Rua
Doce loucura
Dramas e travessuras
Kamasutra na rua
O meu Amor vem da rua
Vem das aventuras
De uma menina cheia de frescuras
O meu Amor vem da rua
Vem dessa droga que me vicia
Vem da maldade que alimenta o meu ser
Vem das feridas que causei a um alguém
Doce loucura
Do qual o Amor não é a cura
A dor dura
Pois a um impulso feito de armadura
A minha pele costura
O estômago embrulha
Das coisas que fiz as escuras
Mensagens aos ouvidos do mundo
Ao meu um ser surdo
Cala-se pra sempre a voz de um miúdo
Do qual foi pintado se monstro
Ah não pintou-se de monstro
Que viviam seus tormentos
Pelo sangue derramado
De suas vítimas lamentando
Uma invasão na reflexão de um silêncio, imagine com os olhos fechados, aquela rua que tanto gostava, as árvores balançando, as formigas trabalhando e aquela saudade que nos preenche tirando o vazio de dentro para um pensamento de lembranças boas. O tempo passa…
"BENGALA BRANCA"
Um cego vinha descendo a rua com sua bengala branca, pela sua deficiência até que caminhava rápido e conseguia desviar da maioria dos obstáculos, não levou nenhum tombo, não deu de frente com nenhum poste. E continuou caminhando rua abaixo apenas com a certeza que sua bengala branca o orientava.
Ele vivia na escuridão, não via, não enxergava, seus sentidos eram apenas o olfato e audição e a bengala branca. Com todos esses problemas sua face não esboçava tristeza, apenas a determinação de ir ao seu destino. Tomou certo cuidado para atravessar a rua, mas atravessou...Tinha Fé!!!
Dinheiro não traz felicidade!!!
Fala isso pra morador de rua...
fala isso pra um sem terra...
fala isso pra um pai que tem 5 filhos e não tem um emprego...
fala isso pra uma pessoa que não tem o pão de cada dia....
fala isso pra uma pessoa que tá com aluguem atrasado, e tá pra ser despejada...
DINHEIRO não traz felicidade, mas é um bom começo!
Incongruente
Quero um poema
que dança no meio da rua,
Sem o número da casa pra você achar!
Quero as letras espalhadas,
As mãos espalmadas,
de olho no olhar!
Quero peso sem medida
E medida sem tempo
Todo certo pelo canto,
E é por isso que eu canto
Que eu amo o incongruente!
MOTORISTA DA LUA
É na rua que eu lhe vejo
sem-sentido mulher de avessos,
olhando a história do céu
você lembraria
do tempo que rebeldia
passava perto nossos caminhos.
Quando andávamos na lama
saber o percurso do sol fazia
a gente acreditar os ninhos
dos deuses estavam a ponto de cair
as leis do mundo seriam pregadas
por nossas mãos livres de correntes
e nem de longe suspeitávamos um do outro,
éramos viajantes e a estrada nosso espelho sem imagem
Tão fortes as certezas que o vento era nosso aliado,
tão fortes as certezas que a chuva regava nossas sementes,
tão longos os caminhos - nossos carros sempre a sair,
mas logo o mundo ficou real os caminhos eram sem rumo.
Quando você me vir de novo
saiba que eu sou outro,
enraizado ao caminho errado
ando pelas ruas rasgado de frio
e não reconheço ninguém,
quando paro na estrada
é para ver que o tempo
me fez esquecer de mim,
guiar sob os mistérios da lua
é o destino dos perdidos
vou embora, sou dos viajantes
o que se despede dos sonhos
lavando o rosto no rio ao luar
a verdade crua
quando é dia sou apenas pó
de noite motorista da lua
CARNAVAL, só que não ...
A turba dentro de casa, privado carnaval
Em tempo da peste, calma é a rua a fora
Marchinhas e dos blocos nenhum sinal
É o mascarado de uma troça que chora...
Silêncio na rua até que venha a aurora
O surdo do samba, num gemido final
Apavora a inação, tomou conta agora
De toda folia e, não vai ter Carnaval!
Quieta a colombina, toda alva de cal
Pierrô chora, e teus olhos tão baços
Sem os passos é, não tem carnaval!
Os quatro dias ausentes de cortejo
Passistas fora dos seus compassos
Fica pro ano que vem, o folião beijo!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/02/2021, 06’46” – Triângulo Mineiro
RUA DA MINHA INFÂNCIA
Lá bem longe onde eu morava
Sem asfalto nem avenida
Era um sítio em que a estrada
Se formava pelo batidão da lida.
Tanto iam as crianças pra escola
Os cavaleiros com suas tropas
Os pedintes de esmolas
No sombreiro da sete copas.
Por ela vinham os mascates
Com suas quinquilharias
Faziam os seus biscates
Para toda nossa alegria.
Ao terço ia a vizinhança
Como se fosse romaria
Na frente muita criança
Atrás os adultos em cantoria.
Rua de terra batida
De dia o sol escaldante
À noite a lua escondida
Só quando era minguante.
Tenho uma saudade danada
Desse meu chão encantado
Quando de dia passava boiada
De noite latia o cão abandonado.
Hoje tudo está mudado
Asfalto com carros e poluição
Preciso de muito cuidado
Para reconhecer meu rincão...
10/06/18
melanialudwig
Eles nos dão diversão depois nos julgam se dançamos no meio de uma tarde de segunda
no meio da rua .
De cara para o vento, na chuva para se molhar, ninguém anda só. Somos donos da rua. É no tum-tum-tá do couro do pandeiro, é no zigue-zague do mestre-sala, no suor da dança em flor, nas saudações a deuses muitos, que chora de alegria a menina que não samba, mas está ali para sonhar. Que nunca acabe a festa, numa simples quarta-feira. Que dure a eternidade, essa vida em fantasia.
Desencontros
A vida e suas esquinas!!!
Na rua do amor te procurei e não achei
Você, errante como o vento, levou de mim o seu semblante.
E, de repente meu coração ficou perdido
No sinal vermelho, foi deixado por ti meus carinhos
Talvez um dia, na próxima esquina, eu me ache com meu amor.
Vê o sol
Vê a lua
Vê as flores
Vê a rua
Vê girassóis
Vê margaridas
Vê pássaros
Vê o mar
Vê a flor
Vê o vento
Vê as palmeiras
Vê pensamentos
Vê a vida
Vê girando
Vê canções
Vê tocando
Vê poemas
Vê rosas
Vê versos
Vê prosas
Vê o arco íris
Vê as tardes
Vê borboletas
Vê poesias
Vê os quintais
Vê as pipas
Vê os risos
Vê a alegria
Vê as cores
Vê a festa
Vê as rodas
Vê a sintonia
Vê as rimas
Vê o verão
Vê o outono
Vê a paixão
Vê o homem
Vê as mulheres
Vê os sonhos
Vê a magia
Vê a familia
Vê os amigos
Vê alma
Vê coração
Vê as noites
Vê as tardes
Vê a vida
Vê os amores
Vê a música
Vê a esperança
Vê as crianças
Vê novos dias, virão !
Leonia Teixeira
16/06/2020
Não desista do caminho, às vezes uma estrada cheia de pedras pode te levar numa rua com vista para o mar.