Rua
Sou de casa.
Ela é da rua.
Sou dos livros.
Ela dos amigos.
Sou da cozinha com café quentinho.
Ela é da sala, som e copo na mão.
Sou do inverno, roupa quente e vidraça molhada.
Ela é sol, praia e poucas roupas.
Sou do seguro.
Ela é da aventura.
Eu sou dúvida, questiono.
Ela é certeza.
Sou do simples.
Ela é do diferente.
Sou da semana.
Ela é da sexta ao domingo.
Sou do canto, do discreto.
Ela é do centro.
Eu e ela, a prova que o amor adora aprontar e juntar o que não tem nada a ver.
Eu tenho medo de exatamente tudo
Medo de atravessar a rua
Medo de sair de casa e nunca mais conseguir voltar
Minha mente é uma grande fonte de medos
Mas eu não tenho medo de te amar
Eu acho que é a única coisa que não me transmite medo
Te amar é complicado, mas eu aprendi a amar essa complicação
E te amar também é agonizar, morrer um pouquinho com cada problema
Mas nunca me trará medo
Pois é a coisa que me deixa mais segura
E me faz sentir viva
É um sentimento cheio de outros
É algo único, mas com tantas coisas enraizadas
Amar é amar, mas é uma mistura de vários sentimentos; que derivamde um só.
Eu agradeço por me deixar te amar
Eu agradeço por ter ocupado o lugar da dor
Logo que você chegou, ela saiu.
Olhando o céu eu posso murmurar e pedir que esteja bem
Pois se eu pudesse, estaria ao seu lado o tempo que fosse
Uma vida inteira é pouco para agradecer sua estadia aqui
Eu só quero dar meu máximo
E poder me exceder, poder ajudar do mesmo modo que fui ajudada.
Eu só queria ter a receita para fazer a sua dor ir embora
Eu só queria poder fazer você crer que:
Não há ninguém nesse mundo igual a você; você é único na sua particularidade.
Você é mais forte que raiz de árvore
E por falar em natureza,
Tu és uma paisagem como tal.
Tem o cheiro das flores
A força das raízes das árvores
A voz dos pássaros
A segurança de estar em um lugar tão bom
E a pureza que me deixa tão à vontade.
Eu quero que tu tenhas a mesma disposição das abelhas
E vá ser doce como o mel delas
E não se deixe cair por tão pouco
Eu queria que tivesse noção do quão especial é para todos
Eu queria que você ficasse bem por uma vida inteira
E além de todos os desejos
Eu queria que você quisesse o mesmo...
Viajar é se sentir como um cachorro perdido na rua. É ficar faceiro olhando para tudo, descobrindo o mundo.
MUDADO
N'aquela antiga rua,
quase tudo mudou...
Mudou, novos, mudou velhos
os rabiscos nas paredes
mudou cadeira de balanços
e os cabides das velhas redes.
As cores cheias de mistérios
os palavras dos homens sérios
os olhares dos transeuntes
algum mudou para longe
outros para o cemitérios.
N'aquela rua...
As portas e as janelas,
mudou, mudou os passos d'ela...
Os postes das velha calçadas
o jeito das falcatruas
e as velhas saias rodadas.
Os brinquedos das meninas
bonecas e as cordas puladas
o carrossel da vida e da sina
Os brincos da molecada
e as magias de todas as fadas.
Mudou a musica ouvida
o riso da gargalhada
as manobras mais queridas
para o rumo antigo do nada.
Antonio Montes
Milagre.
Dois tiros.
Na rua.
Gota d'água!
Sobreviveu
Restabeleceu...
Vida de volta.
Era do crime
Não tinha time!
Hoje é poeta.
Volta por cima!
Orgulho dos pais.
Aquele casal na rua
se beijando,
se abraçando,
se amando,
me lembrou você.
Estavam tão apaixonados,
tão provocantes,
tão envolventes,
tão sorridentes,
.
As pessoas passavam,
olhavam,
cochichavam,
condenavam,
eles nem ligavam.
Aquele casal na rua era diferente,
estavam contentes,
estavam felizes,
amigos-amantes.
Visões
Será normal eu ver um casal na rua e eu ver-me a mim e a ela no lugar daquele casal?
Vejo-me a mim e a ela abraçados a trocar pequenos mimos.
Pequenos toques na cara e pequenos carinhos no cabelo.
Se isto não é amor é o quê?
Saudades da minha princesa...
Perdi a placa dianteira do carro ao passar por uma rua alagada pelas chuvas de março.
Foi na rua Virginópolis, esquina com Abel Cabral em Nova Parnamirim próximo a BR101 sul na Grande Natal-RN. O alagamento era Dantesco, mas resolvi arriscar. Era cedo da manhã do dia 29 de março 2018, chovia muito e depois que se entra em alagamento não é possível retroceder, manter a aceleração e torcer para tudo dar certo. E deu, mas a placa ficou e nem vi. O motivo principal para a placa cair é o fato de que a água exerce uma forte pressão na parte mais baixa do carro fazendo com que se quebre ou solte o parafuso da placa dianteira onde acontece todo o repuxo. O alagamento tomava conta de mais de 50 metros da rua que fica numa baixada exatamente onde está o Condomínio Renassence, 58,com vários majestosos blocos de apartamentos. No dia 31 voltei àquela rua na esperança de encontrar a placa. Não tinha mais água e nem parecia que houve alagamento. Resolvi parar diante do Condomínio Renassence e perguntei pelo interfone se por acaso não haviam visto a placa do meu carro na rua após a água ter escoado. Para minha surpresa a moça que atendeu disse que um servidor do Condomínio havia coletado cerca de 30 placas de carros que foram arrancadas pela força da água em frente ao Condomínio. E lá estava a minha placa, digo a placa do meu carro, PXV5925, inteirinha. No momento havia exatas 21 placas de automóveis que se arriscaram em passar no alagamento. Achei fantástico. Alguém se preocupou em recolher todas as placas que estavam no leito da rua e guarda-las cuidadosamente a espera que o dono acredite nesse milagre urbano e venha busca-la. Foi na páscoa. O ressuscitar da fé.
O mundo entre o mundo
Andando pela rua, olhando as pessoas de um lado para o outro, correndo, devagar e ate mesmo parada, em que mundo eles estão? Até nos mesmos aonde que chegamos? Viajando pelos pensamentos, pelos planos a qual tentamos encarar no dia-a-dia, seguindo para o trabalho ou ate mesmo fazendo uma pequena caminhada.
Desconhecidos pelo caminho e estamos no mesmo mundo, saber que cada pessoa vivi da forma a qual nem imaginamos chegar, uns chorando por dentro, outros com explosões de felicidade, pensar que o nosso mundo é o mais problemático em tudo, que ninguém entende o que passamos o que sofremos ou ate aonde iremos, mas o mundo do próximo também como esta?
O mundo próprio, o menos explorado pelo outro, a qual ninguém sabe o que esta acontecendo, o que vivi nesse mundo tão confuso, explorando a cada dia, a cada momento e sempre novas descobertas para nós mesmo.
” Nesse mundo de ilusões onde passamos nossos dias
Não posso ser quem eu sou!
Minha vida se confunde meio a cenas vazias
De ódio e de amor
Onde se convence o povo a comprar o que não precisa
Meu Deus, onde é que eu estou?”
Saudades só faz doer nesse mundo de saudades onde nós
Só nós sabemos, só nós conhecemos!!!
Jonatas Ladislau
Lua cheia
Amarelada
Luar cor de mel.
Lua cheia
Rua Molhada
Ilumine os sonhos meus.
Brilha lua
Doce lua
Transborde em pontes de mel.
Derrame na rua
Gotas de lua
Doce luar do céu.
Enquanto tu fica Sad todos os dias só por causa daquela "mina", várias pessoas na rua sonhando viver sua vida
Nunca mais ouvi o sino daquela igreja bater. Era 07:00, chovia. A rua estava em silêncio. No céu cinzento não havia pássaros, apenas um imenso cobertor sem cor que cobria as árvores.
Aquele momento fez tudo parar, me permitindo lembrar que o que encanta é o toque, depois o silêncio. Dois extremos: um desperta, o outro faz sonhar.
Um mar de epiléticos
Você bem que podia morar do outro lado
Da calçada, da rua ou do bairro,
Para que sempre que eu quisesse te ver
Pudesse piscar os olhos e olho no olho estaria eu diante do teu ser.
Poderia até dançar esse jazz, quem sabe da noite fazer cartaz para avisar a saudade que ela não mais vai vencer... Mesmo diante disso eu confesso que a vontade é mar de epiléticos nadando com força nesse viver, sentir tua saudade, até que é boa, por isso te faço essa garoa de palavras que samba entre eu e você.
Aqui estou eu parada no meio da rua, sentindo a chuva escorrer fria pelo meu rosto, sinto frio, sinto o cheiro da grama, e eu tento chegar ao meu destino mais não consigo, quero ficar aqui pra sempre nesse momento apenas parada, lembrando o quanto era doce o seu beijo e quente os seus braços.
Um concelho a todos os pichadores: não deixem de pichar, os militantes da cultura de rua podem descobrir que não precisam de vocês.
Nos falta olhar para os dois lados da rua e lembrar que há pessoas dirigindo os carros. Nos falta perceber que as árvores na beira da estrada já estão plantadas desde antes de nascermos. Nos falta perceber que nossos objetos pessoais demorarão outros cem anos até se decomporem após a nossa morte. Mas esquecemos. Estamos tão hipnotizados para entrar dentro de casa, que esquecemos da chave girando entre os dedos. As texturas, cores, sabores, vozes e cheiros trocam de lugar com o borrão da pressa. Nada mais importa. Só chegar no horário certo.
Muitas pessoas dizem que os militantes da cultura de rua não fazem críticas à pichação. Não procede. É possível ver muitos militantes criticando o fato de eles picharem sem nenhum gravador para se protegerem da polícia fascista. 😗
Cantei;
cantei em cada esquina,
de cada rua,
de cada bairro,
de cada cidade,
de cada estado,
de cada país,
de cada continente.
encantei-me com os sorrisos,
com os cheiros,
com os gostos,
com as culturas,
com as letras,
com as vestes,
com as pessoas.
deixei em cada lugar
um pedacinho de mim.
tudo que restou
que gritou-me
que implorou-me
para ficar, deixei.
e, assim, me desfiz
em refrões,
largados por todo esse mundo,
jogados num vagão,
de uma plataforma qualquer
e os levando para bem longe de mim.
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