negro a chorar na nau.
Da viúva em pranto a fitar
Seu homem arrancado do local.
Podemos então concordar
Nesta questão crucial
Que nem todo o sal do mar
São lágrimas de Portugal.
Fernando é preciso falar
Do indígena tropical.
Que muito esteve a prantear
Por ser tratado tão mal.
Então se pode afirmar
De modo justo e imparcial
Muito pouco do sal do mar
São lágrimas de Portugal.
Choro chuva de sal
Um choro jogado no sol
Trazendo sua fria água dourada
De repente, chegou resplandescente.
Era perfeito o brilho da chuva
Cantando uma canção muda para mim
Limpou minha cinza em chamas
Cada gota que cai alivia minha alma
AMOR DE UM POETA
Leu sentimentos em páginas vazias...
Traduziu vestígios de sal nas lágrimas,
Apagou rasuras de dor,
Traçou arabescos em poesia.
Interpretou os rabiscos da alma...
Reescrevendo o amor em minhas linhas.
MENDIGO
Dorme agasalhado
Um vulto numa saca de sal
Alegria ao espelho, lerdo pano
Salgada doce, carne velha
Aperto a mão ao mar dando-lhe o bom dia
Ele manda as suas ondas de maresia
Palavras que brilham
Adormecem na mentira
De quem tem ou tinha pernas curtas
O silêncio do barracão perturba os ouvidos
Sons adaptados calmos da rua.
Estranha escuridão que permanecia calada.
Caminha entre os passos baralhados
Tenta silenciar os pensamentos que gritam congelados.
É tarde...
Agora é tarde...
Lágrimas cristalizaram
O sal desandou o doce
Os cristais se quebraram.
Agora é tarde...
O vento disseminou o verbo
Entre o certo e o errado
O tempo pediu passagem.
Agora é tarde!
A chuva cessou o canto
O sol não secou o pranto
Seu calor é miragem.
Será que é tarde?
O galho que não floresceu
Só agora entendeu:
Sempre foi paisagem!
Todo mundo é igual...
Se lambe o mel...
dispensa o sal...
amor incondicional?
ilusão de doente mental.
Falar a verdade?
ilusão de carnaval...
todo mundo é igual...
tapinha nas costas...
E palavra dual!