Ruas
Perguntei a um morador de rua como estava a vida: - A vida continua a mesma por aqui só que ela agora tá mascarada e nervosinha.
Da colossal, o Tamarineiro
Ao entardecer de verão.
Remanescendo as calçadas,
Da Matriz Nossa Senhora da Conceição
Nas ruas, as entoadas e cavalgadas,
Os leigos, rumos à procissão.
"Se não fosse os bons ventos que rotineiramente passam por nossas vidas, fazendo aquela varredura nas ruas de nossos corações, muita coisa ruim ainda estaria por aqui".
Andamos nas ruas, olhamos as pessoas
É noite
Não sabemos o que vemos em cada olhar
As vezes nos solidarizamos
As vezes vemos monstros
As vezes nos assustamos ou sentimos medo
Cada um com seus receios
Andamos nas ruas e não vemos um ao outro como irmãos
Parecemos bichos
Parecemos atletas
Parecemos tudo
Menos gente
Gente acuada
Gente enojada
Gente saturada
Gente cansada
Olhamos pessoas nas ruas buscamos olhares diferentes
E não nos damos contas que somos da mesma tribo
Da mesma nipe
Da mesma terra
Olhamos pessoas na rua
Somos gente meu Deus!
Por que o medo?
Somos gente com medo de gente...
Não peço ajuda,porque ninguém quer ajudar vira latas,sou artista posso não ter muito dinheiro mas o pouco que tenho divido com eles e este é o meu melhor aplauso.
MC Beth
Esquinas, becos, escadas e ladeiras.
Dorme a sorte, cai a tarde, levanta cedo, menos conta menos julga.
Estrada confusa. Rota de fuga.
Futuro trato. Desembaraço.
Vai ideia vai vc vai firme.
Q história todo mundo conta
contra tudo. Alguns pagam por todos.
Minuto de silêncio pra apagar memória. Enquanto pensa anda.
Qualquer lugar está distante
pra quem ñ quer ir.
Partir partiu. Nunca a metade.
A outra parte sumiu. Sumiu quem viu. Quem o dono da rua nesse momento. Certidão ñ tem foto.
Compromisso depende da irmandade. Tem quem diga nada ñ.
Vou andando. Moto carro caminhão.
Vou andando.
Trem barco avião estrada passo direção.
E depois e depois.
Quem pergunta o q sabe,
vai ouvir mentira.
Se sabe também.
Vou andando...
Aprendendo a te perder!
A noite é triste!
Chove, venta e não te tenho aqui comigo,
a saudade dói!
Saio pelas ruas com passos perdidos.
Minha mente já inconsciente!
Nada mais faz sentido,
sento-me neste velho banco desta velha praça onde o tempo não passa, e bebo!
Brindo com a solidão,
rindo das minhas desgraças
de olhos fitos ao chão!
Ontem, sonhei, amei, tentei viver,
hoje estou sofrendo,
aprendendo a te perder!
POR AÍ
Hoje saí pelas ruas da cidade
Vi edifícios com mil janelinhas
Cada qual com uma história para contar
Vi gente apressada mesmo sem ter onde ir
Vi a moça fazendo bala de coco no tacho
O coco queimado no açúcar tinha cheiro de infância
Por alguns minutos fui criança outra vez
Senti cheiro de terra molhada ao passar por um jardim regado
Senti respingar na pele águas de um chafariz
Senti alegria ao ver o abraço entre duas crianças
Senti uma vontade danada de sentar numa calçada
E sentei
Hoje saí pelas ruas da cidade
Achei tantos tesouros
Que jamais poderia pagar.
ELA
O forte verão
O sábio outono
E até o mais rigoroso dos invernos
Conhecem a força dela
E sabem que a primavera não se pode deter.
DUREZAS
Quando uma flor nasce na rua
Brota em uma fresta de muro
Ou germina entre o vão de uma telha
Acho que a natureza tem algo a dizer.
Continuaremos perambulando por aí, falando nas ruas e sabendo que eles ouvirão. Sabe de uma coisa? Eles terão que ouvir.
Goiânia
“Em Goiânia, o dia não termina
e a noite é o dia interminável,
nas ruas lavadas de azul”.
(em "Aldeia absurda". Goiânia GO: Editora Kelps, 1999.)
Solto-me do abraço, saio às ruas. No céu, já clareando, desenha-se, finita, a lua. A lua tem duas noites de idade. Eu, uma.
(do livro em PDF: Mulheres)
A tristeza busca alegria em todo e qualquer abraço que apareça, sem entender, sem perceber, somente esperando respostas para curar uma dor que não se explica, que não se entende, buscando uma iluminação a onde não se vê, descansa-se da dor de caminhar, espera resposta sem ao menos falar, procura achar aquilo que não se sabe procurar, buscando proteção e refúgio mas sem saber as palavras que deve se dizer para entender toda essa dor que acontece sem ao menos perceber, chegou do mesmo modo que não foi, esperou até perceber se aquilo curaria sua dor, ou traria a resposta de algum verdadeiro amor.
Tentando entender como tudo começou, será mesmo que foi tudo preciso, será mesmo que não foi em vão
Ruas vazias
Apenas há passos
Compassos e ecos
Do pisantes vacuo escutar
Sentir angustia meu ver
Mas preciso inteiramente
Abraçar o que existe
O que resta, dessas ruas vazias.
Kaike Machado
Eu ando pelas ruas te procurando
Mesmo sem te encontrar, te vejo em todo canto
Eu canto pra espantar a tua falta
Me libertar daquilo que me arrasta
O tempo que passamos aqui é o tempo que podíamos estar nas ruas, mantendo as pessoas a salvo. Isso faz parte do trabalho e o fazemos com prazer. Desde que o tempo aqui seja bem aproveitado. Desde que seja sobre algo real. Isso não vale nosso tempo!
NOITE.
No calor das ruas de uma pequena cidade.
Um garoto esconde a dor e a solidão.
Ele caminha tão rapidamente e pela escuridão.
Tentando aguentar firme.
Mas sabe que está afundando cada vez mais.
A escuridão se dissipa pelas ruas escuras.
Ele e o princípio da cidade, o rei da noite sangrenta.
Num lugar onde todos não sabem.
O seu nome, onde as ruas não têm nome.
Vejo a tristeza em seus olhos verdes.
A vida para ele é tão sofrida.
Completamente só em sua viagem sem fim.
Num lugar onde só os solitários andam.
Todos correm da chuva.
Na dança mortal, onde você quer apenas rezar.
Para que termine logo.
Pois a noite não é nenhuma amiga.
Ela é cruel, pode te pegar, te fazer sofre, te fazer pirar
.Leva você para uma viagem sem volta.
Que você nunca imaginou fazer em sua vida.
Entre quatro paredes.
Você pode contar algumas histórias.
Sobre mentiras, dinheiro e fama.
Este é o preço que você paga.
Pela glória e as perdas em sua vida.
A escolha é sua.
Essa é a parte mais difícil da noite.
Fique vivo.
Ou fique em casa.
Poesia de"Sabino Tavares".
Escritor, Roteirista, Cineasta, Poeta, Diretor de cinema e ativista.
www.sabinartproductions.com.br