Rua
E se a sua alma gêmea nascesse anos após você? E se todos olhassem para vocês na rua com o ar de reprovação? E se seus pais proibissem? O que você faria? Nós fizemos amor, entre a pureza e a malícia, entre as cores dela e o meu cinza, com aquele sorriso e minha cara fechada! Com a juventude dela e meus cabelos ficando brancos! Com a bondade no coração que só uma menina pode ter e com meus olhos brilhando ao vê-la chegar! Com a minha loucura e a sanidade dela! Com o cheiro gostoso que ela tem e com minhas letras para descrever! Ela um anjo belo, eu um demônio sem rumo! Ela dizendo que não me importo mais e eu morrendo de preocupação! Ela fingindo um romance com outro alguém e eu bebendo e fumando cada vez mais! Ela dizendo que não é nada pra mim, eu dizendo que ela é tudo que tenho...
VIDAS E ENCONTROS
Na rua dos sem esperança,
Entre cartões, lixo e encolhos,
Viram estes meus tristes olhos
Um ser sem futuro ou herança.
Nem sequer um ar de bonança
Da sorte que já lhe foi aos molhos,
Eu vi entre os seus escolhos
Nos olhos da sua lembrança.
Sentei-me então mano a mano
Ao pé dele, rosto de criança,
Mas eis que num gesto insano
Demonstrando inconfiança,
O pobre quase me rejeitou.
Deu um grito que me arrepiou
E da sua garganta avança:
Nunca a tempestade amainou
Nem me trará a bonança!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 05-11-2023)
O cortejo de João
Seguia uma multidão em rua larga
um cortejo de um defunto comum,
um homem conhecido e respeitado
na cidade.
Era o João, que morrera de dor
nas tripas.
João era uma alma boa, pessoa
prestativa e generosa.
João nunca se negara a ajudar seus
vizinhos, fossem eles gente boa
ou homens emprestáveis.
João não teve filhos nem esposa
e por toda vida vivera sozinho.
João cultiva a terra, onde plantava
seu sustento e o de quem lhe
batesse à porta.
João, certa noite, comeu seu jantar
e em seguida, depois de pitar o seu cachimbo,
fora dormir de barriga cheia e alma leve.
Durante a madrugada João sentiu fortes dores
no ventre, mas João era sozinho, na rua onde
morava ninguém escutou seus gritos por socorro.
João só foi encontrado dias depois, quando
vizinho lhe bateu à porta para lhe pedir açúcar
para adoçar seu café matinal.
O cortejo de João seguia na rua larga
em profundo silêncio, ninguém lhe cantava
ladainhas fúnebres,
nem cânticos de vitória.
LIBERDADE POÉTICA
Saí à rua,
Em busca de inspiração
Encontrei você, chorando,
Na esquina da desilusão.
Perguntei, por que chora?
Em resposta ouvi um longo sussurro
Depois um canto vibrante,
Melodia desconhecida
Porem afinada, sublime, celestial.
Reconheci você, nesse breve instante,
Era a liberdade, que antes chorava na esquina
E que hoje gritava em excelso pedestal.
Percebi que não preciso de inspiração
nem de musa de camões
A liberdade poética é clímax da poesia
Com ela crio meu universo
Canções e versos, sonhos, redenção.
PRESSÁGIO
Quando você anda
Eu penso no mar
Na esquina da rua
À espera da lua
Eu me pego a sonhar.
A noite esfriou
A lua não veio
O mar me avisou
Que virá tempestade
A luz da cidade se apagou.
Um canto ofegante
Soprou minha sorte
Presságio de morte
Num passado distante.
Quando você acordar
Se lembre de mim
Na esquina da rua
À espera da lua
Eu me pego a sonha
O alarido descabido dos que tem oportunidade fere a sociedade... O silêncio que passa fome na rua é o acalanto noturno dos poderosos.
Considero a dialética como uma rua denominada infinito. Entro nela e reflito na tese, encontro a antítese, e paro na síntese. Retorno e continuo a caminhada sem chegada definitiva e termino genuflexo perante Deus - SOBERANO - alfa e ômega, princípio e fim…
O pai e a mãe fizeram amor
Deram-nos que poderiam dar
A rua nos ensinou
O foco nos orientou
O amor ao próximo, a humildade e a honestidade exaltou-nos e colocou-nos onde estamos hoje 👨🏾💻
9 de Fevereiro de 2022
AO LONGE...
Ao longe um cachorro acoa...
talvez avise algo estranho que se passa na rua ou talvez sinta o cheiro de alguma fêmea trazido pelo vento e isso o torne inquieto, enlouquecido.
Ao longe um humano se cala...
talvez avise algo estranho que se passa em seu mundo ou talvez pré_sinta um novo tempo e isso o torna sem tempo algum.
Ao longe o silêncio grita...
talvez avise que não há nada estranho e que a resiliência é o caminho, a travessia e que o deserto não é infinito.
Ao longe... que não seja longe pra sempre visto que o longe pode ser logo ali e o pra sempre é um tempo que pode ser pra agora!
Ao longe...ao longe!
_____ angela dias.
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!
Nesta cidade velha, eu saio na rua e posso ver nossos jovens fantasmas dançando sob a luzes fracas dos postes, como se tivéssemos todo o tempo desse mundo.
Nós tínhamos.
Achamos por um momento que o amor era a melhor sensação do mundo.
Pensamos que a paixão que queimava dentro de nós era a vida.
Mas foi só por um instante.
Quando o sol apareceu não acreditávamos mais nessa paixão ardente.
Estúpidos. Éramos jovens demais para saber que tínhamos tudo.
E só depois de uma vida inteira que
percebemos que o amor era de fato a melhor sensação do mundo.
Que era a única coisa nessa existência vazia que realmente valia a pena.
Mas agora é tarde.
Você partiu e restou apenas nossos jovens fantasmas apaixonados, dançando em uma noite de verão, em um looping infinito.
Espero que em outra realidade não cometamos os mesmos erros.
E que na próxima vida sejamos mais do que dois estúpidos jovens.
Um mundo invisível
Existe um mundo invisível que poucos conseguem enxergar
Na rua
Na cidade
No meio da multidão
Na correria do dia a dia
E aquelas pessoas que estão conectadas, seja pelo bem ou pelo mal, conseguem perceber
Há uma linha imaginária percorrendo nossos corpos e nossa mente
Há algo que faz uma ligação
Ela ocorre principalmente pelo amor
Mas, na maioria das vezes,
Acontece pela dor, pelo desdém, pelo desprezo
Alguém que no meio de tantos e pela pobreza do seu ser
Consegue perceber a sua vulnerabilidade
Sente-se isso pela frieza do seu olhar
E assim invadem-se dois mundos
E só aqueles que estão envolvidos por essa situação transcendental consegue perceber essa energia
Na rua
Na cidade
No meio da multidão
Na correria do dia a dia
Esse mundo invisível é poderoso
É um misto de sentimentos
É só com o terceiro olho que conseguimos sentir
É preciso estar desligado muitas vezes do seu próprio mundo
Esquecer que ele existe
Esse mundo mágico que permeia os ambientes é uma realidade alternativa à parte
À qual vez ou outra eu mergulho
Me afogo
Sinergia
Presa
Na rua
Na cidade
No meio da multidão
Na correria do dia a dia
É difícil sair pra voltar ao mundo real
E então, saio
Me desligo desse mundo
E o meu caminho normalmente
E como se nada tivesse acontecido, continuo a seguir
Considerada dança de rua
Mais um elemento da cultura
Breakdance faz parte do Hip-Hop
Criado nos anos 70 em Nova York
É sucesso no mundo inteiro
Com várias competições e torneios
Altos movimentos incríveis
Os Power Moves giratório um dos mais difíceis
Movimento Suicide doloroso para quem olha
Mas não para quem colabora
Tem outros movimentos interessantes
Que também são impressionantes
Freezes, Drops, Footwork
Ainda tem Toprock e o Floor Rocks.
É tempo de deixar os caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É tempo de atravessar a rua, virar na outra esquina, percorrer aquela via desconhecida...
Quem não ousa, não descobre, não se dá a chance de viver o novo.
vem seguindo meu coração
O caminho do mar é apenas
Sonhar
Vem dirigindo na rua
Viajar a luz da Lua
Seguindo seu coração
Vai na praia quase nua
Bebendo na rua
Mergulhar nesse mar
Vem cantando na praia
Mergulhando no mar
Com aquela saía vai
voando no ar
Vai beijando as ondas
Ou as ondas te beijam
Caminhando na areia
Dançando na praia
Vai surfando nas costas
Foi feita para amar
Como é exemplar
Deixa as ondas guiar
Até na areia do mar
IMORTAL
A rua vai-se enchendo de vida,
De cores
De amores correspondidos,
De desamores
Enquanto os primeiros raios despertam,
Vestidos de sol que se espreguiça por detrás da serra.
Como é linda a primavera da vida,
Que se maquilha de cores,
Para dar aquele rubor na face,
Nos cabelos um milhão de flores,
E com saudades, gentes a esperam,
Para saborearem o seu colorido de fio a pavio,
Enquanto a semente desponta silenciosa do seu longo hibernar,
Enquanto o rouxinol lava o rosto no riacho que nunca dorme,
Enquanto a cotovia mata a fome,
Enquanto a borboleta rasga o casulo,
Num derradeiro esforço para se libertar
E num grito, bate as asas de cor púrpura iridescente,
Para voar num piscar de olhos ao luar,
Para contar as estrelas aos milhões,
Decorando as constelações
Que se perdem na imensidão,
Do pulsar de um universo,
Que vemos do avesso,
Sem saber onde é o limite,
Nem que a minha alma grite
Que não quer envelhecer,
Muito menos morrer,
Mas se for para morrer,
Mais vale envelhecer, numa vida bem vivida,
Sugar cada gota e ficar nutrida,
Não me importa não ser a escolhida,
Porque para o bem ou para o mal,
Sei que sou imortal. ::::////
Na sua exclamação
A sua escamação
A rua acalma o são
O Sol é liberdade
Aqui ainda escravidão
Massa: manipulação
Eis a fragmentação
Da sua autenticidade.