Rua
Não fomos feito sob medidas universais, somos como o papel de bala que descartamos na rua, ao universo cabe apenas fazer o que faz sempre, criar e destruir! Somos feitos de poeira cósmica, nossa água veio através de bilhões de meteoros, é neste ponto que ser inteligente, e ser, se cabem na mesma frase! Não importando ao universo o que pensa o que faz ou com quem faz, a ele interessa apenas, criar expandir e destruir! É neste momento que você e eu perdemos o status de seres humanos e ganhamos o status de descartáveis!
Pensar em nada não é o mesmo que pensar nada!
Mello Myth 1 - 8 - 2018
DORES DA VIDA
A dor passa pelo quarto,
pela calçada da velha rua...
pela praça do abstrato
de uma vida toda crua.
Passa por entre os dentes
e pelas famílias dos outros
pelos meus e seus parentes
e o futuro d'aquele garoto.
A dor passa pelo seu corpo
na viagem do além
trespassando cães e loucos
e o sopro dos santos também.
Passa lá pelos jardins
campos de guerra e concentração
por aqui e pelos confins
d'aquela triste paixão.
A dor passa pelos trilhos
dessa vida toda torta
passa por aquelas janelas
e pelos trincos dessas portas.
Pela cama da saudade
nos quatro cantos do mundo
por mentira e por verdade
e por aquele amor profundo.
No frio da noite, a dor
passa pelos vagabundos
no lixo o choro do horror
no escuro olhos do mundo.
Passa a dor n'aquele voou
e na carreira da ambulância
no choro que hospital chorou
e no tapa dada à criança.
A dor passa pelos ventos
com a arte da poluição
pelo verde todo sedento
e pelas válvulas do coração.
Passa lá pela atitude
e ao ataúde fúnebre
necrosando a velha saúde
com bactérias e febre.
Passa, a dor já a cavalo
pelos ventos do destino
careta moldando embalo
em artimanha de menino.
A dor passa pela juventude
de um viver e tempo passado
pela vaidade, liberdade, grude
e sentimentos desconfiados.
Passa, querendo voltar
ao alicerce de todas as linhas
aos bilros de todas as rendas
e aos novelos das contendas.
A dor passou pelos currais
mourões chibata de couro
passou pelo povo de ontem
e hoje, passa de novo.
Quanta dor passa calada...
Sem suspiro choro ou vela
seca sem nem uma lagrima
dor minha d'ele ou d'ela.
A minha dor, passou e passa
assim como passa a sua
passa triste ou com graça
com belo sol ou com lua.
Antonio Montes.
O domingo
Foi como outro qualquer
O que mudou foi a cor
que usei
NEGOCIEI
com um artista de rua
uma foto
Julia Petit
ensinou que tipo de sapato usar
depois aprendi como andar
os braços devem ter o mesmo movimento
e o que eu faço com o guarda chuva
a bolsa
a sacola
e o mundo que eu carrego nas costas?
Onde coloco?
Para que serve o domingo?
Para refletir
Nada de bom na TV
Novamente como ontem
hora de dormir
Novamente como ontem
meu nome é sono
um caminho suave e doce
ao descanso
agora sim
O domínio de si
O diário de uma apaixonada
Sabe, ontem a rua estava que nem formigueiro de gente e eu me senti só. Sabe, ontem eu fui numa entrevista de emprego, o cara perguntou se eu tinha algum defeito, respondi que eu não sabia falar inglês. Sabe, ontem minha família disse que eu não estou nesse mundo, e na verdade, estou mas como nunca estive. Sabe, ontem após sair do banho, eu fui pra frente do espelho e desejei tanto que você me visse. Sabe, ontem eu não dormi bem como todas as outras noites.
Sabe, não, você não sabe! Porque se soubesse você não consegueria viver normalmente.
Ao longo da rua
A fila de espera
Ajoelhados olhando pro chão
Saem rolando feito laranjas
Repolho melão
Cabeças de alface
Americana
Na avenida das guilhotinas
É em massa a execução
Se espalha feito molho
no chão, de tomate
Beterraba e açafrão;
A ceiva do colhedor.
Então isso é um novo dia nascendo
E todas essas pessoas na rua são encantadoras
e todo esse sol que queima o meu rosto
é o mesmo
que entra em sua janela
alcançando o seu corpo
adormecido
Tudo está tão bonito e simples
Embora não possa dizer o mesmo de mim.
Te chamei para a rua ontem, você aceitou!
EU queria esquecer da famosa solução para a solidão,
Aquilo que chaman de amor, que me tirou sim da solidão e me jogou no abismo,
mas com suas companhias eu ainda me aguento...
Hoje...
Estive hoje pensando de um tempo de outrora onde na rua do encanto crianças corriam, brincavam e sorrisos se espalhavam... Até o mercadinho de tia Bia pra comprar doces subir no pé de ameixas e jogar bola pelas ruas era tanta correria... Hoje, as crianças já crescidas já não estão se divertindo jogando serpentina pelas calçadas muitas já vivem sua própria vidas de adultos. A escola já não tem o mesmo som... A que saudade de outrora os frutos hoje apodrece no pé sem ninguém tirar cai na calçada fria.... O mercadinho de tia Bia fechou a que tristeza que dói o coração... E me faz regressar agora como tempo voa, mal dá tempo de fechar os olhos e reabrir porque de instante para o outro o mundo perde a cor e a vida toma outro rumo. Queria voltar no tempo ver as crianças correndo o sorriso meigo de tia Bia atendendo a vida era tão significativa como as pequenas coisas que nos fazem tanta falta!
Shirlei Miriam de Souza
Recife mandou lhe chamar...
Vem para o carnaval de rua,
Onde o povo brinca com fervor
E alegria, com ou sem fantasias.
Seguindo os blocos a cantar
Antigas e lindas valsinhas.
Vem ver o Galo da Madrugada,
Onde começa o carnaval do Recife,
O melhor e maior bloco da terra.
Vem brincar em Pernambuco,
Nas ladeiras de Olinda, patrimônio
Mundial, subir e descer com crianças,
Palhaços, pierrôs e colombinas,
Jogando confetes, atirando serpentinas.
Vem ver a miscigenação mais linda de todo o
Planeta, onde todos de abraçam no calor
Do frevo, dos blocos, da cultura milenar
Do meu PERNAMBUCO.
Luly Diniz.
09/02/18.
Você pode encontrar um mendigo na rua, e achar que Deus não o ama, ou se ama, ama pouco.O que você si quer imagina, é que se ele possuísse o minimo de riqueza, na quele exato momento, ou seja na condição evolutiva na qual se encontra.Destruiria o mundo todo e a si próprio também, é claro.Ele não está naquela condição, porque, Deus ama apenas a ele, mas sim porque, Deus o ama muito, imensuravelmente a ele e todos nós sem exceção.
João e Maria
João vai sair e gastar o seu ócio à rua,
ser jovem tanto quanto queira,
sentar à praça, à sombra de coqueiros,
ver passar as senhoritas, e as senhoras,
apresentar-se a uma delas e saber sua graça,
declarar o seu amor à primeira vista,
dizer uma única vez que deve casar.
João vai acordar cedo de sono mal-dormido,
andar pelo passeio e pela madrugada;
subir, altivo, as ladeiras;
virar, de repente, nas esquinas;
descer com os santos as escadarias;
correr e se esconder no beco,
culpado de medo por vultos delinqüentes;
atravessar a ponte,
cruzar a cidade,
andar léguas de distância;
encontrar a casa de Maria pelo floreio,
bater à sua porta,
surpreendê-la e dar todas as respostas,
aceitar o convite para o doce lar.
João de Maria o atrevido amor;
fazê-la feliz, lado a lado;
dedicá-la os hábitos da vida;
povoar dos seus sonhos o melhor.
Depois que tudo se vai
A noite continua sendo escura
O dia claro
A rua também continua
Sendo recoberta pela pedra fria
Parece até que nada muda
E de vez em quando a chuva cai
Mas se a gente olha direito
Percebe
Que não chove mais do mesmo jeito
E mesmo as estrelas
Parecem não mais brilhar
Com a mesma intensidade
Pois
Pra falar a verdade
Depois
Um mais um
Não se pode dizer que são dois
Não mais agora
Depois que tudo se foi.
Edson Ricardo Paiva
As 4 da manhã,rua deserta,céu limpo e lua cheia.E lá estou caminhando AS 4 da manhã,com medo de meus próprios passos,com um certo receio de que tenha alguém atrás de mim,porém com um pouco de coragem me viro rapidamente e não há ngm,então penso “ufa”.
As 4 da manhã,os gramados já estão com pequenas gotas cristalizadas de orvalho,e quando me toco reparo uma orquestra de grilos,sapos e cachorros da vizinhança.
Andando mais a frente,as 4 da manha,viro em um beco escuro e então meu coração congela ao me deparar com um ser das noites mais conhecido como GATO (que me apareceu de surpresa) andava sobre um muro de tijolos que mal chapisco tinha,seus olhos refletia a luz do luar como se fosse um ser místico das noites.
As 4 da manhã,eu rezo para que apareça alguém,para n me sentir só,e ao mesmo tempo rezo para que não me apareça ninguém (a final,as 4 da manha todo suspeito é suspeito).
Em fim,cheguei em casa e sobrevivi a mais uma “4 da manha”.
Me perdi na curva
Me perdi na curva
Não na curva da rua
Não na curva da solidão
Não na curva da tristeza
Não na curva do meu eu narcisista
Nem mesmo na curva dos meus sonhos sem sentidos
Mas na curva do teu corpo
Na curva do teu doce olhar de pantera
E lembrar-me do teu beijo gostoso, gelado
Que ao me beijar congelava-me inteiro de paixão
E lembrar-me que já não sinto mais o teu beijo gelado
Foste embora sem dizer adeus
E adoeci, e adoeci
E que maldade eu imaginar
Que antes melhor seria se eu me perdesse
Na curva da tua rua e que talvez entrasse em outra rua
Só para não te ver
E que antes melhor seria ter
Me perdido na curva da minha solidão e continuar só com ela
E jamais ter te conhecido
E que antes melhor seria se eu me perdesse na curva da minha mais funda tristeza
Pelo menos minha tristeza não sai sem me dizer adeus
E que antes melhor seria se eu me perdesse na curva do meu narcisismo
E ter amado a mim mesmo, e sempre
E que antes, também, melhor seria se eu me perdesse na curva dos meus sonhos sem pé e sem cabeça
Pois garanto que meus sonhos sem sentidos fariam mais sentido que ti
E antes, que bom fosse...
Que eu não me perdesse na curva do teu inflamável corpo que me atraiu e depois me enganou com o suor amargo com gosto de caos
E que bom fosse, que eu jamais tivesse me perdido nesse teu olhar doce de pantera
Que só me destruiu por completo.
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