Sair de Casa
Já faz tempo que escrevo sobre amor, vez ou outra alguém me para no corredor para comentar sobre os textos e pedir algum conselho, tudo isso como se eu tivesse total conhecimento sobre o assunto.
Acredito que falo sobre o amor exatamente por não entendê-lo por completo, então escrevo as dúvidas, questões não respondidas e tudo isso com uma interrogação que paira a minha vida. É aí, quando o amor e o tempo entram em conflito, que me questiono sobre o amor, esse no qual, é o único que ainda parece ser o mais discutível, já que o tempo não dá essa oportunidade.
Falar de amor é difícil, todas as vezes que leio um livro me vejo questionando os personagens principais, porque não estão juntos: "olha quanta coisa favorecem vocês", e então me pego vivendo uma história dessas. É nessa hora que entendo eles, não é tão simples! Pedir uma nova chance, pedir para alguém permanecer ou voltar para a sua vida, tentar novamente, em uma história escrita por duas pessoas não é tão simples. Você não pode apenas olhar o seu lado, não pode exigir e nem forçar nada, você apenas precisa demonstrar que ama e deixar claro isso, o restante o tempo se encarrega, a vida cuida. Você que ainda tem uma esperança dentro de si, tente não deixá-la morrer, porque sente que os seus sonhos, desejos, futuro, e tudo o que mais desejar, devem ser escritos com a companhia de quem preencheu o que era vazio com amor.
Amar é assim, amar é não entender tudo, mas é querer viver o melhor. Amar é aprender com o outro a ponto de chegar em alguma situação e saber exatamente o que o outro faria, saber até onde ir, saber que quando longe o coração pede por abraço, por carinho, por respeito, por atenção, por amor.
Amar é entender que saudade é o coração pedindo para voltar pra casa que ele escolheu morar.
O ingrato trabalhar de uma DONA de casa…
Por tanto trabalhar, sem tal se ver;
Merece em todos nós, mui respeito;
Tal como: um repararmos em seu feito;
Tido em círculo, de um TANTO fazer!
Por ser um fazer, com trabalhar tanto;
Para no dia a dia, ser desfeito;
Apesar dela o tal, ter tão bem feito;
Vem demonstrar: um nela, havido encanto!
Encanto, de ternura recheado;
Tão tido, nesse ser, que a tal se dá;
Para o seu Lar, ver sempre apresentável!...
Mesmo com sentir, tão desagradável;
Se sentir, que em seu tão grande dar, não há;
Um ver, por seu fazer; a todos DADO.
Com um indiscritível respeitar;
Silêncio (microconto)
Caminhava tarde da noite pela rua Aurora. Quando estava a uns três quarteirões de casa, ouvi um choro vindo de um beco escuro. Me aproximei, olhei em seus olhos, e então, tudo se silenciou.
#UM #DIA #DE #GAROA
Lá fora...
O céu chora...
Se é de alegria ou de tristeza...
Não posso dizer...
Vejo o balanço das horas...
E o que me acontece...
O que agora...
Há de ser...
A bocejar...
Um sol em dia nublado...
Garoa...
Frio...
Aqui está...
Não estou tão sozinho...
Sim, eu vejo...
Em meu jardim...
Ali molhado...
Um anjo solitário...
Com um sorriso me convida para brincar...
Diz com seus olhos...
A vida é bela...
Vem comigo festejar...
Um retrato na parede...
Olha para mim...
Sorrindo diz:
- Vai sim...
Olho para o jardim de cá...
Breve brisa chega...
Minhas flores bailando...
Me convidam,também, para esse encanto...
Me chamam para com elas...
Também dançar...
Trinca-ferro, canarinhos, sábias...
Fazem festa no canteiro...
Doces trinados...
A orquestra...
O pardal é o maestro...
Minha rosa tão linda...
Me oferece seu perfume...
Até o meu cravo...
Esqueceu seu queixume...
A flor-de-liz me diz...
Que hoje é um único dia...
Já não mais repetirá...
Essa fantasia...
Dálias e hibiscus...
Entrelaçam seus galhos...
No balanço do vento...
Amam-se em compassos...
Lírios e jasmins...
Todos orvalhados...
Festejam a dança...
Do bem-te-vi...
Nem sempre os dias mais belos...
São aqueles de azul intenso...
Eu já amo...
Qualquer variedade no tempo...
E o anjo que continua a me sorrir...
Já me estende a mão...
Aceito seu convite...
Suas asas vão me cobrir...
A fonte, num sussurro...
Desvenda um segredo...
Diz que o amor é eterno...
Para quem tem o coração sincero...
Então, tal qual menino...
Pisando nos astros ...
Em firmamento...
Vou bailando...
Me entrego...
Ao sabor do vento...
Eternos momentos...
E o dia fica mais lindo...
Tudo mais belo....
Em minha casa...
Meu jardim...
Meu castelo...
Sandro Paschoal Nogueira
Apareceu aqui na Pousada Casa do Sandrinho Hospedagem Conservatória
É a primeira vez...
Que assim eu vejo...
Um Alma-de-gato...
Alma-de-caboclo...
Tão bonito...
Aqui apareceu...
Tal qual Alma-perdida...
Meia-pataca...
Uma Maria-caraíba...
De Pato-pataca...
Com Rabo-de-palha...
Cheio de Picumã...
Queria Oraca...
Prestei atenção...
No Rabo-de-escrivão...
Fazendo Piá-ribolanga...
Fazendo Crocoió...
Com meu Chincoã...
Será que era de algum clã?
Pecuã...
Uirapagé...
Feliz da vida...
Comendo inseto...
Em meu pé...
Fiquei quietinho...
Bem espertinho...
Tirando foto do Atinguaçu...
Que de galho em galho pulava..
Um Titicuã...
Procurando Atibaçu...
Não encontrou o Coã...
Não cantou o Tincoã...
Só me restou o Atingaú...
No pedaço de pau...
Solitário afinal...
Sandro Paschoal Nogueira
Este ano o inverno será diferente, pois não será possível aquecer o coração com longos e aconchegantes abraços apertados; mas assim como as estações, isso também vai passar – espero que pra nunca mais voltar – e, enfim, vamos poder abraçar todos estes abraços acumulados.
A vida é uma constante mudança, por isso viva de modo que não lhe faça sentir falta dos móveis, das roupas, das jóias ou do seu dinheiro quando precisar voltar para sua verdadeira casa.
Se refaz
Sem medida
E traz
Toda beleza que não é mais tímida
Sem deixar
O medo dominar
Deixa a voz de dentro falar
Vira música para dançar
É corpo
É casa
Que da asa
Para quem quer morar
É se apaixonar
Por ti
Por si
Por mim
Me refiz
E senti
Tudo o que sempre quis
INSATISFAÇÃO
Pela manhã o silencio dos homens
Faz frio e a chuva cai
Proporciona prazer o som que
o gotejar produz ao tocar as folhas
das arvores e os telhados das casas
As nuvens no céu são densas
quase não se pode enxergar os montes
O cão ladra, uiva
talvez sentido o cheiro do cio
Os pássaros surpreendem
voam e cantam como se fosse
um dia ensolarado de primavera
E o homem que percebe tudo isso, murmura
POEMA DE QUARENTENA
Eu fico em casa...
Tu ficas em casa...
Ele/Ela fica em casa...
Nós ficamos em casa (cada um na sua)...
Vós ficais em suas casas...
E quem sabe, logo, poderemos todos sair de casa e retomar a VIDA!
Vem com dedo de veludo e cutuca a alma, não dói, mas incomoda e não quer parar. De vez em quando chega como espinho açoitando sem dó. O que seria essa sensação estranha? Vai junto a qualquer lugar, não desgruda, impele, as vezes irrita. Se sair um segundo, vem a saudade, o medo de perder, o arrependimento por não ter-lhe dado atenção. Simplesmente tem um nome: inspiração...