Ruas
Nas ruas: panelaço. Na mídia: desacasos. E é assim que a sociedade se entretém. O cifrão é quem domina. E gerencia calibrado de estamina. Panela?! Pra quê bater se no fim só amassa. Enquanto a massa nem a manga arregaça, e a notícia passa com o seu foco aquém, o tempo abraça, tampa os olhos e deixa tudo a desdém.
Um a um tomam a cidade... Os pêlos do corpo levantam e os pés pisoteiam calçadas e ruas... Os gritos da revolução ecoam novamente... Lágrimas escorrem... Estamos dispostos a tudo mais uma vez... Saímos em uma diáspora de paz para tomar de volta tudo que nos roubaram... Viva o ativismo! Viva a revolução!
A visão da lua das ruas da cidade
São finíssimas veias
Verdadeiros labirintos terrestres
Guardam um coração pulsante de saudade
Oblívio
Com os PMs fora das ruas no Espírito Santo fica nítida a extrema necessidade de nossos mais bravos heróis a muito esquecidos. Aqueles que se quer são devidamente nomeados. Aqueles que mantém a selva de pedra em ordem. Está longe de ser perfeita ou impecável, mas cabe a estes homens mal pagos que trabalham demasiadas horas para manter tamanho ordenamento. E para quê? Terem seus feitos desvalorizados? Serem tratados com desdém?
É, eles não são homens de aço com capa vermelha ou se quer possuem armaduras ultra tecnológicas. Não usam uniformes descolados para esconder suas identidades secretas. Não mesmo. Eles dão a cara a tapa dia após dia na intenção de manter a cidade a salvo. E mesmo em situações de trabalho precária e desfavoráveis fazem em sua maioria valer as diretrizes da lei.
Por que eles não são devidamente apreciados? O que faz deles menos super que aqueles dos quadrinhos aos quais estamos habituados a admirar? Por que não fazemos qualquer alvoroço sobre o trabalho desses inúmeros policiais rumo ao esquecimento certo sem que uma selvageria aconteça?
Será preciso uma onda de violência, mortes e furtos para enfim lembramos de sua importância? Então é assim de agora em diante, só através de protestos nossas reivindicações podem ser ouvidas ou valorizadas. Me pergunto até quando vamos ficar tapando buracos na segurança com as forças armadas e as forças nacionais. Até quando vamos ficar contabilizando as perdas e danos ou invés de simplesmente implementarmos os devidos planos de contingência para sanar adversidades involuntárias.
Do que adianta ser uma sociedade moderna se continuamos a cometer os mesmos erros infundados de nossos antepassados. O próprio Walter David Ehlers condecorado soldado dos EUA por seus atos na Segunda Guerra Mundial já dizia “O segredo é não correr atrás das borboletas… É cuidar do jardim para que elas venham até você.”
Então por que não valorizar aqueles que fazem a diferença pra vida em sociedade? Porque não darmos a eles as necessidades básicas e o devido respeito que merecem.
E não me venha com a resposta mais usada de todas: “É a crise” é só o que se fala. É a causa de todos os problemas. É o fundamento de todo e qualquer contratempo. O país está em crise? Sim. As dificuldades são muitas? Sim. A indagação a ser feita está envolto as prioridades. Sabemos que são muitas, mas a solução talvez não esteja nas banalidades, mas sim no que de fato é vital para o bem comum. Afinal uma coisa ficou bem clara nisso tudo, estaremos a mercê dos caos e bem pior sem eles.
ARBÍTRIO
As ruas que são minhas
que são suas...
É das meninas inocentes,
dos presentes transeuntes
e dos Meninos de rua.
São ruas de calçadas
de muros altos, cercas elétricas
são ruas de muitas placas
semáforos, e câmaras para multar
ruas de gente que presta
e mentes que não presta.
Elas tem verdes nas paredes
engarrafamentos, tem sede
estrela em cada poste
espelhos pra todos os lados,
refletindo o seu embuste.
Essas ruas que são minhas
que são suas...
Nunca foram, as minhas ruas.
muito menos, as suas ruas.
Antonio Montes
DIREI À MINHA LINHAGEM:
Jamais aceitem ruas, praças
Ou avenidas com meu nome.
Não queiram bustos e estátuas
Em jardins ou mesas de café.
Fujam de homenagens e medalhas
de metal. Tudo é vão!...
Em vida nunca me quiseram!
Depois de morto sou eu quem
Os não quer! E se assim não for,
Será apenas o meu nome
Ou o meu rosto que usarão ...
O Poeta não estará nessa mentira!
POBRE CÃO!...
CRÔNICA
Não estava nas ruas por acaso...provavelmente alguém o abandonou.
Quando apenas procurava um cantinho pra se esconder e amargar seu sofrimento.
Não muito côrtes,o ordenei que saísse do meu recinto comercial - quando o adentrou no mesmo - raiando com ele severamente; devido ao horrível odor que exalava de uma bicheira, em uma de suas patinhas traseiras.Mas, de imediato, tive que rever o meu gesto: por achar deselegante a maneira como dei aquela ordem imperativa de sua retirada do local.
Com certeza naquele dia já ouvira tantas vezes o mesmo "não" de forma “Sai pra lá cachorro...!” ou pauladas, e pedradas...
Do lado de fora da loja, tentei retificar o meu grave erro, estalei os dedos e o chamei para junto de mim. Eu já desejava contar com sua amizade.Mas ele, arredio, não esboçou nenhum sinal de receptividade ou alegria.
Os bichos também têm sentimentos como a gente... Ficam para baixo, tristes,quando perdem a confiança,a saúde e o desencanto com as pessoas e com a vida.
Eu precisava fazer alguma coisa por ele, além de um olhar de piedade. Dei-lhe um pão; pelo menos assim amenizaria um pouco a dor da fome.
Mas a doença tira o apetite.Sem ânimo até pra comer, somente degustou alguns poucos nacos do alimento.
Dou o maior valor nas ONGs que cuidam desses animais: as pessoas destas instituições têm um espírito enorme e iluminado.
Duas moças passaram nas proximidades,no momento; com as mãos no nariz, disseram em coro: “sai pra lá cachorro!...” Não gostei de ouvir aquilo.
E lembrei-me de buscar um gole d’água para o bichinho... Mas,demorando achar uma vasilha adequada, ao retornar a ele, não mais o vi... E, talvez nunca mais o verei. Por isso, se pudermos fazer o "bem" não devemos demorar muito.
Pobre cão!...Se pudesse falar... pediria um socorro imediato para os seus males.Se tivesse sadio e bem tratado, bonito. Cairia na graça de todos e não sairia do braços,do sofá...da cama. E Não lhe faltaria carinho e amor; mas debilitado daquele jeito, todos o repudiavam e o enxotavam. Até eu vacilei quanto a isso,conforme relato já feito.
E ainda têm pessoa que dizem: "vida boa é de cachorro." Bom seria se pudéssemos viver um "dia de cão" abandonado e doente. Quem sabe assim daríamos mais valor ao nosso‘melhor amigo’ (21.02.17).
Já caminhei por ruas demais
Lugares onde eu sei
Que jamais saberei voltar
Tive todos os problemas
Que a vida nos traz
E confiei demais
Em gente que não merecia
E desmereci ou não fiz por merecer
Muitas coisas boas demais
Daquelas que se vão
Pra nunca mais
Esqueci de verdade
de coisas que não se esquece
Mas a verdade trouxe sempre
Outras quantas eu precisasse
Trouxe tantas
Pra nunca mais eu me esquecer.
Já inspirei tantas estrelas
E suspirei tantos luares
Em todos os lugares onde andei
Que até hoje eu não sei
Como pude me engasgar
Com o ar que me sufocou
A ponto de quase o respirar.
Nesta vida
desenhei muita ilusão
Em folhas de papel
Que outros ventos carregaram
Ilusões demais
Adentraram-me o coração
Foram tantas
Que a simples realidade
Quando de mãos dadas com a verdade
Quase não encontram lugar
Diante dos olhares sonhadores
e das dores que o mundo causou
Pode parecer que não
Mas há dias
Em que o tempo
Nos cede uma pausa
A alma pode a Deus
Que haja
Uma boa causa
Pela qual viver.
Olhos parados no tempo
Enquanto os olhares viajam
Atravessam Mares e Oceanos
Fazem planos
de andar um dia
Por ruas estranhas
Só que dessa vez
Creio que talvez
Eu vá saber sempre voltar.
Edson Ricardo Paiva.
Acorda segunda feira é sua
É folia tem carnaval nas ruas
Guarda a alma nas estrelas esconde a chave na Lua
Imagino se o Messias se voltasse hoje..
Teria que chamar de novo seguidores retirados das ruas, homens simples, aleijados pela religião e pela sociedade opressoras, agregaria gente sincera e inconformada de dentro dos templos instituídos pelos homens e fundaria uma "NOVA IGREJA", à semelhança do que aconteceu a dois mil e poucos anos atrás...
Queria
Queria pelas ruas,junto a ti andar,
de mãos dadas, pelas calçadas
caminhar.
Olhar o céu, as estrelas contar.
Em frestas de portões espiar,
ser criança, pois criança sabe amar,
sem se preocupar com o que os outros
possam vir a falar.
Abraçar-te em plena luz da lua,
voltar no tempo,lembrar a infância
sentir que a vida sempre se renova,
como o viver, o amar e a esperança.
Em tua cintura firme segurar,
e beijar tua boca, em plena rua.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Caminho tranquilamente
até altas horas da noite,
desarmado e despreocupado,
pelas ruas do pensamento.
Eu encontrei ela ontem, vagando vagarosamente pelas ruas. E ela estava linda. Mas não para mim, para outro homem. Enquanto eu falsamente esbanjava um sorriso de felicidade ao vê-la, meu coração fervia todos os meus nervos em ódio ao saber que nunca teria-a para mim. Ela continuou andando, sem saber de nada, indo de encontro ao homem que eu mais invejo neste mundo. E eu, continuei andando, com o maior desgosto pela vida, sabendo que a mulher que amo, ama outro, que não eu.
Ruas
Ruas da vida sendo percorridas
no dia a dia que temos.
Ruas das dores sofridas,
ruas das falsas verdades,
ruas de alegrias já tidas
em momentos que deixaram saudades.
Ruas dos amores vividos,
de momentos que nunca serão
esquecidos.
Ruas, ainda tantas existem.
Será que ainda andaremos todas?
Sei que por elas passando,certezas
tenho, dentro de mim,
quem sabe ainda caminharemos
e certo o faremos, passar por ruas
que nos conduzam ao fim.
Roldão Aires
Membro da Academia de Letras Cabista de Letras Ciências e Artes
Membro da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Me pego perambulando pelas ruas do passado, como se ainda houvesse algo de essencial para minha vida.
O silêncio das lágrimas e o abandono em meio a chuva de ventos pelas ruas escuras a procura do sol que se esconde na noite.
E o amor vai morrendo silenciosamente em meu coração
Quero caminhar tranquilho pelas ruas
Quero olhar em seus olhos
E encontrar a verdade.
Eu não perdi a esperança
Quando o sol foi embora
Tenho Luz em minha Vida
Mesmo quando a noite Cai.
Eu sei que a história não acaba aqui
Eu sei que esse não é o fim.
(2009)