Saber

O homem não é o triunfo da mecânica; é o advento da liberdade. Saber parecer-se com Deus: é a liberdade.

O saber é riqueza, mas de qualidade tal que a podemos dissipar e desbaratar sem nunca empobrecermos.

O bom senso é saber o que se deve saber; o espírito é saber o que se deve pensar.

Para saber se um pensamento é novo, basta exprimi-lo com muita simplicidade.

Todos os homens sabem uma quantidade prodigiosa de coisas que ignoram saber. Sabermos tudo quanto sabemos? Essa simples investigação esgota a filosofia.

Obviamente, é mais cômodo saber pouco do que saber muito.

A morte nunca se aprende, mas pode-se saber-se de cor. As guerras sabem-no. E as epidemias. E um simples agente funerário.

O saber é a parte mais considerável da felicidade.

É necessário saber muito para poder admirar muito.

Vale mais a ignorância do que um saber vaidoso.

O tato consiste em saber até onde podemos ir.

É preciso planar sobre o que fazemos. É necessário saber muito mais por cima e por baixo, ao lado e de todos os lados, rodear o seu objeto e tornar-se o seu dono.

Tem de saber / que o grande busílis da poesia / consiste na arte de agradar, / e essa arte está toda na magia / de mover, de remexer, da forma como se quiser, / todas as paixões que escondemos no coração.

Os homens têm querido dar razão de tudo, para dissimular ou encobrir o seu pouco saber.

Ser homem é ter uma história, e não ser pura natureza. Ser homem é saber que o mundo não foi dado, mas que se cria.

Compreender que tudo quanto chegamos a saber não merecia ser aprendido.

O saber é a primeira das liberdades perante a natureza.

Pouco espírito inutiliza muito saber.

A integridade sem o saber é fraca e inútil, enquanto que o saber sem a integridade é perigoso e terrível.

Um homem pode saber mais do que muitos, porém nunca tanto como todos.