Sair de cena
Um tantinho de férias é o que eu preciso.
Sair de cena, resolver meus dilemas
e com certeza ler um bom livro.
Espero não desanimar para querer voltar.
Quero me encontrar e as coisas poder codificar.
Fazer um balanço, não dar ouvidos
aos gritos externos se-não-eu-danço.
Se voltar, voltarei serena, sem neuras, sem problemas.
Vou ao encontro da sorte e voltar com um coração forte.
Quero parar de chorar e na vida voltar acreditar.
E sei que o Bom Deus, por muito me amar, irá me ajudar.
É ... um tantinho de férias eu vou precisar...
Lembrar de não esquecer a hora de sair de cena, o chá de hibiscos antes de dormir. Lembrar de esquecer os pés na bacia de água morna e a velha mania de sofrer por tudo. E as saudades...aonde colocá-las quando escancararem suas portas e ganharem minhas ruas, minhas interditadas ruas ladrilhadas com lembranças de dias nublados e covardias?! O que fazer com esse amor moribundo que não morre nem vive?!
É fácil desmaiar e sair de cena quando se está perdendo. Dificil é manter a cabeça em pé, ser mais hipocrita ainda fingindo que está tudo bem e dar a volta por cima. Você não precisa mostrar para ninguém seu talento, você tem que mostrar para si mesmo. Esse é o real problema das pessoas, pensar nos outros antes de pensar em si mesmo, EM TUDO.
As vezes é preciso sair de cena para que os holofotes da vida se foquem em detalhes imperceptíveis aos olhos do tempo.
Não é o caso de sair de cena, fugir de estilos de vidas que frustram esperanças novas, nem mesmo falta de ar ou espaço, mas sim ir de encontro com uma natureza longe de nossos limites e vizinha de nosso mundo. Equipamentos, meteorologia, planejamento, estratégia, tática, relacionamento interpessoal, racionamento de recursos entre outras dificuldades, fazem de nós pessoas melhores. Viajar é criar e provocar problemas que nos obrigam a pensar, estudar, exercitar nossa criatividade.
UM CAFÉ, UM SORVETE E UMA CONVERSA (PART I)
Era hora do sol sair de cena vagarosamente – bastava que oferecêssemos nossa atenção a ele e lento fazer-se-ia -, pois assim podíamos apreciar a chegada do ocaso. E assim o foi. Neste dia preferi por passear sozinho. Nada como uma tarde em boa companhia, a minha própria. Longe desta ser uma postura egocêntrica, mas apenas uma atitude de alguém que aprendeu a apreciar a sozinhez de quando em vez. Enfim, já andando por horas decidir sentar-me para sossegar as pernas. E com isso permitir com que os ventos dos 4 cantos apossassem-se de meu corpo. Fiquei ali e relaxei por alguns instantes. Já saciado do banho das brisas fui até uma loja para comprar algo para beber, pois a “sede” fez-se presente. Olhei, olhei novamente, contudo tantas eram as opções com as quais me deparei no cardápio que me fizeram não conseguir nada escolher. A atendente – que por sinal fora educadíssima – disse-me a seguinte frase: “O que acha de um simples, saboroso, clássico e não tão quente café?”. Claro, disse eu. Como não pensei nisso antes. Adorei a pedida. Escolhi, então, um lugar distante e silencioso – como de costume - para acomodar-me e degustar pacientemente o meu café. Nisso, vejo chegar ao mesmo estabelecimento em que estava uma “amiga” – essas aspas que sempre me amparam. Sabe aquela moça pela qual você já foi apaixonado nos tempos de escola, entretanto para a qual nunca se declarou? Aquela pela qual você suspirava em silêncio? Aquela pela qual noites em claro ficou? Aquela pela qual você conseguiu apenas uma amizade? Pois é, essa mesma, vítima de nosso amor platônico. Bons tempos essas paixões infantis – como se toda paixão não tivesse essa marca piegas, enfim. Ela entrou e pareceu-me procurar por alguma coisa. Procurou, virou e revirou a cabeça e os olhos por todos os lados, entretanto nada encontrava. Vi que ela estava para sair de lá com ares decepcionantes, porém não a deixei ir. Solicitei à garçonete que a fosse chamar para que me notasse. Foi ai que ela me viu e trocamos acenos e sorrisos. Fiz gestos para que ela viesse para perto de mim e assim pudéssemos conversar. Ela veio – para minha alegria. Ficou de pé diante de mim que, automaticamente, fez-me levantar também. Perguntei-lhe se ainda lembrava de mim, pois já faziam alguns anos que não nos víamos. Ela disse: “como poderia esquecer de você”. Abraçamo-nos. Nessa hora fui tomado por uma euforia interna. Perguntei a ela o que fazia naquele lugar e ela me disse que estava esperando uma amiga, porém que até aquele momento não havia chegado. Propus-lhe que se sentasse comigo para espera-la e quem sabe tomar ou comer alguma coisa até lá. Ela, inicialmente, relutou, disse estar com pressa e que não queria me atrapalhar. Disse a ela que seria um prazer tê-la como companhia e fazer-me de companhia a ela até a possível chegada de sua amiga; que em nada atrapalharia, pelo contrário. Ela, então, finalmente, disse sim – mais uma vez para minha alegria. Perguntei-lhe se desejaria pedir alguma coisa e apontei a ela o cardápio sobre a mesa. Com o tom de voz delicado, disse ela: “Acho que vou tomar um sorvete de açaí com tapioca”. Excelente! Que venha o soverte paraense, disse eu tentando ser engraçado – com louvor. Gargalhadas e risos surgiram em nós nesta hora. Com um ambiente mais descontraído instalado, perguntei-lhe como estava a vida. O que andava fazendo. Planos. Projetos, enfim. Queria saber dela e como encontrava-se naquele momento – uma forma de matar uma saudade dantes inexistente. Conversa vai e conversa vem e nós já tínhamos sabido muita coisa um do outro. Ela já havia terminado de tomar o soverte e eu já havia terminado de tomar o meu café. E adivinhem só? Perfeito, ela não apareceu – para minha felicidade. Ela me disse que já estava ficando tarde e que teria de ir, pois seus pais haviam combinado de irem busca-la para um aniversário. Antes de irmos – disse eu - o que acha de apreciar a saída do sol? Veja, está acontecendo. Ela aceitou e percebi o quão alegre ela e eu estávamos naquele momento. A boca dela não conseguia conter seus lindíssimos dentes. Escoramo-nos na orla e lá permanecemos até o cair da noite. De repente o celular dela toca e ela o atende. Adivinhe só quem era? A amiga? Errado. Eram os pais dela a chamando para ir embora. (CONT...?)
Nos momentos de intensa dificuldade e tribulação,
o melhor a fazer é sair de cena e SILENCIAR.
Quando os animos estão alterados não é hora
de falar... Lembre-.se que o silêncio é sempre
a arma mais sabia e eficaz no desfecho das
situações dificies e dos conflitos.
(Priscilla Rodighiero)
Está na hora de sair de cena, abandonar o show e deixar o silêncio expressar aquilo que palavras não podem dizer. "Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu" (Eclesiastes 3:1)
Pois chega um momento em nossas vidas, que devemos sair de cena, viver novas coisas.. e respirar novos ares.
Não quero me aparecer, mas sair de cena divagando, e nas minhas digressões chegar ao porto destino meu, sigo em busca do meu eu.
Se queres sair de cena, faça-o suavemente: sem propagandas, sem alarde, sem marketing! Não te preocupes em fazer falta, quiçá não farás! No entanto os que tua ausência sentirem, sinalizarão, e o teu vazio será bem preenchido!