Ruído
O Carnaval é a expressão da nossa alegria. O ruído, o barulho, o tantã espancam a tristeza que há nas nossas almas, atordoam-nos e nos enchem de prazer.
Não posso lhe ver,
Não tenho como lhe ver,
Ao ruído que me inclina, amor, ardente.
De outros estranhos círculos, tão fortes, que não se vão e não se sentem, que repartem a cabeça, o peito, para deixar-lhes sobre a corrente. E dançar pelo meu corpo, amor desfeito.
Dizem, amor, que estou gravado no gelo, que aperto os dedos e morro sozinho, sem uma flor, olhando o céu e a água.
Porque espero sabendo que flutuas do outro lado do ar. Enquanto ascenso ao sol e quero observar-te, amor do rio, descuidado.
Agora estou envolto pelas chamas que crescem com o tempo, mal dormidas, mais altas, e sustentadas na água. E se queimam os galhos do meu cabelo que passam sobre o vento, estranho amor, violento.
Chove belamente
Intensamente ela se espalha
Faz estrondoso ruído
No Céu e nas telhas
Congestiona as calhas
Barulho gostoso de ouvir
Quando a gente está em casa.
Se janelas são abertas
As cortinas vem ao teto
Mesmo à meia-folha
Não páram quietas
Chove belamente
E eu peço que caia mais
Uma chuva daquelas
Que apesar do Sol
Despeja gotas transversais
e outras retas.
Chuvas assim
Caem somente
Em quintais de poetas
Ou será que somente eles
Assim as veem?
Sorria e não verão seu sangue escorrer. Suas lágrimas serão um ruído surdo no meio do vazio que é viver.
Ouço cântaros a darem gargalhadas enquanto anéis
em ruído fincam-se nos violinos calados. Nada
real acentuará ser isto, lógico que a poeira que
piso desamarrará tal malha com isco. A
civilização é clandestinamente isto.
Meu silêncio corre por entre as ondas do mar, para ir ao encontro de um pequeno ruído de sua presença, estar nesse canto de recordações me leva no tempo já vividos nele próprio.
O desejo de quebrar o silêncio com ruído humano constante é precisamente uma fuga do terror sagrado daquele encontro divino.
" Ouvia-se um ruido, antes da luz chegar,
era a fumaça do candelabro já desgastado pelo tempo
erguendo-se feito nuvem disparando o olhar
tantos apocalipses prenunciaram essa estrada
amanheceu e não consigo partir
preso a uma imagem que a mente não decifra
no que pensar se não em saudade
o que viver caso não necessidade
te olhar mais uma vez
quando ainda és melodia
antes da luz acabar
passo sorrindo
é só o que me resta fazer...
Que a cada sinal eu entenda.
Que a cada decepção eu aprenda.
Que a brisa seja ruído pro meu som.
E que os motivos só aumentem pra crer
Que Ele continua sendo bom!
O ruído dos bairros e aldeias que hoje visitei fustigam a mente, por saber que amanhã aqueles aldeãs continuarão a viver a mesma vida que hoje.
Há um ruído na fala dos beligerantes da nossa vida, que em meio a inquietude não conseguem perceber porque razão não falamos da vida dos outros, mas, ainda assim, nos consideram arrogantes e convencidos por apenas sabermos falar de nós.
Escultor
uma pancada ceca
precioso ruido que desnuda a obra prima...
as pancadas da marreta sobre o ponteiro se distancia das veias da pedra bruta.
O amor por descuido
ou cuidado
transforma um ruído
em algo imensuravel
e com a mesma facilidade
faz dessa realidade
seu hiato da saudade.
O ruído insiste em arranhar a tarde do poeta, que pensativo e taciturno, imerge nas proezas líricas do amor um turbilhão de sentimentos para sentir o verdadeiro significado da vida.
As simples sombras sujas...De uma história contada por uma ou outra, cheia de ruído e de pudor nada significa entre o certo de verdade que e fácil dizer que o esgoto do outro lado do muro é sempre pior do que o debaixo dos próprios pés.