Rua
O Bicho
Na rua estreita, o breu fazia morada,
as lixeiras reviradas em estranha balada.
Passos cautelosos, silêncio a pairar,
o mistério na noite me fez hesitar.
Que ser seria aquele, que ali remexia?
Um animal furtivo em busca de energia?
Talvez um gato, um cão em desespero,
no lixo, seu banquete, um sonho tão efêmero.
Mas ao me aproximar, tremi de assombro,
o que vi não era fera nem monstro do lodo.
Era um homem, dobrado, retorcido de fome,
o "bicho" era humano, sem nome, sem sobrenome.
Olhos vazios, um grito calado,
pele marcada, um destino estragado.
Vi nos seus gestos o peso do mundo,
um eco que grita num abismo profundo.
Meu Deus, pensei, que ironia tão fria,
a cidade dormia, mas sua dor fervia.
O bicho é um homem, e o homem é o bicho,
um ciclo cruel, um abismo sem nicho.
Voltei ao silêncio, mas nunca esqueci,
do rosto marcado que ali descobri.
Que futuro nos resta, que mundo sem chão,
onde homens viram bichos na escuridão?
A Rua do Nosso Amor
A rua nos vê, já sabe de cor,
Passos de quem caminha com o amor maior.
As pedras sorriem, o vento se cala,
A vida nos abraça, e o tempo não fala.
São anos de história, de riso e de pranto,
Um amor que cresceu e nunca foi tanto.
A rua se encanta, se veste de flor,
Quando nos avista, transborda o calor.
Os olhares curiosos, sorrisos discretos,
Nos veem passar, tão firmes, tão retos.
De mãos entrelaçadas, seguimos assim,
Cúmplices da vida, sem começo ou fim.
Cada esquina conhece nossos segredos,
Os sonhos que criamos, os vencidos medos.
E mesmo com o tempo, que tudo desbota,
Nosso amor renasce, sempre em nova nota.
A rua do nosso amor, tão viva, tão bela,
Guarda em seu silêncio nossa aquarela.
E ao vê-la, eu sei: nada vai se acabar,
Pois em cada passo, voltamos a amar.
Hoje Veio Nos Meu Pensar, Do Dia Em Que Nos Encontramos Na Quela Rua Solitária.
Era Numa Tarde De 12:00 Tu Sorriu Pra Mim, Com Lindos Olhos De Esperança, E muita alegria no coração.
Hummm Que Abraço Gostoso Tu me deste,
E logo em seguida um olhar penetrante, Olhar apaixonado, Cheio de Paz e Alegria, Mais Depois Tu Sumiu, Então Nunca Mais a Vi.
Hoje Só Me Resta Saudades No Coração, E Tristeza Nos Meus Olhos, Pois Não Sinto Nem Mais o Teu Cheiro.
Com Aquele Perfume De Amor....
Se vista de Amor se pinte de Gratidão..
Saua para a Rua com fé e Amor no coração..
Ofereça seu sorriso a cada pessoa que se cruzar em seu caminho ..
Seja gentil com as pessoas e não se deixe abater por forças e pessoas negativas ..
E o Amor que falta no coração deles fique com ele para vc ..
Ame muito e muito e ria porque não sabe qual poderá ser o ultimo Natal 🙏
Cora, coragem, coração
No doce aroma do tempo, Cora vive,
na pedra do rio, na rua sem nome,
uma mulher que lavra o chão da palavra,
colhe versos onde a vida some.
Cora, que cora o papel de coragem,
borda em linhas a força do ser,
tece histórias de um lar invisível,
mas que em cada canto insiste em nascer.
Inteligência que brota do chão duro,
do fogão de lenha, do pão repartido,
é a sabedoria que não se mede em livros,
mas no viver, puro e esculpido.
Protagonista de sua própria jornada,
frente à sombra do mundo e do tempo,
não calou sua voz, fez dela escudo,
e no silêncio plantou sentimento.
O empoderamento veste seu nome,
não como grito, mas como raiz,
que finca na alma, que cresce em segredo,
e na eternidade resiste e insiste.
Cora, que cora de emoção o passado,
e enche de coração o presente,
é mulher, poeta, e a força do vento
que leva sua palavra ao futuro urgente.
Imortal, não porque o mundo lhe deu,
mas porque ela tomou para si o direito
de ser eterna nas rimas, nos ecos,
em cada coração que bate no peito.
Madrugada sombria
Na rua sombria
Meu coração esfria
Como uma simples pessoa
Sua alma arrepia
Na madrugada veja a escuridão
E a Luz sem exceção
Cinco e meia da madrugada
E eu aqui lutando por nada
O simples sentimento é o Amor
Mas basta aguentar a dor
A dor que me corrói
E a dor que me constrói
A dor virou sua amiga
Não te deixa sozinha
Eu tenho que aguentar
Por que, se não errado vai dar
Você é o que almeja e deseja
Então levante e preparado esteja
Eu quero te amar o dia inteiro,
Ser tua, mesmo sob dias nublados,
Mesmo em meio ao caos, à rua, à chuva, ao mar.
Quero te despir, não só a roupa,
Mas também a alma,
Ser a tempestade que agita teus galhos
E a calmaria que os faz renascer.
Eu só quero estar com você.
Sem neura, mas uma constatação: ao sair de casa nas megalópoles do Brasil, a sensação de que as ruas se tornaram as savanas africanas, onde os munícipes são a caça e, do nada, surgem os leões, famintos, vorazes e soberanos.
Numa noite clara em uma rua escura, dois meninos mortos se levantaram para lutar, apoiaram suas espadas e o guarda surdo ouviu os disparos e matou os dois meninos mortos.
Everything is broken
a rua está quebrada
minhas botas
estão quebradas
minha voz
está quebrada
meu pensamento
está quebrado
as portas estão quebradas
o despertador está quebrado
a noite está quebrada
a manhã
será quebrada –
há uma pessoa no mundo
que não está quebrada
e eu estou ao seu lado
como se não estivesse quebrado –
a alegria
está quebrada
o cansaço está quebrado
tudo está quebrado
Incongruente
Quero um poema
que dança no meio da rua,
Sem o número da casa pra você achar!
Quero as letras espalhadas,
As mãos espalmadas,
de olho no olhar!
Quero peso sem medida
E medida sem tempo
Todo certo pelo canto,
E é por isso que eu canto
Que eu amo o incongruente!
MOTORISTA DA LUA
É na rua que eu lhe vejo
sem-sentido mulher de avessos,
olhando a história do céu
você lembraria
do tempo que rebeldia
passava perto nossos caminhos.
Quando andávamos na lama
saber o percurso do sol fazia
a gente acreditar os ninhos
dos deuses estavam a ponto de cair
as leis do mundo seriam pregadas
por nossas mãos livres de correntes
e nem de longe suspeitávamos um do outro,
éramos viajantes e a estrada nosso espelho sem imagem
Tão fortes as certezas que o vento era nosso aliado,
tão fortes as certezas que a chuva regava nossas sementes,
tão longos os caminhos - nossos carros sempre a sair,
mas logo o mundo ficou real os caminhos eram sem rumo.
Quando você me vir de novo
saiba que eu sou outro,
enraizado ao caminho errado
ando pelas ruas rasgado de frio
e não reconheço ninguém,
quando paro na estrada
é para ver que o tempo
me fez esquecer de mim,
guiar sob os mistérios da lua
é o destino dos perdidos
vou embora, sou dos viajantes
o que se despede dos sonhos
lavando o rosto no rio ao luar
a verdade crua
quando é dia sou apenas pó
de noite motorista da lua
Hoje ao passar numa rua vi uma moça com uma criança bem novinha nos braços. Eu disse a mim mesma que um dia eu também tive um filho assim em meus braços. Essa saudade mareou meus olhos.
Os ganzás e as violas de cocho
estão ecoando na rua,
Resolvi matar a curiosidade,
encontrei você dançando Cururu,
Fiquei com vontade
de virar a sua viola de verdade;
E sem querer me apaixonar
acabei me apaixonando,
Não desisti de te querer,
não sei mais o quê fazer
porque não sei como e quando,
vamos nos reencontrar
daqui para frente,
se está escrito em algum lugar
que o amor nos pertence.
Fui ver como sempre
se havia chegado
uma correspondência,
A rua estava ainda
mais sem movimento,
Não havia nenhum
sinal dos vizinhos,
Havia pairado
um silêncio abissal.
Na caixa de correios
ele estava lá olhando
para mim e fiquei
olhando para o grilo,
e pensei que não
só existe deste tipo.
Rir foi inevitável
e pude entender por
um instante o quê se tratava
realmente de uma
[correspondência grilante].

Em noite de céu
estrelado direto
da minha rua,
vi um cometa
a dar uma volta
ao redor da Lua,
de olhos fechados
algo me diz
que já sou tua.
Com a minha
paz de savana
mediterrânea,
não temo
a noite escura.
Em noite de luar
e céu estrelado,
vibrar com povos,
os namorados
e a ternura
de escutar
canções de amor
sentindo o barulho
dos teus passos.
Sem ter medo
da distância
e sem temer
me perder
na tempestade.
Um coração
apaixonado
está sempre
na maravilha
embalada
por histórias
de amor
e se encanta
com as narrativas
até quando
lê livros sagrados.
Expressar admiração pela sua rua, bairro, Estado e Nação nunca é demais. Não há como estar num caminho de prosperidade onde há pensamento e comportamento hostis e e recheados de radicalismos.
Um carro
desfilando
leve na rua,
emoção e
pele de flor,
e a tua à
flor em pêlo,
De todas
a mais alta
conspiração
surgida até
para o teu
sono ocupar,
No teu céu
tornei-me
a tua Lua
_suspensa,
em teus
sentidos
_presença,
E total
_sentença
que tuas
mãos não
podem
capturar;
Betelgeuse,
Antares,
e Aldebaran
ao redor
da cintura:
o meu rubi
na boca tua.