Rubem Alves Saudades
Uns fogem do amor e outros procuram com sofreguidão, mas no fim o que fica, em todos, é a mesma coisa, uma insuportável sensação de vazio.
Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro, que me acontece essa tristeza; mas também não era a vez
primeira.
Um dia ele me disse que era uma pena que os homens tivessem que ser julgados como cavalos de corrida, pelo seu retrospecto.
-O pombo-
Vinícius de Moraes contava ter ouvido de uma sua tia-avó, senhora idosa muito boazinha, que um dia ela estava na sala de jantar, em sua casa do interior, quando um lindo pombo pousou na janela. A senhora foi se aproximando devagar e conseguiu pegar a ave. Viu então que em uma das patas havia um anel metálico onde estavam escritas umas coisas.
— Era um pombo-correio, titia. Pois é. Era muito bonitinho e mansinho mesmo. Eu gosto muito de pombo.
— E o que foi que a senhora fez?
A senhora olhou Vinícius com ar de surpresa, como se a pergunta lhe parecesse pueril:
— Comi, uai.
Já foi dito que a conquista da glória é um processo que se inicia com um impulso destrutivo e se encerra com a obtenção de um triunfo vingador.
Fico na frente da televisão para aumentar o meu ódio. Quando minha cólera está diminuindo e eu perco a vontade de cobrar o que me devem, eu sento na frente da televisão e, em pouco tempo, meu ódio volta.
O Boi Velho
Uma das coisas mais ingênuas e comoventes da vida do Barão do Rio Branco era o seu sonho de fazendeiro. Homem nascido e vivido em cidade, traça de bibliotecas, urbano até a medula, cada vez que uma coisa o aborrecia em meio às batalhas diplomáticas, seu desabafo era o mesmo, em carta a algum amigo: “Penso em largar tudo, ir para São Paulo, comprar uma fazenda de café, me meter lá para o resto da vida…”
Nunca foi, naturalmente; mas viveu muito à custa desse sonho infantil, que era um consolo permanente.
Por que não confessar que agora mesmo, neste último carnaval, visitando a fazenda de um amigo, eu, pela décima vez, também não me deixei sonhar o mesmo sonho? Com fazenda não, isso não sonhei; os pobres têm o sonho curto; sonhei com o mesmo que sonham todos os oficiais administrativos, todos os pilotos de aviação comercial, todos os desenhistas de publicidade, todos os bichos urbanos mais ou menos pobres, mais ou menos remediados: pegar um dinheirinho, comprar um sítio jeitoso, ir melhorando a casa e a lavoura, vai ver que no primeiro ano dava para se pagar, depois quem sabe daria uma renda modesta, mas suficiente para uma pessoa viver sossegada; com o tempo comprar, talvez mais uns alqueires…
Meu pai foi durante algum tempo sitiante, minha mãe era filha de fazendeiro, meus tios eram todos da lavoura… Mas que brasileiro não é mais ou menos assim, não guarda alguma coisa da roça e não tem a melancólica fantasia, de vez em quando, de voltar?
Aqui estou eu, falso fazendeiro, montado no meu cavalo, a olhar minhas terras. Chego até o curral, um camarada está ordenhando as vacas. Suas mãos hábeis fazem cruzar-se dois jatos finos de leite que se perdem na espuma alva do balde. Parece tão fácil, sei que não é. Deixo-me ficar entre os mugidos e o cheiro de estrume, assisto à primeira aula de um boizinho que estão experimentando para ver se é bom para carro. Seu professor não é o carreiro que vai tocando as juntas nem o pretinho candeeiro que vai na frente com a vara: é um outro boi, da guia, que suporta com paciência suas más-criações, obrigando-o a levantar-se quando se deita de pirraça, arrasta-o quando é preciso, não deixa que ele desgarre, ensina-lhe ordem e paciência.
No coice há um boi amarelo que me parece mais bonito que os outros. O carreiro explica que aquele é seu melhor boi de carro, mas tem inimizade àquele zebu branco vindo de Montes Claros, seu companheiro de canga; implica aliás com todos esses bois brancos vindos de Montes Claros. O caboclo sabe o nome, o sestro, as simpatias e os problemas de cada boi, sabe agradar a cada um com uma palavra especial de carinho, sabe ameaçar um teimoso – “Mando te vender para o corte, desgraçado!” – com seriedade e segurança.
Ah, não dou para fazendeiro; sinto-me um boi velho, qualquer dia um novo diretor de revista acha que já vou arrastando devagar demais o carro de boi de minha crônica, imagina se minhas arrobas já não valem mais que meu serviço, manda-me vender para o corte…
Eu ia mudar de casa naquele dia. Depois do que acontecera, não queria viver ali nem mais um dia. Ouvi a campainha. Deviam ser os homens da mudança.Se o surto não passasse eu não poderia sair da cama.Os homens iriam embora sem fazer a mudança.
Poetas e poesias
Quero ouvir Vinicius,
Sentir Castro Alves,
Pensar, Augusto dos Anjos e Tomé Varela,
Quero ver Camões, Márcio Catunda,
Ver pensamento ouvir sentimentos.
Poetas anônimos, poetas sem pseudônimos,
Quero ver o coração e a razão.
Eloquente indecente.
Quero ouvir, quero sentir.
Poetas consagrados, poetas desolados.
Quero ouvir seu coração.
Onde está a literatura?
Fernando Pessoa, Francisco Carvalho.
Onde esta o cordel?
Poetas desolados por falta de poetas.
Anônimos e sem pseudônimos.
Falta poesia para a falta de poeta.
Rubens Alves dizia que nao haveria borboletas se a vida
nao passasse por grandes metaformoses. Assim somos nos,
euqaunto nao passarmos por grandes mudanças e nao estivermos abertos para essas mudanças, a nossa vida sera sempre a mesma coisa - monotona e sem sentido. Temos que abandonar
o medo, o velho e romper com o mundo da escuridao, ousando e nos proporcionando essa longa metaformose. (Priscilla Rodighiero)
Amar em segredo é como ter asas e não poder voar. (Manoel Alves Branco - Segundo Visconde de Caravelas)
Amar: Fechei os olhos para não te ver e a minha boca para não dizer... E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei, e da minha boca fechada nasceram sussurros e palavras que te dediquei... O amor é quando a gente mora um no outro. (Mário Miranda Quintana )
Amar nada mais é do que despertar aquele a quem amamos para toda a grandeza de que são capazes. (Anônimo)
Amar não é aceitar tudo. Onde tudo é aceito, presumo que há falta de amor. (Vladimir Maiakovsky)
Amar não é apoderar-se do outro para completar-se, mas dar-se ao outro para completá-lo. (Anônimo)
mar o outro é muito mais que olhar para ele... é viver para fazê-lo feliz! (Anônimo)
Amar o outro é sempre ter tempo para ele. (Anônimo)
Amar, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido. (Marcus Vinícius da Cruz Mello Moraes)
Ame como a chuva fina que cai silenciosa, mas que faz transbordar rios. (Anônimo)
Ame seu namorado cada minuto como se fosse o último momento de sua vida ao lado dele, pois assim você terá certeza de que realmente o amou. (Anônimo)
Amem-se um ao outro, mas não façam do amor uma prisão. (Anônimo)
Amo você e a vida. Amo a vida e você. Amo você mais que a vida, pois a minha vida é você. (Anônimo)
Amo-o não muito pelo que você é, mas pelo que sou quando estou com você... (Anônimo)
Amor... Como definir? Não defina, apenas sinta. (Anônimo)
Amor de verdade nunca acaba, quando termina é porque nunca existiu. (Anônimo)
Amor é a aceitação de que entre eu e meu semelhante existem muitas e preciosas diferenças a serem respeitadas. (Anna Verônica Manter)
Amor é aceitar um ao outro pelo que são realmente. (Anônimo)
Amor é aquilo que faz a gente sorrir de felicidade. (Anônimo)
Amor é bem mais do que o luar e as rosas... É o dia a dia, é dividir, é acolher e participar... Amor é a vida que vivemos juntos. (Anônimo)
Amor é como uma apólice de seguro: sempre precisa ser renovada. (Anônimo)
Amor é dar um pouco de nós aos outros. (Anônimo)
Amor é o sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem ou de alguma coisa. (Enciclopédia Orgânica de Apoio ao Ensino Básico)
Amor é um fogo que arde sem se ver. É ferida que dói e não se sente. É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer. É um andar solitário entre a gente. É nunca contentar-se de contente. É um cuidar que ganha em se perder. (Luís Vaz de Camões )
Amor é uma palavra tão pequena para expressar esse sentimento que tenho por você! (Anônimo)
Amor é ver amor nos olhos de alguém. Amor é ver um rosto iluminar-se com calor e admiração. (Violet Winspear)
Amor não é uma palavra, mas um grande sentimento. (Anônimo)
Amor... não sei se é esse o nome do sentimento que há dentro de mim e que revela-se tão sublime e incapaz de morrer. (Anônimo)
Amor: não têm definição, apenas sensação. (Anônimo)
Amor? Receios, desejos, promessas de paraíso. Depois sonhos, depois risos, depois beijos! Depois... E depois amada? Depois dores sem remédio, depois pranto, depois tédio, depois... nada! (Paulo Menotti del Picchia )
Antes de magoar um coração, vejas se não estás dentro dele. (Anônimo)
Aquele que não sabe repartir não sabe amar. (Anônimo)
Aquele que nunca amou, nunca viveu. (Anônimo)
As mais lindas palavras de amor, são ditas no silêncio de um olhar. (Juliana Silva)
As pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem. (Lílian Tonet)
As pessoas se desacostumaram a dar amor. Esquecem que amar é uma troca. E ficam carentes pela falta da troca. (Léa Waider)
Às vezes um vento sopra, e os mistérios do Amor se revelam...(David Lynch)
Assim como as plantas, o amor precisa ser regado diariamente. (Anônimo)
Beijar é um exercício maravilhoso. Saudável, mantém a forma, fortalece a musculatura, rejuvenesce a alma e faz bem ao coração. Só tem um efeito colateral: causa dependência! (Anônimo)
Busquei no horizonte uma forma nova de ser feliz.... Nada achei! Busquei na meia-noite uma maneira suave de sonhar... Não adormeci! Busquei então, onde a razão não pode alcançar, fui dentro de mim, bem profundo e quase sem querer te descobri por entre letras mágicas e risos escondidos... te achei! (Anônimo)
Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar. (Joaquim Maria Machado de Assis)
Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...
Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...
Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...
Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...
Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...
Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...
Nota: Apesar de muitas vezes ser atribuído a Vinicius de Moraes e Fernando Pessoa, trata-se de uma adaptação de "Eram nossos amigos", cuja autoria é de Almany Falcão.
...MaisHoje senti sua falta, como sempre sinto.
Senti saudades de mim, saudades de você,
saudades de nós, saudades da minha felicidade,
do seu sorriso, do seu viver.
Hoje mais do que nunca senti sua falta.
Falta dos teus olhos,
falta dos meus olhos nos seus.
Falta do seu olhar,
falta da alegria no meu olhar.
Hoje senti que preciso de você,
senti sua falta. Falta de ouvir "amor meu",
falta de ser o amor seu.
Falta de
ter com quem falar,
falta de ter você comigo!
Sinto saudades, saudades de você.
Saudades do seu carinho...
Saudades da sua certeza...
Saudades da menina, da mulher.
Saudades de você, amor meu...
Senti falta de ouvir que sou o amor seu...
Hoje senti sua falta, como sempre sinto...
Saudade de você, meu anjo
Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo.
Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.
Não viva de fotografias amareladas...
Continue, quando todos esperam que desistas.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.
Faça com que em vez de pena, tenham respeito por você.
Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Quando não conseguir trotar, caminhe.
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
Mas nunca se detenha.
Sou um pouco de todos que conheci, um pouco dos lugares que fui, um pouco das saudades que deixei e sou muito das coisas que gostei.
Chega de reticências.
Ficar esperando.
Sofrendo.
Contando saudades.
Se o amor não é possível, o melhor é colocar um fim. E ponto.
Que saudades!
Como pode alguém sentir saudades do que nunca houve?
Como pode alguém sentir saudades do que nem viveu?
É como estou hoje,
Com saudades!
Morrendo de saudades dos sonhos que criei,
Chorando de saudades das horas que imaginei,
Das histórias que sonhei.
Hoje estou assim,
Querendo que o tempo vá para onde eu quero,
Para onde ele nunca esteve.
Mas a saudade é tanta que me paralisa,
É muita saudade
E nem aconteceu
E nada eu vivi.
Como se pode sentir saudades de uma época que não existiu?
De fantasias e de promessas que nunca se concretizaram?
Por que sentir saudades de um futuro inventado
quando há um presente imenso para se viver?
Mas não se manda no coração.
O coração é pretensioso e quase sempre faz o que quer,
A razão até tenta dominar,
Mas raramente consegue.
E por causa do coração a gente faz um monte de besteira
E fica esperando, esperando...
Esperando que tudo volte a ser como antigamente...
Ou pior,
Que tudo seja como criamos em nossos sonhos mais recorrentes.
MEUS OITO ANOS
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
................................
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
Momento despedida
Saudades sentirei
De todos as conversas e risadas jogadas ao vento,
De tudo o que vivemos e passamos.
Neste tão curto tempo
Mas o bastante, para mudar conceitos já pré-estabelecidos
E consolidar uma amizade.
Dividimos não só uma sala, mas sim sorrisos, lágrimas e expectativas futuras.
Pode ser que nos separemos e que talvez nem nos reconheçamos daqui a alguns longos anos.
Mas valeu a experiência de termos compartilhado momentos que ficarão para a vida toda.
Obrigada pela sua amizade.