Saber
Sei de quase tudo um pouco,
Sei de pouco quase tudo,
Sei que não sei quase nada,
Sei que sei mais a cada dia,
Sei que não tenho certeza de saber quase nada,
Mas sei que de uma coisa tenho certeza,
Sei que amo você.
Ser Humano
sem saber
como ser
por sermos humanos
e sem querer
ser assim
distantes
demais
de Nós.
Tanta pressa
nada sai do lugar
tantas vezes que sonhei
tudo o que eu tive
todo dia eu já quis
também.
Saber é uma coisa e entender é outra... Pela teoria, sabemos que o sangue corre em nossas veias entretanto, só entendemos na pratica essa verdade quando nos ferimos, quando nos cortamos. Sabemos que temos vida, mas só á entendemos quando ela se esvai por entre os dedos da morte que se anuncia. Sabemos também que temos um coração e só entendemos isso, quando perdemos um grande amor. Duas coisas para mim agora são certas; Se sofro hoje, é por que não busquei entender sobre as coisas que sei, e que o verdadeiro sábio não é àquele que sabe em sim, àquele que põe na prática todo entendimento do que por ventura venha saber.
Quem se diz ter o que tem, talvez por não saber que nada o pertence ou, por mentir a si mesmo sabendo que nada possui...
Quem se diz saber o que sabe, talvez por não saber que não sabe ou, ou por mentir a si mesmo sabendo o quanto ainda lhe falta saber...
Escrevendo aos 70
Pode-se estar com setenta, mas nem por isso sessenta num velho e arcaico assento circunflexo, conquanto se tenha o respectivo reflexo de trinta. Mirando-se ao alvo duma cabeleira alva pode-se aplicar a tinta, que não vai atingir o alvo daquele que minta. Até se pode tingir a mente; tisnando a alma sem atingir o alvo. Tampouco, esclarecer o que já está claro e alvejado, e de branco acurado pela idade. Uns envelhecem aos vinte, outros encanecem aos trinta, outros aos oitenta continuam pelintras, haja vista à sua cega vista recheada de trincas, paridas pelo mal de sua ignávia vida malgrada, a qual será onusta de ferida robusta, enrubescida de muita burrice já quase na hora de sua triste partida.
É... Meu velho será cobrado pela sua própria vaidade num triste momento da eternidade, e ver-se-á escaravelho velho chafurdante no esterco abundante de seu adquirido tesouro à besouro folheado a ouro.
Envelheceu à penariz, sem ser feliz. Correu atrás do vento em seu empolgante evento, ensacou muita fumaça pra não desmentir à raça, e receberá por graciosa graça a sua taça intumescida de dejeto, bem merecida pela desgraça distribuída e pela qual estivesse imbuído em plena burrice clássica...
Sinto muito, meu velho você não passa de traça tracejada em quebrado espelho de vilanesca raça.
Ainda bem que esta vida passa tão rápida como ninguém...
Viver implica em saber, para o bem-viver!
jbcampos