Sair de Casa
A Fase Pós-Guerra: A Fase Pós Você.
Ontem à noite, após retornar para casa, eu senti que começou o que eu chamei de "Fase Pós-Você". Seria, para mim, o equivalente ao que já conhecemos como Fase Pós-Guerra.
Entrei no meu quarto e comecei a perceber quanta coisa eu deixei para trás durante o duro e doloroso período de "guerra" que enfrentei. Tanta dor e sofrimento... Batalhas difíceis... Eu quase morri e isso quase aconteceu mesmo. Eu já poderia ter partido, mas fui forte para não desistir de viver. Claro que ele não foi o único motivo que me deu vontade de tirar a minha própria vida. Agora eu vou tentar conseguir forças para reconstruir tudo o que a "guerra" destruiu. Tentar levar uma vida normal, que já não era muito normal, convenhamos. Já era ruim, mas com você ela se tornou pior.
Mas, com o tempo, e não demora muito, as lembranças dessa "guerra" que tanto me causaram dor vão começar a sumir aos poucos. Elas já começam a ir embora. Eu já consigo enxergar isso. Agora inicia-se a esperança de novos tempos de paz na minha vida. Prefiro que seja de silêncio e de paz. Sem mais os horrores da "guerra". Amor e paixão são componentes de guerra. Se for assim, eu não quero mais.
No final do dia, não é o lugar de onde eu vim. Talvez "casa" seja algum lugar para onde eu estou indo e no qual eu nunca estive antes.
Esses idiotas da tecnologia se julgam mais livres porque trabalham pelo WhatsApp em casa no domingo.
Minha casa é o mundo,
Me descubro a cada segundo,
Não sei bem quem sou,
Depende de onde estou,
Horas sou leve como o vento,
Disfarço bem meu lamento,
Outras horas pensamento se descontrola,
Falo como uma vitrola,
Inaudível, deixo dito pelo não dito,
Eu não ligo,
Sou enigma de mim.
Às vezes, para evitar de me encontrar com certo tipo de gente, eu prefiro mesmo ficar em casa... em silêncio...
Eu, que era livre para voar
Cortei as minhas próprias asas
Fiz de você a minha casa
Fiquei aqui com você
Eu fui sentindo o frio chegando
E o seu perfume acabando
Eu me refiz pra não ter que ver você me deixando
Não espere que a felicidade chegue na troca do celular, do carro, da casa nova, na formatura, no casamento ou separação, porque ela não está no futuro, mas no presente, dentro do seu coração.
Quando cai a noite, volto para casa e entro em meu escritório; e, à porta, dispo-me das vestes cotidianas, cheias de lama e lodo, e me enfio em panos reais e curiais; e, vestido decentemente, entro nas antigas cortes dos antigos homens, onde, recebido amorosamente por eles, farto-me daquele alimento que é só meu e para o qual nasci; lá, não me envergonho de falar com eles e perguntar-lhes a razão de suas ações; e eles, por sua humanidade, me respondem; e, por quatro horas de tempo, não sinto nenhum tédio, esqueço qualquer aflição, não temo a pobreza, não me assusta a morte; transfiro-me todo para eles.
Nada como caminhar de volta pra casa de manhã. Vendo seu bairro acordar. Se sentindo especial como os mendigos. Chapado. Feliz e ignorante.
Já não importa mais a casa onde morei. Importa sim, a casa dentro de mim. Sabendo que vou me lapidando a partir do que existe, mas também daquilo que vivi e deixei partir. Entendendo que minha fachada não é somente o reboco visível, mas sim muitos outros alicerces imperceptíveis aos olhos. Descobrindo que também abrigo palavras não ditas, caminhos não escolhidos, sonhos não realizados. Aceitando a vida como ela é, cheia de acertos e imperfeições, percalços e contradições, desafios e realizações...
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Fabíola Simões
É sempre bom abrir a porta de nossa casa e ver a luz do sol entrar. Sintir o cheiro gostoso do aroma e um toque que parece ser de Deus.
Bogue ou Boguy,
Hoje não poderemos escutar o som das suas patinhas deslizando no piso de casa, tentando se levantar;
Tão pouco conseguiremos brincar com suas orelhonas; Fazer carinho no fucinho; dar um salve e saldar pela casa "Bogue! Bogue! Bogue!", enquanto você passeia pela casa toda, segurando pela boca aquela almofada velha, insubstituível e graças a Deus lavável...
Não poderemos mais falar que está sério, muito sério, enquanto afagamos seu peito peludinho e macio... Como era engraçado...
Não sentiremos mais você deitado com a cabeçona sobre os nossos pés e as patinhas pra cima pedindo carinho com aquela carinha de louco.
Nos almoços e jantares faltará você embaixo da mesa, apontando apenas o focinho sob a toalha que guarda nossa comida;
E chegar em casa...ah, que experiência triste sem você, mas seu dono Alfredão está conosco e precisamos cuidar dele por você também, precisamos continuar incentivando as voltinhas matinais que você levava ele para dar...
A sua amiga Nina tenta fazer o que você a ensinou, estamos tentando nos virar sem você, mas não é fácil... Para você era tão simples tirar o Alfredão do sofá para dar uma volta lembra?
Espero que tudo aquilo que eu creio hoje um dia possa se concretizar e que um dia você me receba com aquele latido que diz o Oi mais doce e despretensioso que já pude ouvir.
Saudades de você, mas estou continuando...
Usarei as lembranças para diminuir a distância.
Um beijo Boguinho.
"Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo."
Adoro flores
adoraria ter a casa toda nadando em rosas
meu Deus do céu
não tem nada no mundo como a natureza
as montanhas selvagens
as montanhas selvagens, depois o mar as ondas em tropel
e depois a beleza do campo as plantações de aveia e trigo
os animais pra cá pra lá tão bonitos.
Deve fazer bem à alma isso, ver os rios os lagos e as flores e formas de todos os jeitos e cheiros
e cores saltando de tudo até do fosso
primaveras e violetas
é a natureza
Me fez morada em seu ventre e fez de sua casa o meu lar.
Fui cordão de seu umbigo, sangue de seu sangue, no meu DNA os seus genes, na minha personalidade os seus ensinamentos.
Minhas atitudes são reflexo de seus exemplos e meu caminho resultado de seu esforço.
És alma que emana calma, és prece que enobrece...
És a fonte da energia mais límpida e do amor mais puro.
Mãe... a você minha eterna gratidão,
eu fui o seu motivo e você é a minha razão.