Sair de Casa
Eu me apaixono tanto, sempre acabo me deparando com pessoas maravilhosas, as quais vivo me dizendo o quão maravilhoso seria me entregar à eles, o quanto me fazem bem, mas por fim, acabo sempre em casa trancada no meu quarto apertando o travesseiro desesperadamente, ou chorando em baixo do chuveiro sentindo falta de algo que eu posso ter, mas que não vem da pessoa que eu possa ter.
A sua casa pode ter toda a fortaleza que imaginar. Segura. Protegida. Com circuito fechado, cão feroz, alarmes, ronda noturna etc. Muitas vezes o mal não entra pela porta, portão, fechaduras ou janelas sendo arrombadas. Basta abrir a porta para uma pessoa que se diz "amiga", para alguém qualquer que pareça uma boa pessoa, íntima e com outras intenções. Desconhecidas. Com espírito de inveja, cobiça e fofoca. Até pessoas que falam de amor da boca pra fora. Mas, com um coração recheado de maldade. Oculta. Saiba que o "bandido" já entrou na sua casa tão "protegida". Através de quem abriu a porta. E, então, muitas vezes, o inimigo somos nós mesmos ou alguém da família que permitiu a livre entrada desses tipos de pessoas que não merecia a recepção. Nem mesmo a amizade.
Ah,Meu Amor,
Você Sabe Que Desde Sempre Optei Pelo Bem
E Que Me Recuso A Andar Por Caminhos Que Não Da Sinceridade E Do Amor.
É Neles Que Me Sinto Confortável,
Como Se Todo Mundo Fosse A Minha Casa...
... Tal Como Fazia Da Sua, Minha Também.
Então...
... Não Esqueça...
Que O Meu Abraço É Quente E Apertado,
Que O Meu Sorriso É Também De Olhar,
Que O Meu Melhor Lugar Do Mundo É Em Você
E Que O Meu Beijo...
... Ah, Você Sabe, É De Olhos Fechados...
Que É Pra Eu Sempre Poder Sonhar Mais Um Tantinho...
... Depois.
E Aí, Se Possível,
... Sorria, De Cantinho...
E, Se Der, Senta Aqui Do Meu Ladinho,
Senta...
Que É Pro Meu Olhar Tornar A Conversar Com O Seu...
E, No Silêncio Das Nossas Palavras,
Faz Meu Coração Perdoar A Sua Boca...
... Faz...
Porque Embora Ainda Ouça O Que Você Me Disse...
E Esteja Doendo, Muito...
Tudo Que Eu Ainda Mais Quero
É Repousar A Minha Mão Na Sua
É Ouvir A Gente Se Dizer...
...Mais Uma Vez...
...Simplesmente...
Hoje não encontrei o "Russo" na caminhada.
Domingo passado me acompanhou pelos 11 km,
na volta entrou no meu condomínio
e foi direto pra porta da minha casa,
com um detalhe: antes de mim.
Eu e minha baiana demos água (bebeu toda)
e ração (que ele cheirou e abriu mão).
Por onde anda o Russo hoje?
Sorriu...
Quando ninguém sabia,
Contagiou com amor,
Velhos pensamentos vazios.
Fez o coração pulsar,
Quando já não havia, esperança de vida,
Ao olhar sem desejar, tocou almas para curar.
Por fim...
A criança coloriu a casa,
Com a única coisa que possuía,
Sua alegria!
Em uma noite fria de domingo eu elevo meus pensamentos, indo para um patamar de pura nostalgia aonde o desprezo é a realidade da minha alma. Pessoas passando diante de mim com mascaras em suas faces, todos os dias um alguém novo surgindo em meu pequeno mundo... Cativando a acreditar no amor; mas prefiro ficar com a solidão, pois ela pode ser cruel e profunda mas é a única que é verdadeira, que me mostra o caminho para me lamentar e ficar perdido no esquecimento. Um esquecimento frio, aquele lugar onde não há luz e a solidão se torna minha casa.
Explicou que se a cultura era uma casa, a linguagem era a chave da porta que conduziria a todos os quartos interiores.Sem isso,dizia, acabamos sem rumo, sem uma casa adequada, sem identidade legítima. ( do livro "O silêncio das montanhas)
Em dias onde a intolerância só aumenta, gentileza é artigo de segurança.. Jamais saia de casa sem ela!
Calcanhares
Lentamente os calcanhares tomavam o corpo de assalto, voltando os passos dados, como uma tentativa de retroceder no tempo. Em vão, assim como o olhar lançado ao espaço vazio, cortando os sentimentos confundidos, em alguns momentos parecia ser amor e em outros parecia apenas mais uma noite de solidão.
Não havia a possibilidade de um dialogo por menor que fosse a vontade, pois as palavras não faziam qualquer questão de confortar. Era apenas alguém, um objeto, como tantos outros, que ali se deitaram na esperança de esquentar um corpo, preencher um coração, fingir uma emoção.
Crônicas absurdas lidas ao avesso, mais parecidas com notas musicais tortas, para combinar com a imperfeição dos corpos e todos os defeitos que se tentavam esconder, mesmo com o apagar das luzes, o escuro consegue enganar os olhos, mas não consegue confundir a mente.
Não há roupa ou maquiagem suficiente, para tapar tantos prazeres que a carne, mesmo a boca dizendo não, insiste em se entregar. Pode ser um alguém, pode ter um nome ou ser dono de um sorriso, logo abandonado, logo esquecido e quando acaba a sede, por momentos se mostra triste.
Olha as paredes, observa o teto, faz criticas pela falta de organização, pela falta de bom gosto na decoração. Fala e revela para si mesmo que aquela é a única vez, a ultima tentativa de ser mais individuo vazio.
Pensa em alguma desculpa, sem a necessidade de ser convincente, apenas como rota de fuga ou ponto final. Imagina uma boa cerveja gelada esperando por você. Não se importa em saber que não haverá próxima vez.
Essa é a vida, são assim que as escolhas ditas banais são feitas, parecendo filmes com roteiros programados. Ouve um sussurro ao fundo, mesmo tentando ignorar, responde com a voz calma, para não entregar... Vai fechar a porta, não vai ligar e se o acaso ajudar, será apenas um pecado a mais para perdoar.
me sinto hoje como uma "mulher casa" que não sabe o que fazer com meus "espaços de dentro"
meus corredores e salas vazias. percebi que ao longo dos anos
Deixei vago esse lugares para me tornar coadjuvante em vidas que não são minhas.
Passando entre as pessoas sem que elas me notem... mas não culpo ninguém por isso
Afinal, se abandonei a cadeira de protagonista de minha vida, a culpa é exclusivamente minha.
Estou entrando aqui
Na casa do meu pai
O seu amor compreendi
Seguindo o caminho aonde ele vai
Descansar na paz
Na dor
Na luz poder fazer mais
Entregar-se com amor
Vou o tangedor chamar
Ele no céu está morando
Não para de cantar
As belezas do Pai vai mostrando
São exércitos poderosos
Estão sempre a marchar
Sete mil homens valorosos
No céu do Brasil a nos guardar
Na minha varanda entra quem ri de si mesmo
Entra quem é amigo, até amigo de amigo
Entra gente que se importa com gente
Que gosta de dar boas risadas,
de abraços demorados,
de contar e ouvir boas histórias.
Entra de chinelo, de sapato, de pijama,
de tênis, crocs e até descalço - não importa
O importante é vir com o coração aberto
com os olhos iluminados e a alma limpa
Entra quem gosta de ouvir todo tipo de música
de Chico Buarque a Chico Rey e Paraná
Entra pra cantar Fogo e Paixão em inglês
e Reginaldo Rossi em francês
Entra e chega quem não tem hora pra ir embora
Gente que fica contente com a alegria dos outros
Que olha para o barzinho ao lado,
cheio de gente feliz, dançando e fica feliz também
Gente que levanta e dança
que toca, que batuca, que canta
Gente que entende
que a felicidade está na pura e mais leve
simplicidade...