Rua
MERIDIANO
Meia lua, meia noite
meia rua com açoite
um par de meia de pé
a metade da mulher
na meia vida de afoite.
Tantas meias mediando
medrando os planos seus
a corte quase caduca
meio corte, meia fruta
o fundo no meio da gruta
medindo os carinhos teus.
Na meia xícara de chá
meio gole de prazer
os meio dos seus chamegos
medem o meu e os de você
meio mundo, meio fundo,
no fundo do seu fazer.
Tanto meio, esta no meio
meados do meio fim
mediando meridiano
meio plano, mornos panos,
montando o topo do mundo
o meio mundo é aqui.
Antonio Montes
"Ali, naquela rua, tem uma casa,
cujo quintal mais parece
um Jardim do Éden.
E o jardim, ha ha o Jardim,
esse é um Bosque em Flor.
E tudo regado com carinho,
amor, devoção."
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
Você foi embora sem se despedir. Da janela do meu quarto ainda te vejo caminhando pela rua.
A cada passo seu, observo nossos momentos desprenderem das árvores e cairem no chão feito as folhas amareladas no outono.
O vento sopra para longe nossos sonhos que você foi jogando fora pelo caminho.
A medida que caminha posso ver minha sombra abraçada com a sua, como se ainda estivéssemos juntos nessa estrada.
Mas quanto mais você se afasta, sua silhueta parece ser a de uma outra pessoa. Alguém que eu não conheço. E nem conheci.
Te chamo, mas você já não me escuta mais porque está ouvindo uma nova canção.
E no horizonte te vejo pela última vez, dobrando a esquina da vida sem sequer olhar para trás.
Passou pela minha mente,pelo meu coração,pela minha frente,pela minha rua,e não ficou na minha vida.
Dias Loucos
Hey, saudações de novo, hoje estou inspirado, algumas pessoas passam na rua e pensam "que cara pirado"
Me olham da cabeça aos pés e tentam entender qual é a minha, talvez esteja perdendo seu tempo nessa linha
As vezes sou consciente e escrevo sobre um dia melhor, mesmo observando oque há de pior ao redor
As vezes pareço me importar com oque pensam mas logo lembro que sou surdo de opiniões, é difícil lutar pra aparecer entre milhões
Alguns dizem "hey Adriano faça algo justo com sua vida antes que os anos se passem e você não possa realizar seus sonhos"
O problema é que estou tentando fazer algo com minha vida desde quando nasci, cheguei sem nada e hoje vivo por aí
As vezes pareço estar em um caminho solitário que não leva a lugar nenhum apenas um abismo, algumas palavras causam efeito como um truque de ilusionismo
As vezes a ambição toma conta de tudo e faz eu querer explodir no mundo, isso é consequência de tempos ruins no fundo
Não posso ter maus resultados preciso correr mais rápido que o primeiro raio de sol, preciso ser como a lua que te ilumina na escuridão, preciso andar sem parar mesmo perdendo a respiração eu ainda escrevo de coração.
Não adianta ser "da rua" ou ser "a rua". Devemos pavimentar uma rua melhor para quem vai viver e passar por ela através de uma visão comunitária. Jogarmos nossa mente latifundiária na lixeira da primeira esquina que atravessarmos.
A rua vazia
Me lembra meu coração
Sem você
Mas de dia
Ela me lembra meu coração
Com você
Porque de dia estou completa
Não há espaço pra solidão
Mas à noite
Há o vazio
Eu sei que estou ficando vazia
Então vou esperar
O dia chegar
E a rua te lembrar
Estranhos íntimos- Andando pela rua nossos olhares se tocaram, em um espaço de um instante trocamos segredos e declaramos todos os desejos. Continuamos andando e seguimos cada um o seu caminho; depois, a sós comigo mesmo fiquei a pensar no que seria se fosse.
POEMIA
Poesia você vê na rua;
poesia dói.
O poeta não ri à toa;
o poeta mói.
Poesia não pousa, voa;
poesia flui.
O poeta não inventa, sua;
o poeta, ui!
Poesia não fala, soa;
poesia é paz.
O poeta não sofre, coa;
o poeta é jazz.
Poesia você não lê, sonha;
poesia é cais.
O poeta se dá na fronha;
o poeta é mais.
Impressionante.
O que impressiona é um laborioso andando pela rua com um facão não conseguir ir longe sem ser abordado pelas autoridades, mas um embusteiro passear com um fuzil pelas ruas e não serem avistados.
PEDRA
Sou uma pedra
De porte médio
No meio da rua
Sou insignificante
Mas insistem em me chutar
Jogar-me longe
As vezes com razão
Pois fico no caminho
Faço-lhes tropeçar
Mereço o fim
Atrapalho todo mundo
Perto ou não de mim
Mas tenho esperança
Talvez alguém precise de uma pedra
Para tapar algum buraco
Para acertar os outros
Para ferir e machucar
Mas algum valor
Hão de me dar
Exercita-te na fé e na leitura, porque lá fora, na rua, muita gente anda à pé, vivendo e contando a sua amargura.
"DESÇO NA ESPERANÇA"
Desço, a rua escura
Mal iluminada, empedrada
Desço-a ao sabor
Do vento de pés descalços
Lentamente
As noites douradas descem as serras
O rio passa pelas árvores
Olmos que balançam
Brincam com as folhas caídas, coloridas no outono
Alma incompreendida envolta numa esfera de sonhos
Chega à vila envolta de solidão
Na alta madrugada
Inegável capacidade
De sempre em permanecer sozinha
Compreensão incompreendida
Que procura por um navio
Que traga um tesouro
E que juntos naveguem por mares
Onde a noite na serra, seja iluminada
Com o brilho das estrelas.
Alegre como as águas do rio
Perfumada como as flores do campo.
Desço a rua escura, empedrada
Mal iluminada, ao sabor do vento
Entre as águas do rio de pés descalços
Desço na corrente da esperança.
02-01-2015
Na rua, no clube, no bloco,
na passarela...
Se gostamos ou não gostamos,
é tempo de alegria, de folia.
É tempo de brincar,
de extrapolar...
É tempo sobretudo de
cuidar mais do outro, da outra, da vida.
Cuidar da gente!
Cuidar, cuidar...
É Carnaval!
Inventei que precisava comprar filtros e saí pela rua como um embriagado a buscar os filhos num abrigo, mas a barriga tremulava café e a boca necessitava mais um trago. Passei pelo beco, esperando encontrar uma caçamba de entulhos, mas a rua estava limpa, vazia. A casa velha da rua de trás, intacta. Me ofendendo por estar tão viva, também acolhera em seu quintal de mato alto uma ninhada de gatos de olhos verdes acusadores e ferinos, olhos que me encararam. O silêncio deles, eu de chinelos e meia, a rua toda parada e a velha lá em cima, vigiada por um homem de chifres e cara de boi. Tudo funcionava como a suspensão do respirar de um mundo. Estava no ar e crescia em mim, percebi, quando os gatos fecharam os olhos e se ajuntaram para descansar – e uma mariposa passou voando sobre eles e sumiu no mato – percebi: de nós todos, eu era – eu era –, eu era; eu era a mais irrefletida das criaturas.
Hoje te vi passar por mim na rua, com o mesmo sorriso, com o mesmo cabelo, só havia uma diferença, você não era mais minha.
A minha vontade é pegar na mão de uma garota qualquer na rua, segundos antes do ano novo e tornar o inicio de 2013 dela inesquecivel
Hoje uma brisa que soprava pela rua,não me passou despercebido.
Senti o frio que se encontrava nela e logo em mim,notei uma certa semelhança.
A brisa era suave,mas cautelosa em suas curvas,passava de um lado ao outro só para ser adorada no seu esplendor.
A brisa me transportou de volta pra minha infância e lembrou-me de um tempo onde tudo era belo,e nada tinha defeito.
O tempo que ainda me era digno brincar de ser piloto,bombeiro e policial.
O tempo em que nada e ninguem era mau, e que a ignorância não existia.
O tempo que a angústia passava com o derramar de algumas lágrimas,e logo se esquecia de tudo.
O tempo em que brincar era toda riqueza necessária,e ser feliz era toda a rotina.
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