Ruas
MENTIRAS DESLAVADAS
Acordei bem na alvorada
Por conta d'uma multidão
Que pelas ruas aclamava
As conquistas da população
Saí do quarto tão assustada
E não sei bem porque razão
Fui logo ligando a televisão
O que me deixou entusiasmada
Anunciavam em extraordinária edição
Notícias de deixar o queixo caído:
Éramos a mais feliz população
Porque a pobreza enfim havia desaparecido
Outros anúncios importantes
O analfabetismo havia zerado
Na saúde um atendimento brilhante
Com o mosquito da dengue exterminado
Todos tinham vagas nas escolas
Empregos bem remunerados
Ninguém nas ruas pedia esmolas
Não havia sequer um desempregado
Éramos um país exemplar
Com renda per capita maior do mundo
Notícias que me fizeram saltitar
Mas que duraram só um segundo
Cinicamente em seguida o repórter afirmou:
Você deve estar muito febril
Porque se nisso tudo acreditou
Esqueceu que hoje é primeiro de abril.
mel - ((*_*))
1*/04/2016
Enquanto muitos protestam nas ruas apoiando ladrão e outros protestam a favor de ladrão. O meu protesto é esse: Jesus voltará em breve e aniquilará de uma vez por todas a corrupção do coração humano.
Passei de lado
vi jardins
atravessei ruas
pulei calçadas,
dei de cara com o sol, chuvas
corri,
brinquei na água, sorri.
Badernei,
me fiz menina moleca
dancei
rodopiei com o vento
gargalhei.
Lembrei infância:
fiz teatro, mor meu
fiz drama,
fui Julieta, tu Romeu.
Se a gente tiver que ser, será.
Não importam as ruas, estradas...
desconhecidas, dobradas,
o que for será:
hoje, amanhã ou depois.
O que foi escrito nem o tempo
nem becos,
nem caminhos tortos, diferentes...
são capazes de evitar o que vai,
ou vem para ser!
Beleza esvaindo-se
Menos mulheres caminham nas ruas e as que restaram baixam a cabeça por medo de serem violentadas.
Até parece que estamos sozinhos em um mundo que pouca coisa faz sentido...
Vejo pelas ruas marcas de pichações e grafites de grandes artistas de Belo Horizonte. Pichações que gritam, que clamam por justiça, pela liberdade.
Grafites e Grapixos solitários, que exclamam a solidão do cidadão. A mesmo tempo a repressão.
Viver na contemporaneidade é saber que tudo se baseia através de fortunas a todo custo, a arte grita, protesta, pede justiça ao viaduto caído, as barragem de Herculano e Samarco... Dinheiro a todo custo a vida pelo luxo. O Meio Ambiente destruído, a corrupção ativa. Corruptos cumprindo prisão domiciliar em mancões. E mesmo assim, o grito por justiça do pixo, grafites e grapixos clamam por justiça, e são reprimidos. Viva a arte, viva a liberdade de expressão, punição ao sujeito que pratica corrupção.
"vem ver o amor passando
pelas ruas de minas gerais
donzelas suspiram ao ver
passar , o amor passa de
vagar , ele olha é não fica!
arisca um sorriso maroto
sem gosto! sem véu!
caminha , na rua lisa , sem
brisa ... mulheres experientes!
segura é empurram ele se arrasta
se afasta é segue pela rua como
se fosse só dele , nas janelas
mulheres maduras falam! deixe
ele passar... ele passa caminhando
deixando muitas em planto ,nas
ruas lindas de MINAS GERAIS''...
VIDA EM PLANO
Vida em proa, coisa boa
com a canoa ancorada
ruas cheias gente à-toa
assim como a passarada.
Marinheiro, cadê a venta?
que não venta mais na vela?
cuidado com a água benta
p'ra não descer sua goela.
Olhe as cartas o carteado
para não furar seu bolso
veja a cara do delegado
não lhe cause alvoroço.
Acorde, vamos navegar
de manhã ao rasgar do dia
o peixe bom esta no mar
e o riso lindo é da Maria.
Antonio montes
Desamor
Procurei e não te vi ao meu lado,
Vaguei pelas ruas em vão.
O tempo é longo sem você, sem teu mor.
Sinto a vida esvaecendo aos pouco.
Preparei a melhor roupa,
Vesti-me desse amor todinho por você,
Para me ver em teus olhos,
E ganhar a tua atenção.
Nas ruas da solidão
Eu procurei pelo teu coração.
Só encontrei recordações,
O que foi e já não é mais.
Desfolharam-se as flores,
Adormeceu a sementinha.
Estou perdido nesse amor há tanto tempo
Que já não sei o caminho de volta ao seu desamor.
Edney Valentim Araújo
Ilusão
Te vejo em todo lugar.
Pelas ruas, ao meu lado andas.
Baixinho, ouço-te dizer:
"te quero tanto, só sei te amar".
Luz que ilumina minha vida,
calor que eu necessito para viver.
O teu carinho junto a mim fica,
pena é: eu não poder te ver.
Sem ti, a vida inexiste, a graça
que ela tem se evapora,
o pensamento esquecido e quieto fica.
Os sonhos de amor, do coração vão embora.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Abrindo os olhos, com lentidão além do normal, andava pelas ruas, os pés descalços deixavam leves marcas pelo caminho que passava.
Ela estava molhada, não se sabia de onde tanta água surgia pois ela nunca parava de fluir.
A sua volta, um lugar vazio, nada a vista. Não existia cores por onde ela passava, não existia um alma a sua volta. Não existia nem mesmo uma briza.
Nada a tocava, nada ela sentia, nem mesmo a abalava. Era um mundo a sua volta, carros, pessoas falando em cada parte daquele mundo vazio, algo do qual ela parecia imune.
O caminho não se findava, seus pé já estavam cansados, já era hora, ela precisava descansar.
Foi então que ela viu, o fim da estrada ela havia alcançado, parecia que o mundo havia chegado ao seu fim e tudo o que ela precisava fazer era pular.
Então ela pulou, no inicio era só o vazio, novamente nada a tocava, nada mexia consigo além daquela sensação quase prazerosa da queda.
Finalmente ela pararia de não sentir nada, seria o momento perfeito que ela finalmente sentia alfo dentro de si. Algo incomodo, porém já era algo. Algo que a fazia se sentir calmamente bem.
O aguardo não durou muito, o impacto trouxe ela de volta ao mundo que sempre havia visto, o mundo que conhecia tão bem. As imagens passeavam a sua volta como em um filme pobre e deprimente de cores gastas, mas eram as imagens que a traziam para o momento perfeito. Um afago, o abraço, o colo e o cheiro! Enfim um beijo, um calor, um frio e um vazio. Letras a rodeavam, notas chegavam em seus ouvidos, melodias que ela não se lembrava quando, nem onde, mas sabia que já havia ouvido. Ah... ela conhecia bem aquele mundo, era lá onde ela guardava tudo o que programava para si, mas não expunha ao mundo.
Ali, diante de tudo ela voltou a cair, o chão se abria para ela e novamente ela se deixava levar pela sensação da queda. Porém agora a sensação se esvaia, como a água que sai das mãos de alguém em um ato desesperador para matar uma longa sede. Então, acordando mais uma vez ela viu-se novamente do lugar que nem parecia ter saído. Todos a olhavam como se esperassem algo a ser dito, ela sabia daquilo, estava acostumada. Era fácil enganá-los. Com um gesto robótico, ela sorriu, suas bochechas se elevaram levemente, seus olhos se tornaram tão pequenos que mal parecia que ela enxergava algo. Ela sabia que só assim eles parariam de olhar para ela daquela forma... e quando lhe perguntava a tipica pergunta que a perturbava a cada letra dita, ela simplesmente respondia:
I'M FINE
A cegueira da cidade esconde tatos e olfatos
As ruas possuem velocidade autônoma
São ruínas engolindo sentidos.
ARBÍTRIO
As ruas que são minhas
que são suas...
É das meninas inocentes,
dos presentes transeuntes
e dos Meninos de rua.
São ruas de calçadas
de muros altos, cercas elétricas
são ruas de muitas placas
semáforos, e câmaras para multar
ruas de gente que presta
e mentes que não presta.
Elas tem verdes nas paredes
engarrafamentos, tem sede
estrela em cada poste
espelhos pra todos os lados,
refletindo o seu embuste.
Essas ruas que são minhas
que são suas...
Nunca foram, as minhas ruas.
muito menos, as suas ruas.
Antonio Montes
POBRE CÃO!...
CRÔNICA
Não estava nas ruas por acaso...provavelmente alguém o abandonou.
Quando apenas procurava um cantinho pra se esconder e amargar seu sofrimento.
Não muito côrtes,o ordenei que saísse do meu recinto comercial - quando o adentrou no mesmo - raiando com ele severamente; devido ao horrível odor que exalava de uma bicheira, em uma de suas patinhas traseiras.Mas, de imediato, tive que rever o meu gesto: por achar deselegante a maneira como dei aquela ordem imperativa de sua retirada do local.
Com certeza naquele dia já ouvira tantas vezes o mesmo "não" de forma “Sai pra lá cachorro...!” ou pauladas, e pedradas...
Do lado de fora da loja, tentei retificar o meu grave erro, estalei os dedos e o chamei para junto de mim. Eu já desejava contar com sua amizade.Mas ele, arredio, não esboçou nenhum sinal de receptividade ou alegria.
Os bichos também têm sentimentos como a gente... Ficam para baixo, tristes,quando perdem a confiança,a saúde e o desencanto com as pessoas e com a vida.
Eu precisava fazer alguma coisa por ele, além de um olhar de piedade. Dei-lhe um pão; pelo menos assim amenizaria um pouco a dor da fome.
Mas a doença tira o apetite.Sem ânimo até pra comer, somente degustou alguns poucos nacos do alimento.
Dou o maior valor nas ONGs que cuidam desses animais: as pessoas destas instituições têm um espírito enorme e iluminado.
Duas moças passaram nas proximidades,no momento; com as mãos no nariz, disseram em coro: “sai pra lá cachorro!...” Não gostei de ouvir aquilo.
E lembrei-me de buscar um gole d’água para o bichinho... Mas,demorando achar uma vasilha adequada, ao retornar a ele, não mais o vi... E, talvez nunca mais o verei. Por isso, se pudermos fazer o "bem" não devemos demorar muito.
Pobre cão!...Se pudesse falar... pediria um socorro imediato para os seus males.Se tivesse sadio e bem tratado, bonito. Cairia na graça de todos e não sairia do braços,do sofá...da cama. E Não lhe faltaria carinho e amor; mas debilitado daquele jeito, todos o repudiavam e o enxotavam. Até eu vacilei quanto a isso,conforme relato já feito.
E ainda têm pessoa que dizem: "vida boa é de cachorro." Bom seria se pudéssemos viver um "dia de cão" abandonado e doente. Quem sabe assim daríamos mais valor ao nosso‘melhor amigo’ (21.02.17).
Já caminhei por ruas demais
Lugares onde eu sei
Que jamais saberei voltar
Tive todos os problemas
Que a vida nos traz
E confiei demais
Em gente que não merecia
E desmereci ou não fiz por merecer
Muitas coisas boas demais
Daquelas que se vão
Pra nunca mais
Esqueci de verdade
de coisas que não se esquece
Mas a verdade trouxe sempre
Outras quantas eu precisasse
Trouxe tantas
Pra nunca mais eu me esquecer.
Já inspirei tantas estrelas
E suspirei tantos luares
Em todos os lugares onde andei
Que até hoje eu não sei
Como pude me engasgar
Com o ar que me sufocou
A ponto de quase o respirar.
Nesta vida
desenhei muita ilusão
Em folhas de papel
Que outros ventos carregaram
Ilusões demais
Adentraram-me o coração
Foram tantas
Que a simples realidade
Quando de mãos dadas com a verdade
Quase não encontram lugar
Diante dos olhares sonhadores
e das dores que o mundo causou
Pode parecer que não
Mas há dias
Em que o tempo
Nos cede uma pausa
A alma pode a Deus
Que haja
Uma boa causa
Pela qual viver.
Olhos parados no tempo
Enquanto os olhares viajam
Atravessam Mares e Oceanos
Fazem planos
de andar um dia
Por ruas estranhas
Só que dessa vez
Creio que talvez
Eu vá saber sempre voltar.
Edson Ricardo Paiva.
Imagino se o Messias se voltasse hoje..
Teria que chamar de novo seguidores retirados das ruas, homens simples, aleijados pela religião e pela sociedade opressoras, agregaria gente sincera e inconformada de dentro dos templos instituídos pelos homens e fundaria uma "NOVA IGREJA", à semelhança do que aconteceu a dois mil e poucos anos atrás...
Em prédios, elevadores, casas, lojas, ruas, muros...vivemos cercados de câmeras, escutas, gravadores... e temos que nos habituar à desagradável sensação de sermos vigiados.
A grande maioria dirá "é por segurança"...
Mas que triste constatar que todos, sem exceção, estamos
cada vez mais reféns do que se alastra para a vida em geral...
Em qualquer situação tornou-se um hábito julgar que o outro é
pouco sincero, nada confiável e muito suspeito,
quando o ideal seria julgar apenas ante a constatação
da falha ou do crime.
Cika Parolin
A noite sempre foi mais bela que o dia,
devido o silêncio das ruas vazias.
sussurros trazidos pelo vento,
falam de seres consumidos pelo tempo
com o coração tomado em agonias.
clamando pela extinção da dor,
e na esperança que surja um doutor
que traga a cura da melancolia.